http://repositorio.unb.br/handle/10482/24095
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
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2017_GuilhermePereiraRodriguesBorges.pdf | 3,04 MB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir |
Título: | Tradução e teatro : A Streetcar Named Desire, de Tennessee Williams, em múltiplas traduções para o português do Brasil |
Autor(es): | Borges, Guilherme Pereira Rodrigues |
Orientador(es): | Hatje-Faggion, Válmi |
Assunto: | Tradução e interpretação Traduções para o português Teatro (Literatura) |
Data de publicação: | 11-Ago-2017 |
Data de defesa: | 31-Mar-2017 |
Referência: | BORGES, Guilherme Pereira Rodrigues. Tradução e teatro: A Streetcar Named Desire, de Tennessee Williams, em múltiplas traduções para o português do Brasil. 2017. xi, 162 f., il. Dissertação (Mestrado em Estudos da Tradução)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017. |
Resumo: | Esta dissertação tem como objetivo analisar três traduções do inglês para o português do Brasil da peça teatral A streetcar named Desire (1947), de Tennessee Williams (1911-1983), para mostrar como foram traduzidos aspectos da composição artística do escritor e o discurso da personagem Blanche Dubois. A primeira tradução, de Brutus Pedreira, foi publicada em 1976 pela editora Abril Cultural, em São Paulo. A segunda tradução, de Vadim Nikitin, foi publicada em 2004 pela editora Peixoto Neto, em São Paulo. A terceira tradução, de Beatriz Viégas-Faria, foi publicada em 2008 pela editora L&PM, em Porto Alegre. Essas três traduções receberam o mesmo título, Um bonde chamado Desejo. Para constatar como a obra em questão, uma das mais importantes do teatro norte-americano, tem circulado no Brasil, esta dissertação trata dessas referidas múltiplas traduções publicadas da peça e o foco do estudo é no texto enquanto drama, enquanto obra literária. Na análise das traduções, considera-se principalmente como foram traduzidas as características estilísticas (LEECH; SHORT, 2007) da escrita de Williams, bem como a composição da personagem protagonista da peça, Blanche Dubois, e de seu discurso peculiar. Essa personagem se tornou um dos elementos mais marcantes da mitologia popular norte-americana devido ao sucesso de crítica e de público que foi a peça de Williams e suas subsequentes reescrituras (filme, televisão, ópera, balé, etc.) (LEFEVERE, 1992). Sendo assim, se mostra relevante observar a maneira como essa figura feminina foi abordada nas três traduções da obra para o português do Brasil. Além disso, se explora informações sobre os agentes do processo tradutório (tradutores, revisores, editoras) bem como sobre aspectos referentes às capas, contracapas, coleções e paratextos (GENETTE, 2009) das traduções. Com o desenvolvimento dos Estudos da Tradução e de sua vertente descritiva, veio a se reconhecer que a tradução literária, sobretudo a teatral/dramática, envolve questões que vão além do âmbito puramente linguístico, invocando também o sociocultural, histórico e político. Com o objetivo de melhor analisar as circunstâncias literárias e extraliterárias relacionadas à transferência de uma obra de determinado sistema de partida para outro, é adotada a Teoria dos Polissistemas de Itamar Even-Zohar (1990) que foi uma das bases para o posterior estabelecimento da disciplina com a contribuição acerca da tradução e da tradução literária de teóricos como Susan Bassnett (1980), Theo Hermans (1985), Gideon Toury (1980, 1995), André Lefevere (1992), Lawrence Venuti (1995), entre outros. Como metodologia de análise das traduções de Streetcar, é usado como parâmetro geral o esquema de descrição de traduções literárias desenvolvido por José Lambert e Hendrik Van Gorp (1985). A partir da análise de exemplos selecionados das três traduções e de seu texto de partida correspondente, observa-se que a abordagem dos tradutores é diversa. Pedreira (1976) parece preferir estratégias opostas às de Viégas-Faria (2008). Enquanto Pedreira faz inúmeras omissões em seu texto, a tradução de Viégas-Faria se apresenta aumentada, ou seja, explicativa e didática, com acréscimos pontuais de texto pela tradutora (e que não estão no texto de partida). Já, Nikitin (2004) se mantém mais alinhado ao texto de partida, reproduzindo, em português, elementos como a pontuação característica de Williams e outros recursos do texto. Em relação à personagem Blanche, na tradução de Pedreira ela é rasa, insossa, submissa e resignada. Nas traduções de Nikitin e de Viégas-Faria, a personagem está mais alinhada ao texto de partida e destaca-se o fato que Viégas-Faria compôs o discurso dessa personagem com mais consideração. Com esta dissertação, objetiva-se fornecer uma contribuição para os estudos de peças teatrais em múltiplas traduções no Brasil e também expandir o interesse no que se refere à tradução de obras dramáticas entre diferentes culturas. |
