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Título: Reabilitação e reinserção no trabalho de bancários portadores de LER/DORT : análise psicodinâmica
Autor(es): Rossi, Elisabeth Zulmira
Orientador(es): Mendes, Ana Magnólia Bezerra
Assunto: Bancários
Psicodinâmica do trabalho
Reabilitação profissional
Lesão por esforço repetitivo
Doença ocupacional
Data de publicação: Mar-2008
Referência: ROSSI, Elisabeth Zulmira. Reabilitação e reinserção no trabalho de bancários portadores de LER/DORT: análise psicodinâmica. 2008. 270 f. Tese (Doutorado em Psicologia)-Universidade de Brasília, Brasília, 2008.
Resumo: Este estudo de caso investiga a psicodinâmica do processo de reabilitação da capacidade laboral e reinserção ao trabalho de bancários portadores de LER/DORT, tendo como suporte teórico os princípios da Psicodinâmica do Trabalho que estuda a saúde psíquica do trabalhador, mediada pelas vivências subjetivas de prazer-sofrimento no trabalho. Nessa dinâmica, analisa a função das estratégias de defesas individuais e coletivas utilizadas pelos trabalhadores para enfrentar o sofrimento engendrado pelas relações subjetivas de trabalho e transformá-lo em prazer e manter a saúde em estado de normalidade. O trabalho bancário no Brasil tem sofrido transformações radicais nos últimos anos resultantes da automação e informatização das tarefas. As conseqüências dessas mudanças repercutiram na forma de trabalhar: a aceleração do ritmo, as longas jornadas de trabalho, as exigências por maior qualificação, o aumento da pressão por tempo e por produtividade e as ameaças de perda do emprego. Paralelamente, surgem novos modos de adoecimento decorrentes das atuais configurações da organização do trabalho bancário, como as LER/DORT. Essa patologia tem sintomatologia somática cujo processo ocorre a partir da combinação dos efeitos específicos dos fatores: repetitividade, pressão de tempo e produtividade, decorrentes do trabalho informatizado. Esses fatores não atingem primeiro as articulações ou os tendões, e sim funcionamento mental. Tendo a dor com o primeiro sintoma, o adoecimento por LER/DORT coloca em questão a permanência do bancário no ambiente de trabalho.A metodologia utilizada está apoiada nos princípios da Psicodinâmica do Trabalho. Participaram do estudo quatro bancários, dois homens e duas mulheres, e seis profissionais que estão envolvidos no processo de tratamento e reinserção de bancários portadores de LER/DORT. Para coleta de informações foram utilizadas a entrevista clínica e a entrevista aberta. Os dados foram analisados de acordo com a análise clinica do trabalho e análise do núcleo de sentido.A reabilitação da capacidade laboral dos bancários portadores de LER/DORT é tida como um desafio por causa da multiplicidade de fatores presentes em sua etiologia. A reabilitação profissional está prevista na constituição de 1988 e as condições para ingresso no Programa de Reabilitação Profissional oferecido pela UTRP/INSS dependem do estabelecimento do nexo causal da patologia com o trabalho e também da capacidade laboral residual. Os resultados das análises indicam que, sob o ponto de vista dos bancários, a reabilitação da capacidade laboral e a reinserção no trabalho fracassam por vários fatores: pelo sentimento de abandono e de exclusão do banco; pelas perdas materiais e simbólicas; pela fragilização do aparelho músculo-esquelético; pela cronicidade da dor, que tem relação com a perda das estratégias defensivas, os bancários acreditam que não estão curados. Para os profissionais envolvidos nesse processo, a reabilitação da saúde e a reinserção no trabalho fracassam pelos seguintes motivos: os bancários não querem se tratar para obtenção de ganhos secundários com a doença; pela falta de disciplina no tratamento que leva às recidivas; na volta, os bancários não encontram condições psicossociais para a sua permanência e manutenção da saúde por causa da exclusão e desconfirmação de suas limitações funcionais; o órgão responsável pela Reabilitação Profissional não possui estrutura técnica e orçamentária para realizar acompanhamento e supervisão dos casos de reinserção; o afastamento do ambiente de trabalho, por um longo período, dificulta a volta. Enfim, a perda das estratégias defensivas, sem elas os bancários não podem mediar a percepção do medo e, por isso, a permanência dos sintomas somáticos fracassa a tentativa de retorno para o trabalho. __________________________________________________________________________________ ABSTRACT
This case study investigates the psychodynamics of the rehabilitation process of work capacity and work reinsertion of bank workers with RSI/WROD (Repetitive Strain Injury/Work-Related Osteomolecular Disease). It is grounded on the principles of the Psychodynamics of Work, which studies the worker s psychic health mediated by subjective experiences of pleasure-suffering at the workplace. Analyzed within this dynamics is the function of the strategies of individual and collective defenses used by workers to face hardships engendered by subjective work relations, change it into pleasure and maintain health in a normal status. In Brazil, bank work has undergone deep changes within the past years as a result of task automation and informatization. The consequences of such changes were reflected in the manner of working: pace acceleration, longer work journeys, demands for more qualification, an increase in the pressure for time and productivity as well as threats of job dismissal. Alongside with these came new ways of developing ill health as a result of the current configurations of the organization of bank work , as is the case with RSI/WROD. This pathology bears a somatic symptomatology. The process is triggered from the combination of the specific effects of the following factors: repetition, pressure for time and productivity. Such factors do not initially reach the articulations or tendons, but rather, adequate mental functioning. Once pain is the first symptom, permanence at work on the part of bank workers taken ill due to RSI/WROD is brought to light. The methodology used is grounded on the principles of the Psychodynamics of Work. Two male and two female bank workers participated in the study, including six professionals who are involved in the process of treatment and reinsertion of bank workers presenting with RSI/WROD. Clinical interview was used for information collection and the resulting data were analyzed according to the clinical analysis of work and analysis of the nucleus of sense. Rehabilitation of work capacity of bank workers presenting with RSI/WROD is regarded as a challenge due to the multiplicity of the factors present in its ethyology. Professional rehabilitation is predicted in the Constitution of 1988 and the conditions for entering the Professional Rehabilitation Program offered by the UTRP/INSS (respectively the Technical Union of Professional Rehabilitation and the National Health System) depend on the establishment of the causal nexus of the pathology with the work task and also the residual work capacity. The results of the analyses indicate that, from the point of view of bank workers, the rehabilitation of work capacity and job reinsertion have failed for a number of factors: the feeling of abandonment and exclusion from the workplace; for symbolic and material losses; for the weakening of the muscleskeleton system; for the chronicity of pain, which is related to the loss of defensive strategies, bank workers do not believe that they have been healed. For the professionals involved in this process, health rehabilitation and job reinsertion have failed for the following reasons: the bank workers do not want to be treated in order to obtain secondary gains from the disease; for the lack of discipline in the treatment, which leads to relapses; upon their return, the workers did not find psychosocial conditions for their permanence and health maintenance because of exclusion and disconfirmation of their functional limitations; the institution in charge of professional rehabilitation does not bear either a technical or financial structure to carry out a follow-up and supervision of reinsertion cases; the long-term displacement from the workplace makes returning difficult. Finally, the loss of defensive strategies, without which the bank workers are not able to mediate fear perception and, for this reason, the permanence of somatic symptoms undermines the attempt to return to work.
Informações adicionais: Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Departamento de Psicologia Social e do Trabalho, Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações, 2008.
Aparece nas coleções:Teses, dissertações e produtos pós-doutorado

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