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Título: A complementação oracional no latim : a estrutura ‘accusativus cum infinitivo’
Autor(es): Castro, Jane Adriana Ramos Ottoni de
Orientador(es): Salles, Heloísa Maria Moreira Lima de Almeida
Assunto: Latim
Verbos
Construção textual
Complemento preposicionado
Data de publicação: 11-Nov-2014
Referência: CASTRO, Jane Adriana Ramos Ottoni de. A complementação oracional no latim: a estrutura ‘accusativus cum infinitivo’. 2014. xii, 158 f. Tese (Doutorado em Linguística)—Universidade de Brasília, Brasília, 2014.
Resumo: O foco do presente trabalho é o estudo descritivo e explicativo de um determinado tipo de complementação oracional no latim, presente desde o período arcaico e produtivo até depois do período clássico, a estrutura Accusativus cum Infinitivo (AcI). Segundo Serbat (1986, p.174), o uso da construção AcI declina lentamente até o meio do primeiro milênio. A estrutura AcI é uma oração completiva, que ocorre sem conjunção ou preposição, sendo seu sujeito flexionado no Caso acusativo, e o verbo no infinitivo, o qual manifesta flexão de tempo/ aspecto/ voz. É enquadrada nas possibilidades de complementação de predicados do tipo epistêmicos (verba sciendi), de predicados declarativos (verba declarandi) e de predicados jussivos (verba jubendi), além de estruturas ditas impessoais. Seguindo vários estudos, atribuímos a ampla distribuição de AcI à presença da flexão de tempo/ aspecto/ voz no infinitivo. O estudo tem como principal questão de pesquisa identificar os fatores que determinam a flexão em Acusativo do sujeito do infinitivo. Partimos da hipótese de que o caso Acusativo é um caso default, cuja manifestação é associada ao traço [+atual] em T ou [+durativo] em Asp, conforme demonstram os “usos particulares” dessa categoria. Tal propriedade morfossintática permite que AcI manifeste o traço [+definido] em T, uma propriedade crucial dessa estrutura. Adotando o quadro teórico gerativista, propomos que AcI pode ser realizada tanto como um CP, quanto como um TP, em determinados contextos sintáticos. Isso permite explicar as estruturas em que o sujeito acusativo é licenciado internamente à oração complemento e as estruturas em que é licenciado por uma categoria funcional no domínio da matriz. Investigamos ainda os fatores que determinam a perda da oração AcI nas línguas românicas, rejeitando a hipótese corrente que a relaciona à perda da flexão do infinitivo (para tempo/ aspecto/ voz), uma vez que é possível demonstrar que formais verbais inovadoras passam a codificar tais informações. Diante disso, sugere-se que o desaparecimento de AcI se deve à reanálise do sistema pronominal, que leva ao surgimento da formas pronominais de 3a pessoa, bem como ao alinhamento de todos os pronomes como clíticos. ______________________________________________________________________________ ABSTRACT
The goal of the present study is to examine a certain type of complement clause in Latin, which is productively used back to the archaic period (3rd century B.C.), up to the post-classical period, namely the Accusativus cum Infinitivo (AcI) construction. According to Serbat (1986, p.174), the occurrence of AcI decreases slowly until the first half of the first millennium. The AcI structure is a completive clause that is found without an introductory complementizer or preposition, its subject being inflected for the accusative case, while the infinitival verb manifests tense/ aspectual/ voice inflection. The AcI is one of the possible complements of epistemic predicates (sciendi), declarative predicates (declarandi) and jussive predicates (jubendi), as well as impersonal structures. Following previous studies, we account for the pervasive distribution of AcI alluding to the presence of tense/ aspect/ voice inflection on the infinitive. The main research question is thus to determine the formal conditions licensing the accusative inflection on the subject of the infinitive. We assume that the accusative is a default case, we argue that its manifestation is associated with the feature [+actual] on T or [+durative] on Asp, as can be inferred from the particular uses of the accusative. The former property interacts with the fact that AcI manifests the feature [+definite] on T, which is crucially found when it is a complement of dicendi verbs. Adopting the framework of the generative theory, we propose that the AcI construction may be realized either as a CP, or as a TP, depending on whether the accusative subject is licensed either internally to the completive clause or by a functional head of the matrix clause. We further investigate the conditions determining the loss of the AcI clause in the Romance languages, rejecting the current hypothesis that relates it to the loss of (tense/ aspect/ voice) inflection on the infinitive, as it is possible to show that the innovative verbal forms also encode tense and aspect properties. Given this, we suggest that the loss of AcI is due to the reanalysis of the pronominal system, by which 3rd person forms arise, forming with 1st and 2nd person forms a paradigm of pronominal clitics.
Unidade Acadêmica: Instituto de Letras (IL)
Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas (IL LIP)
Informações adicionais: Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas, Programa de Pós-Graduação em Linguística, 2014.
Programa de pós-graduação: Programa de Pós-Graduação em Linguística
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