Zoneamento agroecológico e florestas deciduais na Bacia do Rio Paranã

Abstract

O presente trabalho avalia as recomendações do Zoneamento Agroecológico da Região Nordeste de Goiás (IBGE, 1990) sobre florestas deciduais na Bacia do Rio Paranã. Foram integrados em sistema de geoprocessamento, dados temáticos do Projeto Radambrasil (BRASIL/MME, 1982) e recomendações do Zoneamento Agroecológico do IBGE, que sugere a implantação de culturas anuais, culturas perenes e pastagens plantadas, sobre 91,93% da área mapeada nesse projeto, como Floresta Estacional Semidecidual. Alternativamente às recomendações agropecuárias, é sugerido o manejo florestal e o extrativismo vegetal, em 74,08% e 19,97% dessa fitofisionomia, respectivamente. Constatou-se a sobre posição de mais de 71,5% entre culturas anuais e manejo florestal. A conservação de ecossistemas é sugerida em apenas 3,66% da floresta, sem adoção de zonas de proteção ou corredores ecológicos. Evidencia-se a valorização agropecuária dos solos florestais em detrimento da floresta e a grande inadequação dos instrumentos oficiais de gestão ambiental e de planejamento. Torna-se necessária a imediata implantação e manutenção de uma rede de fragmentos remanescentes, considerando a mobilidade genética por meio da conexão entre os mesmos. _______________________________________________________________________________ ABSTRACT

The present work aims the assessment of the Goiás State Northeast Region Agroecological Zoning recommendations (IBGE, 1990) on the deciduals forest in the Paranã River watershed. The thematic data of the Radambrasil Project (BRASILlMME, 1982) were joined to recommendations of the Agroecologic Zoning, that suggest the implantation of annual cultures, perennial cultures and planted pastures in91.93% ofthe Seasonal Semideciduous Forest mapped in these Project. In alternative to agricultural recommendations were suggested forest management and plant extractivism, on 74.08% and 19.97% ofthis formation, respectively. Were verify that more than 97% of overlapping between the annual cultures and forest manegement. The ecosystem conservation is suggested on 3.66% of the forest, without buffering zones or biogenetic flow corridors. It is evident that environmental instruments management and planning are unsuitable in the forest maintenance. It is immediately necessary to create and to maintain the existing fragments, thinking on genetic mobility through their conection.