Arquiviagem : atravessamentos e aberturas no arquivo do artista

Abstract

A dissertação Arquiviagem: Atravessamentos e aberturas no arquivo do artista surge do desejo em investigar relações entre arte e arquivo a partir do fazer artístico. A pesquisa gira em torno do arquivo do artista como um espaço de subjetivação, experimentação, reflexão e desdobramento poético. É apresentado o arquivo virtual Arquiviagem, composto por fragmentos de produções artísticas experienciadas pelo autor em fluxos diversos. Publicado na internet, sob o domínio <http://arquiviagem.net/>, esse arquivo em sua página inicial exibe um diagrama composto por coleções norteadoras, as quais sugerem entradas a trajetos e derivas pelos seus conteúdos. A pesquisa explora o ato de caminhar – pela multiplicidade dos processos heterogêneos do arquivo – como gesto que busca reinventar o espaçotempo. Tal gesto sensível pelos percursos em Arquiviagem oferece margem ao encontro de aberturas. Atravessar o arquivo, ser atravessado por ele ou ainda perceber seus atravessamentos são maneiras de mobilizar articulações poéticas. A pesquisa se aprofunda no fazer artístico de impulso arquival, reflete sobre a trama complexa do arquivo como corpo da ação artística, obra contemporânea e método de pesquisa. Mais do que seu fim como armazenamento do presente determinado ou escolhido, mais do que a sistematização ou fixação de reminiscências, o arquivo do artista se propõe à produção de diferença e acesso ao inimaginável, condição na qual o artista pode realizar suas utopias, administrar seu caos, lançarse ao devir arte. A pesquisa se alimenta das contribuições de pensadores como Jacques Derrida e Michel Foucault, e de obras de artistas com Marcel Duchamp, Kurt Schwitters, Antoni Muntadas, Cristina Ribas, Mabe Bethônico, Ricardo Basbaum, entre outros que se debruçam sobre o arquivo como noção/obra/experiência de seu espaçotempo.