http://repositorio.unb.br/handle/10482/13687
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
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2013_SilviaLaineBorgesLucio.pdf | 4,97 MB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir |
Título: | Gestão participativa e conflitos socioambientais em áreas protegidas no Cerrado mineiro : a pecuária de solta na RDS Veredas do Acari/MG |
Autor(es): | Lúcio, Sílvia Laine Borges |
Orientador(es): | Ludewigs, Thomas |
Coorientador(es): | Pereira, Ludivine Eloy Costa |
Assunto: | Recursos naturais - conservação Diversidade biológica Gestão ambiental |
Data de publicação: | 24-Jul-2013 |
Data de defesa: | 24-Abr-2013 |
Referência: | LÚCIO, Sílvia Laine Borges. Gestão participativa e conflitos socioambientais em áreas protegidas no Cerrado mineiro: a pecuária de solta na RDS Veredas do Acari/MG. 2013. 123 f. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Sustentável)—Universidade de Brasília, Brasília, 2013. |
Resumo: | Os últimos trinta anos foram marcados por mudanças das políticas de conservação da biodiversidade à luz dos objetivos do desenvolvimento sustentável. Esta evolução, dentre outros fatores, foi baseada na promoção da gestão participativa dos recursos naturais e busca legitimar os conhecimentos tradicionais na conservação da diversidade biológica. No Cerrado, as discussões e iniciativas de gestão participativa ainda são muito incipientes. Por exemplo, algumas práticas tradicionais, como a pecuária de solta, sempre estiveram presentes neste bioma, mas ainda não foram incorporadas nestas mudanças. Devido à crescente privatização do espaço rural e à criação de unidades de conservação, as comunidades locais estão sendo “encurraladas” para não desenvolverem estas práticas, e garantirem sua sobrevivência. Neste sentido, por que parece ser tão difícil conceber modelos de gestão participativa de áreas protegidas do Cerrado incluindo a pecuária em pastagens nativas? Haveria possibilidades de manter/adaptar estas práticas na gestão destas áreas? Há duas hipóteses para estes questionamentos: os órgãos ambientais e formuladores de políticas públicas não conhecem e não reconhecem as práticas e saberes das populações locais e por isto não as levam em consideração. Assim, excluem estas comunidades do processo de gestão participativa e tornando-as “deslocadas” em seu próprio espaço, antes de permitir a privatização das áreas e antes de implementar uma UC. Por outro lado, as comunidades locais muitas vezes não conseguem ou têm muitas dificuldades em se posicionar diante do poder público como populações tradicionais, assumindo que suas práticas sempre conviveram com o Cerrado, com menores impactos se comparadas com o agronegócio. O objetivo desta dissertação é analisar a possível convivência entre gado solto e ações de conservação em uma área protegida do Cerrado. Para entender as dificuldades existentes para implementar modelos de gestão participativa foi escolhida a única RDS do bioma, onde a solta é praticada tradicionalmente há pelo menos 100 anos. A RDS está situada no município de Chapada Gaúcha (Minas Gerais). Foi realizada uma pesquisa participativa com os atores locais (criadores de gado e representantes do Instituto Estadual de Florestas). Esta pesquisa foi realizada em duas etapas, sendo a primeira a pesquisa exploratória e a segunda foram feitas as entrevistas e aplicado os questionários. Foi utilizada a técnica de mapeamentos participativos para entender melhor a história dos usos da terra da RDS assim como os usos atuais. Verificou-se que existe um conflito socioambiental, que envolve diferentes percepções entre os atores locais. O principal argumento do órgão ambiental para justificar a retirada do gado da RDS é o uso do fogo, prática tradicionalmente utilizada pelos criadores para rebrota do capim. À pecuária também é associada a impactos como erosão e assoreamento. Por outro lado, os criadores de gado afirmam que os processos erosivos foram provocados pela monocultura de eucalipto (em 1979). Eles afirmam ainda que o fogo, atualmente, é colocado por pessoas que não são dali. Ou seja, se veem injustiçados ao terem os impactos ambientais atribuídos exclusivamente à pecuária. Conclui-se, de acordo com o contexto local, que não será possível promover a gestão participativa junto aos criadores, enquanto o órgão ambiental não conhecer e reconhecer suas práticas. |
Abstract: | The last thirty years were marked by changes in the policies of conservation of the biodiversity regarding sustainable development. This evolution is based on the promotion of the collaborative management of the natural resources and it seeks to legitimize the traditional knowledge of the biological diversity conservation. In the „Cerrado‟, the discussions and initiatives of collaborative management are still very incipient. For example, some traditional practices, like free-range cattle raising, were always present in this biome but they were still not incorporated in these changes. Due to the growing privatization of the rural space and the creation of unities of conservation, the local communities are being forced not to develop these practices, therefore guaranteeing their survival. In this case, why does it seem to be so difficult to conceive models of collaborative management of protected areas of the „Cerrado‟ including the cattle raising in native pastures? Would there be possibilities to maintain / adapt this practice in these areas? There are two hypotheses for these questions: the environmental organizations and formulators of public politics don‟t know and don‟t recognize the practices and knowledge of the locals and therefore don‟t take them into consideration. So, they exclude these communities from the process of collaborative management and make them "out of place" in their own environment, before allowing the privatization of the areas and before implementing an UC. On the other hand, the local communities very often can‟t or have many difficulties in positioning themselves before the public power, assuming that their practices have always coexisted with the „Cerrado‟, with less impact if compared with the agribusiness. The objective of this dissertation is to analyze the possible coexistence between free-range cattle raising and conservation actions in a protected area of the „Cerrado‟. To understand the existent difficulties on implementing models of collaborative management we chose the only RDS of this biome, where free-range raising is practiced traditionally for at least 100 years. This RDS is situated in the city of Chapada Gaucha in Minas Gerais. A research was carried out with the help of local cattle raisers and representatives of the IEF in two stages. The first one was exploratory, on the second, one interview was done, and questionnaires were applied. Collaborative mapping was the technique applied in order to better understand the history of the uses of the land as well as the current uses. We were able to verify that socio-environmental conflicts were existent, including different perceptions between the locals. The main argument of the environmental organization to justify the retreat of the cattle from the RDS is the use of the fire; practice traditionally used by the cattle raisers for regrowth of the grass. Erosion and siltation are also associated with livestock raising. On the other hand, cattle raisers affirm that the erosive processes were provoked by the monoculture of eucalyptus (in 1979). They also affirm that they do not start the fires. In other words, they feel wronged for having the environmental impacts attributed exclusively to the cattle raising. One concludes that in accordance with the local context, it will not be possible to promote the collaborative management to the cattle raisers until the environmental organization understands and recognizes their practices. |
Unidade Acadêmica: | Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS) |
Informações adicionais: | Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Centro de Desenvolvimento Sustentável, 2013. |
Programa de pós-graduação: | Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável |
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Aparece nas coleções: | Teses, dissertações e produtos pós-doutorado |
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