http://repositorio.unb.br/handle/10482/23287
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
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2016_MoacirNatercioFerreiraJunior.pdf | 1,84 MB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir |
Título: | Aspectos sintáticos e semânticos de sentenças imperativas no português brasileiro |
Outros títulos: | Syntactical and semantic aspects of imperative clauses in brazilian portuguese |
Autor(es): | Ferreira Junior, Moacir Natercio |
Orientador(es): | Salles, Heloísa Maria Moreira Lima de Almeida |
Assunto: | Sentenças Português - história Estruturas sintáticas Sintaxe - língua portuguesa |
Data de publicação: | 17-Abr-2017 |
Data de defesa: | 2-Dez-2016 |
Referência: | FERREIRA JUNIOR, Moacir Natercio. Aspectos sintáticos e semânticos de sentenças imperativas no português brasileiro. 2016. 190 f., il. Tese (Doutorado em Linguística)—Universidade de Brasília, Brasília, 2016. |
Resumo: | Este trabalho investiga aspectos da estrutura sintática das sentenças imperativas no português brasileiro (PB), na comparação com o português europeu (PE). A tradição gramatical classifica o PE como língua de imperativo verdadeiro, por possuir morfologia verbal específica ao modo imperativo. Além da morfologia própria (1), entre as particularidades das formas verbais do imperativo verdadeiro, constam (i) a impossibilidade de realização de sujeito pré-verbal (2), (ii) a impossibilidade de negar a formas do imperativo verdadeiro, sendo utilizada, nesse caso, a forma 'supletiva', advinda do subjuntivo ((1) Entra! (2p)/ Entre! (3p.gramatical); (2) *Tu entra/ *Você entra!/ (3) *Não entra!/ Não entres (2p)/ Não entre! (3p.gramatical)) – características também encontradas em línguas próximas, como o espanhol (MATEUS et alii. 2003; RIVERO, 1994). Já o PB apresenta duas formas verbais em variação (associadas, por hipótese, ao indicativo e ao subjuntivo), cuja distribuição não apresenta restrições ao uso da negação, a qual pode ocorrer em três configurações – em posição pré-verbal, em posição pré- e pós-verbal, em posição pós-verbal –, além de manifestar uma forma reduzida na posição pré-verbal (Não/Num faz/faça isso; Não/Num faz/faça isso não; Faz/Faça isso não). Outra característica do imperativo no PB é a possibilidade de realização do sujeito em posição pré-verbal e pós-verbal ((4) Você entra/entre aqui!; Entra/Entre você aqui!). Seguindo primordialmente Cardoso (2004; 2009); Scherre (2007) e Scherre et al. (2007), assumimos que o modo imperativo no PB, sendo realizado por formas variantes sem restrição de distribuição no que se refere à presença da negação, não manifesta o chamado imperativo verdadeiro, fazendo uso de um paradigma supletivo para expressar o modo imperativo – tanto em relação às formas do indicativo, quanto em relação às formas do subjuntivo. Assumindo-se que o desenvolvimento do paradigma supletivo associado ao indicativo (em variação com as formas associadas ao subjuntivo) relaciona-se à reanálise do sistema pronominal e ao sincretismo morfológico decorrente dessa reanálise, propomos que as sentenças imperativas no PB são enunciados optativos, que ocorrem em uma configuração em que o traço optativo, licenciado por um operador expressivo (EX), é realizado no domínio de CP (nos termos de Grosz 2011). Esse operador é responsável por avaliar o conteúdo da elocução imperativa denotada na na estrutura de CP, em relação ao desejo do emissor (1ª pessoa do discurso). A expectativa do emissor é matizada por efeitos de polidez, que se manifestam na relação com o sistema pronominal e com a sintaxe do sujeito – em que a realização nula alterna com a realização lexical, em posição pré-verbal (não marcada), em contraste com a posição pós-verbal (marcada). Enquanto o operador optativo representa em C a expressão do emissor, o traço de segunda pessoa, referente ao destinatário da elocução imperativa, é representado no núcleo da categoria ModP (ModalityPhrase) por meio do traço de segunda pessoa (nos termos da proposta original de ZANUTTINI 2008, reformulada em ISAC 2015). Seguindo o pressuposto de que o ato de elocução é realizado em duas instâncias (ISAC 2015), propomos que, nas sentenças imperativas no PB, o primeiro evento de causa está diretamente associado à presença do operador optativo em C, e representa a expectativa que o emissor tem ao realizar a proposição inicial do ato de elocução e o segundo evento de causa está associado ao traço de segunda pessoa hospedado na categoria Mod. |
Abstract: | This work investigates aspects related to the syntactic structure of the imperative clauses in Brazilian Portuguese (BP), compared to European Portuguese (EP). The grammatical tradition classifies EP as a language of the true imperative type, because it employs a specific morphology for the expression of the imperative mood, showing syntactic particularities in the presence of this verbal form. Besides presenting specific morphology (1), the true imperative verbal form (i) does not allow perform pre-verbal subject (2), (ii) neither deny imperative true forms, being used, in this case, a suppletive form, which arises from subjunctive paradigm ((1) Entre! (2P) / Entra! (3P.gramatical) (2) * Você entre! / * Você entra! / (3) * Não entre! / Não entres! (2P) / Não entra! (3P.gramatical)) - characteristics also found in similar languages, such as Spanish (MATEUS et al. 2003; RIVERO, 1994). On the other hand, imperative clauses in BP has two verbal forms in variation, whose distribution has no restrictions on the presence of negative markers, which can occur in three configurations - pre-verbal position, in pre and post-verbal position in postverbal position – besides presenting a reduced form in pre-verbal position (Não/Num faz/faça isso; Não/Num faz/faça isso não; Faz/Faça isso não). Another essential characteristic of BP imperative clauses is the possibility of hosting the subject in a pre-verbal and postverbal positions. According to Scherre (2007) and Scherre et al. (2007), we assume that imperative paradigm in BP do not manifest the true imperative form, but only suppletive forms by the use of indicative and subjunctive morphology. Assuming that the BP have only a suppletive paradigm, we propose that the illocutionary force, in this sentences, occurs in a configuration where the head of CP have an optative feature, which is characteristic of subordination (cf. Rivero, 1994). This feature is represented by an operator EX (according Grosz, 2011) which denotes the first person expression in the speech act of optative utterances. This operator is responsible for evaluating the expressive content of the imperative utterance, expressed by the proposition introduced in the structure of the CP projection, marking the speaker’s desire (1st person of the speech act). The speaker’s expectation is nuanced by politeness effects, which are manifested in the relation with the pronominal system and with the subject imperative syntax - in which the null realization alternates with the lexical realization, in a pre-verbal (unmarked) position, in contrast with the post-verbal (marked) position. Thus, while the optative operator represents the speaker's expression in C, the second person's feature, referring to the Addressee of the imperative utterance, is represented in the core of the ModP category (ModalityPhrase). Following Isac (2015), we propose that the imperative utterance occurs in two differents causal events. The first cause event is directly associated with the presence of the optative operator in C and represents the speaker’s expectation of performing the initial proposition of the utterance act. The second cause event is associated with the second person feature hosted in the head of Mod category. |
Unidade Acadêmica: | Instituto de Letras (IL) Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas (IL LIP) |
Informações adicionais: | Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas, Programa de Pós-Graduação em Linguística, 2016. |
Programa de pós-graduação: | Programa de Pós-Graduação em Linguística |
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DOI: | http://dx.doi.org/10.26512/2016.12.T.23287 |
Aparece nas coleções: | Teses, dissertações e produtos pós-doutorado |
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