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Título: História natural dos estágios imaturos de Elbella luteizona (Mabille, 1877) (Lepidoptera: Hesperiidae) : as plantas hospedeiras importam?
Outros títulos: Natural history of immature stages of Elbella luteizona (Mabille, 1877) (Lepidoptera, Hesperiidae): do host plants matter?
Autor(es): Ramos, Marina Neis
Orientador(es): Diniz, Ivone Rezende
Assunto: Lepidóptero
Plantas hospedeiras
Data de publicação: 9-Dez-2013
Referência: RAMOS, Marina Neis. História natural dos estágios imaturos de Elbella luteizona (Mabille, 1877) (Lepidoptera: Hesperiidae): as plantas hospedeiras importam?. 2013. x, 44 f., il. Dissertação (Mestrado em Ecologia)—Universidade de Brasília, Brasília, 2013.
Resumo: Apesar do vasto conhecimento sobre adultos de lepidópteros, grande parte da história natural dos imaturos permanece desconhecida. Elbella luteizona (Pyrginae) é um hesperídeo registrado no Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. No Cerrado, a espécie é polífaga, sendo que as larvas consomem e constroem seus abrigos em folhas de duas espécies de plantas: Byrsonima coccolobifolia (Malpighiaceae) que é decídua, e Myrsine guianensis (Myrsinaceae), sempre-verde. Essas são as únicas informações disponíveis para E. luteizona. Dessa forma, os objetivos do presente trabalho foram: descrever os imaturos e a arquitetura dos abrigos larvais; verificar a abundância relativa temporal das larvas nas duas espécies de plantas e, particularmente, responder se há preferência da larva por alguma dessas plantas. O trabalho foi desenvolvido em 568 parcelas circulares de 10m de diâmetro em áreas de cerrado sensu stricto, em Brasília, DF, de agosto de 2011 a maio de 2013. Em todas as parcelas, as plantas das duas espécies foram vistoriadas à procura de ovos, larvas, pupas e abrigos. Para as análises temporais os dados obtidos dessas parcelas foram agrupados em dois grupos: os da estação seca e da chuvosa. Foram encontrados 31 ovos (28 em M. guianensis e três em B. coccolobifolia) e 262 lagartas (239 em M. guianensis e 23 em B. coccolobifolia). O desenvolvimento larval apresentou oito ínstares similares na morfologia. Os abrigos larvais apresentaram variações ontogenéticas. A abundância relativa de E. luteizona foi maior na estação seca, quando foram encontrados 28 ovos e 239 larvas do que na chuvosa com três ovos e 23 larvas. Houve significativamente maior proporção de larvas na estação seca do que na chuvosa. Provavelmente, isto ocorreu porque a oviposição acontece no início da seca e, consequentemente, a proporção de ovos e larvas de primeiro ínstar apresenta abundância relativa maior nesse período. À medida que os ínstares se sucedem, ocorrem as perdas naturais e a abundância relativa das larvas decresce até a estação chuvosa, quando há as pupas e os adultos. Não houve diferença significativa na utilização das plantas hospedeiras por E. luteizona. Não houve, também, diferenças significativas no tamanho dos abrigos construídos pelas larvas nas duas plantas hospedeiras. A altura da planta hospedeira exerceu influência significativa sobre a presença de larvas, elas ocorreram em plantas de 1 a 2m de altura. E. luteizona é uma espécie univoltina e de crescimento lento, supostamente permitido pela baixa frequência de parasitismo (7,2% em lagartas). A espécie parece bem adaptada às suas plantas hospedeiras, já que ela desenvolve-se de forma semelhante em ambas. Para esta espécie, a polifagia é vantajosa, pois durante um período de restrição de um recurso (deciduidade de folhas), ela tem a opção de utilizar outra espécie como recurso. _______________________________________________________________________________________ ABSTRACT
In spite of the vast knowledge about lepidopteran adults, a great part of the natural history of the immature stages remains unknown. Elbella luteizona (Pyrginae) is a hesperiid found in Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo, Paraná and Rio Grande do Sul. In the Cerrado, the species is polyphagous, and the caterpillars consume and build their shelters in leaves of two plant species: Byrsonima coccolobifolia (Malpighiaceae), which is deciduous, and Myrsine guianensis (Myrsinaceae), which is evergreen. This is all the information available for E. luteizona. Being so, the objectives of this work were: to describe the immature stages and the architecture of the larval shelters; examine the temporal relative abundance of caterpillars in both plant species. Particularly, to answer if there is a preference for any of the plants. The study was conducted in 568 circular plots of 10m in diameter in the cerrado sensu stricto, in Brasilia, Brazil, from August 2011 to May 2013. In all plots, the plants of both species were inspected in search of eggs, larvae, pupae and shelters. For the temporal analysis, the data obtained from these plots were grouped into two groups: the dry and the rainy season. Thirty-one eggs (28 in M. guianensis and three in B. coccolobifolia) and 262 caterpillars (239 in M. guianensis and 23 in B. coccolobifolia) were found. Larval development presented eight similar instars in morphology. The larval shelters presented ontogenetic variation. The relative abundance of E. luteizona was higher in the dry season, when 28 eggs and 239 caterpillars were found, than in the rainy season, with three eggs and 23 caterpillars. There was a significantly higher proportion of caterpillars in the dry season than in the rainy season. This is probably explained because the egg-laying happens in the beginning of the dry season and, thus, the proportion of eggs and caterpillars of first instars presents a higher relative abundance in this period. As the instars succeed, natural losses happen and the relative abundance of the caterpillars decreases until the rainy season, when there are pupae and adults. There was no significant difference in the use of host plants by E. luteizona. There wasn’t, either, significant differences in the size of shelters built by the caterpillars in the two host plants. The height of the host plant significantly influenced the presence of caterpillars, they occurred in plants from 1 to 2m in height. E. luteizona is a univoltine and slow growing species, supposedly allowed by the low frequency of parasitism (7,2% in caterpillars). The species seems well adapted to their host plants, since it develops similarly in both. For this species, polyphagy is advantageous because during a period of restriction of a resource (deciduity of leaves), it has the option of using other species as a resource.
Unidade Acadêmica: Instituto de Ciências Biológicas (IB)
Informações adicionais: Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Ecologia, 2013.
Programa de pós-graduação: Programa de Pós-Graduação em Ecologia
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