Abstract: | This dissertation presents an analysis of three translations from English into Brazilian Portuguese of Tennessee Williams’ (1911-1983) A streetcar named Desire (1947). This study highlights how aspects of the writer’s artistic composition and the character Blanche Dubois have been translated. The first translation, by Brutus Pedreira, was published in 1976 by Abril Cultural, in São Paulo. The second translation, by Vadim Nikitin, was published in 2004 by Peixoto Neto, in São Paulo. The third translation, by Beatriz Viégas-Faria, was published in 2008 by L&PM, in Porto Alegre. All of these three translations have the same title: Um bonde chamado Desejo. To see how the work in question, one of the most important plays in American theater, has circulated in Brazil, this dissertation approaches these aforementioned multiple published translations of the play and the focus of the study is on the text as drama, as literature. In analyzing the works, it is mainly considered the way in which stylistic features (LEECH; SHORT, 2007) of Williams’ writing, as well as the composition of the main character of the play, Blanche Dubois and her peculiar speech, have been translated into Portuguese. Due to the critical and audience success of Williams’ play and its following rewritings (film, television, opera, ballet, etc.) (LEFEVERE, 1992), this character became one of the most striking elements of American popular mythology. Thus, it is relevant to observe the way in which this female figure was approached in the three translations of the work into Brazilian Portuguese. In addition, information about the agents of the translation process (translators, proofreaders, publishers) is explored, as well as aspects related to covers, back covers, collections and paratexts (GENETTE, 2009). With the development of Translation Studies and its descriptive field, it has come to be recognized that literary translation, especially theatrical/dramatic translation, involves issues that go beyond the linguistic scope, also invoking social, cultural, historical and political factors. In order to better analyze the literary and extra-literary circumstances related to the transfer of a work from one system to another, the Polysystems Theory by Itamar Even-Zohar (1990) was adopted, which was one of the bases for the establishment of the discipline with the contribution of theoreticians like Susan Bassnett (1980), Theo Hermans (1985), Gideon Toury (1980, 1995), André Lefevere (1992), Lawrence Venuti (1995), among others, whose works are also explored here. As methodology, the hypothetical scheme for describing literary translations developed by José Lambert and Hendrik Van Gorp (1985) is used as general parameter. From the analysis of selected examples of the three translations and their corresponding starting text, it is clear that the approaches of the translators are diverse. Pedreira (1976) seems to prefer strategies opposed to those of Viégas-Faria (2008). While Pedreira makes several omissions in his text, Viégas-Faria’s translation is expanded, explanatory and didactic, with punctual additions of text by the translator that are not in the starting text. Nikitin (2004) is more aligned with the starting text, reproducing, in Portuguese, features such as Williams’ characteristic punctuation and other elements of the text. In regards to the character Blanche, in Pedreira’s translation she has no depth, she is dull, submissive and resigned. In Nikitin and Viégas-Faria’s translation she is more aligned with the starting text and stands out the fact that Viégas-Faria composed her speech with more consideration. It is hoped with this dissertation to provide a contribution to the study of plays in multiple translations in Brazil and also to expand interest on the translation of dramatic works between different cultures. |
Unidade Acadêmica: | Instituto de Letras (IL) Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução (IL LET) |
Informações adicionais: | Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução, Programa de Pós-Graduação em Estudos da Tradução, 2017. |
Programa de pós-graduação: | Programa de Pós-Graduação em Estudos da Tradução |
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DOI: | http://dx.doi.org/10.26512/2017.03.D.24095 |
Aparece nas coleções: | Teses, dissertações e produtos pós-doutorado |
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