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Título: O presente histórico como estratégia oral na prosa de Andócides
Autor(es): Sikorski, Camila de Freitas
Orientador(es): Rocha, Sandra Lúcia Rodrigues da
Assunto: Retórica
Oralidade
Linguagem - estilo
Andocides
Data de publicação: 4-Fev-2014
Referência: SIKORSKI, Camila de Freitas. O presente histórico como estratégia oral na prosa de Andócides. 2013. 143 f., il. Dissertação (Mestrado em Linguística)—Universidade de Brasília, Brasília, 2013.
Resumo: Andócides foi um orador político do século V a.C. que pronunciou poucos discursos diante da assembleia ateniense, e a falta de uma educação formal em retórica lhe conferiu uma má reputação como orador entre os antigos. Atualmente, entretanto, sua prosa é considerada muito valiosa, pois seus discursos retratam a língua grega com a fluência oral da época. Levando em conta sua formação e o contexto social de letramento em que estava inserido, este trabalho analisa o uso do Presente histórico em seus discursos Sobre os mistérios e Sobre seu retorno. Pretende-se explicar por meio de teorias semânticas discursivas por que o uso deste tempo verbal pode ser considerado uma marca de oralidade na escrita. Os resultados da análise mostram que o uso do Presente histórico nos discursos de Andócides é uma forma de autoinserção do autor na narrativa de modo a chamar a atenção da audiência para fatos isolados. A conclusão revela (1) que, em algumas orações que o Presente histórico é utilizado, o aspecto imperfectivo característico do presente é mantido, já que ele é utilizado para demonstrar uma ação que começou no passado e ainda acontece ou tem grande importância no presente; (2) que Andócides usa o referido tempo para inserir um comentário na narrativa sem se fazer perceptível. De uma perspectiva linguística, o uso do Presente histórico pode estar associado aos discursos que foram escritos para serem proclamados, levando-se em conta a distinção entre o estilo dos discursos escritos para serem lidos (γραφικὴ λέξις), como os do gênero epidêitico, e dos discursos escritos para serem pronunciados diante de uma assembleia ou tribunal (ἀγωνιστικὴ λέξις), característica dos gêneros judicial e deliberativo postulados por Aristóteles. ______________________________________________________________________________ ABSTRACT
Andocides was a political orator of the fifth century BC who delivered only a few speeches before the Athenian assembly, and the lack of a formal education in rhetoric gave him a bad reputation as an orator among the ancients. Currently, however, his prose is considered to be very valuable, since his speeches portray the ancient Greek language with the oral fluency of the period. Considering his background and the literacy context to which he belonged, this work analyses the use of Historical Present in his speeches On the Mysteries e On his Return. It aims to explain why the use of this tense could be considered a sign of orality in writing by means of semantic discourse theories. Results show that Historical Present in Andocide’s speeches is a form of self-insertion of the author in the narrative in order to draw the audience’s attention to isolated matters. Conclusions reveal that, (1) in some clauses in Historical Present tense, the imperfective aspect of Present tense remains, since it expresses an action that started in the past and still happens or has a great importance in the present; (2) Andocides uses the tense to insert a comment on the narrative without making himself visible. From a linguistic perspective, this usage of Historical Present tense could be associated with discourses that were written to be delivered – taking into consideration the distinction between the style of speeches aimed to be read (γραφικὴ λέξις), that is epideitic, and speeches written to be delivered before an assembly or court (ἀγωνιστικὴ λέξις), as stated by Aristotle as forensic and deliberative genres.
Informações adicionais: Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Departamento de Linguística, Português, Línguas Clássicas, Programa de Pós-Graduação em Linguística, 2013.
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