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Título: Mulheres, soropositividade e escolhas reprodutivas
Autor(es): Sant'Anna, Ana Carolina Cunha
Orientador(es): Seidl, Eliane Maria Fleury
Assunto: AIDS (Doença)
Soropositividade
Mulheres soropositivas
Data de publicação: Abr-2007
Referência: SANT'ANNA, Ana Carolina Cunha. Mulheres, soropositividade e escolhas reprodutivas. 2007. 99 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia)-Universidade de Brasília, Brasília, 2007.
Resumo: O perfil epidemiológico da aids no Brasil vem constatando um processo de feminização da epidemia, particularmente entre mulheres com relacionamento estável e em idade reprodutiva. O presente estudo teve como objetivos principais investigar os efeitos da condição de soropositividade sobre as escolhas reprodutivas de mulheres que vivem com HIV/aids e descrever crenças e percepções que estejam influenciando esse processo de escolha. Foi realizado um estudo descritivo, de delineamento qualitativo e de corte transversal, utilizando entrevista individual semi-estruturada como técnica de coleta de dados. Os relatos verbais foram transcritos e categorizados a partir da análise de seu conteúdo por pesquisadores independentes. Participaram 30 mulheres soropositivas, com idade entre 18 e 45 anos, vinte delas vivendo com parceiro. Na análise dos resultados, verificou-se que a maioria das participantes apresentou nível regular de conhecimento sobre formas de transmissão do HIV, bem como sobre transmissão vertical (TV). Quanto aos procedimentos profiláticos da TV, a maior parte delas apresentou um nível precário de conhecimento. Mais da metade afirmou que não desejava ter filhos, sendo as categorias de motivos mais freqüentes o receio do risco de transmissão do HIV para o filho e soropositividade como sinônimo de morte. Para a maior parte das entrevistadas, a reação das pessoas diante da intenção de mulheres soropositivas de ter filhos seria predominantemente negativa, considerada como um ato de irresponsabilidade ou inconseqüência. Expectativas negativas também foram relatadas quanto à reação do profissional da área médica diante desse desejo da mulher soropositiva, com predomínio da categoria repreensão/recriminação. Quando questionadas se conversavam com profissionais de saúde sobre aspectos referentes às escolhas reprodutivas, 90% delas afirmaram que não abordavam tais assuntos. Como sugestão para a melhoria dos serviços, as participantes referiram a necessidade de maior disponibilização de informação/orientação sobre como conviver com o HIV, a realização de atividades educativas, favorecer a presença de psicólogo e outros profissionais na equipe, melhorar a comunicação/interação entre médico e usuária e aumentar o tempo disponível para as consultas. As equipes de saúde devem ser melhor qualificadas para contemplar o atendimento e a orientação às mulheres HIV+ no que diz respeito às suas escolhas reprodutivas, respeitando e favorecendo sua autonomia. Os resultados desse estudo sinalizam a necessidade de que os serviços em HIV/aids atuem em consonância com os programas de atenção integral à saúde da mulher e os princípios do Sistema Único de Saúde, passando a contemplar a temática dos direitos reprodutivos, favorecendo o acolhimento e o respeito às decisões de mulheres que vivem com HIV/aids. _______________________________________________________________________________________ ABSTRACT
In Brazil, aids’ epidemiologic profile shows the growth of the epidemic among women, especially those engaged in a relationship and in reproductive age. This study aims to investigate the effects of seropositivity in the reproduction choices of HIV-positive women. It also aims to describe beliefs and perceptions that influence this choice. A descriptive study, of qualitative delineation and transversal clipping, took place from individual semi-structured interviews. Verbal stories were transcribed and categorized from content analyses of independent researchers. Twenty women with HIV participated in this study, with age variation from 18 to 45 year-old. 20 of them lived with a partner. The analysis of the results shows that most of the participants had regular knowledge level of forms of HIV transmissions as well as vertical transmission (VT). About the VT’s prophylactics procedures, most of the participants had precarious knowledge level. More than half of the women said that did not want to have children, most because of fear of HIV transmission to the son and the understood of HIV-positive as death. For most of the interviewed, the reaction of others ahead the intention of women with HIV to have children would be predominantly negative and considered as an act of irresponsibility and inconsequence. Negative expectative were also related to the reaction of professionals from medical area ahead the desire of the HIV-positive women, with the predominance of the category repression/recrimination. When asked if they talked about aspects of reproductive choices with professionals of health, 90% affirmed that they did not approach those subjects. As suggestions for the improvement of the services, the participants related the need of more available information and orientation about how to coexist with HIV, realization of educative activities, to favor the presence of a psychologist and other professionals in the team, improve the communication and interaction between doctor and patient and increase the available time for the appointment. The health teams must be better qualified to contemplate the attendance and orientation of HIV-positive women about their reproductive choices, respecting and favoring their autonomy. The results of this study show the need of services in HIV/aids to act in consonant with the programs of integral attention to women’s health and the principles of the Single System of Health, starting to contemplate the reproductive right thematic and favoring the shelter and the respect of HIV-positive women’s choice.
Informações adicionais: Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, 2007.
Aparece nas coleções:Teses, dissertações e produtos pós-doutorado

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