http://repositorio.unb.br/handle/10482/24648
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
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2017_PedroDinizAlves.pdf | 4,81 MB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir |
Título: | Canto em dueto e sistema de acasalamento do João-de-barro (Furnarius rufus) |
Autor(es): | Alves, Pedro Diniz |
Orientador(es): | Macedo, Regina Helena Ferraz |
Assunto: | Aves - canto Aves - comportamento Aves - reprodução Seleção social Animais - comportamento Dimorfismo sexual |
Data de publicação: | 26-Set-2017 |
Data de defesa: | 17-Jul-2017 |
Referência: | ALVES, Pedro Diniz. Canto em dueto e sistema de acasalamento do João-de-barro (Furnarius rufus). 2017. xiii, 223 f., il. Tese (Doutorado em Ecologia)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017. |
Resumo: | A seleção sexual é um dos principais mecanismos de evolução do canto em aves. No entanto, evidências apoiando essa ideia são amplamente baseadas em estudos com canto em machos, mesmo considerando que fêmeas cantem em mais de 70% das espécies de passeriformes, e parceiros reprodutores coordenem seus cantos em duetos em mais 18% das espécies de aves. A função adaptativa do dueto ainda não é bem compreendida e mais de oito hipóteses já foram propostas. O dueto pode surgir através de cooperação ou conflito entre parceiros reprodutores, e pode ser direcionado ao parceiro ou a indivíduos externos ao par reprodutor. Neste estudo, investiguei a função adaptativa dos cantos de fêmeas e machos em uma espécie que canta em dueto, analisando como a expressão desses cantos varia em diferentes contextos de territorialidade, socialidade e reprodução. O modelo de estudo foi o João-de-barro (Furnarius rufus; Aves: Furnariidae), uma espécie socialmente monogâmica, territorial durante todo o ano, aparentemente monocromática e com cantos sexo-específicos. Meus objetivos foram: 1) testar se as funções dos cantos em dueto variam com o sexo, papel no dueto (início ou resposta de canto) e nível de organização do dueto (individual ou casal), avaliando a relação entre expressão do canto, sazonalidade reprodutiva e ocorrência de interações territoriais; 2) investigar a resposta de parceiros reprodutores em grupos com ou sem filhotes jovens ao playback de solo de fêmea, solo de macho e dueto, testando indiretamente as funções desses tipos de canto; 3) descrever o sistema de acasalamento genético do João-de-barro e testar se o canto nessa espécie se correlaciona com a qualidade territorial e sucesso reprodutivo; 4) testar se o nível de coordenação do dueto sinaliza a qualidade ou motivação do casal em competir por territórios, por meio de um experimento de playback de cantos com níveis variados de coordenação temporal; e 5) testar se existe dimorfismo sexual e pareamento seletivo em tamanho do corpo ou coloração da plumagem, o que indicaria um papel da seleção sexual nessa outra modalidade sensorial. Os principais resultados do estudo foram: 1) parceiros reprodutores coordenaram a maioria dos seus cantos em duetos (61%), e machos iniciaram mais cantos do que fêmeas; a função do canto variou em função da interação entre sexo, papel no dueto e nível de organização do dueto, mas, em geral, foi relacionada à defesa de território e do vínculo social do casal; 2) parceiros foram coordenados e equivalentes na resposta aos playbacks de coespecíficos; playbacks de solos foram mais ameaçadores do que playbacks de duetos para casais sem jovens, enquanto playbacks de duetos ameaçaram mais casais com jovens do que playbacks de solos, indicando que a defesa do vínculo social é importante para casais sem jovens e a defesa de territórios é importante para casais com jovens; 3) a taxa de paternidade extrapar foi baixa (<4% dos ninhegos) e o sucesso reprodutivo foi alto (100% dos casais produziram pelo menos um juvenil); o investimento em canto pela fêmea e a duração do dueto se correlacionaram com a qualidade dos territórios, mas não com o sucesso reprodutivo do casal; 4) o nível de coordenação do dueto não indicou a qualidade ou motivação do casal na defesa territorial, visto que parceiros responderam de forma coordenada e equivalente a todos os playbacks coespecíficos; 5) foi encontrada evidência de monocromatismo sexual e pequeno (~4%) dimorfismo em tamanho, além de ausência de pareamento seletivo. Em conclusão, este estudo demonstra que parceiros reprodutores de João-de-barro coordenam seus cantos em dueto de forma cooperativa e por múltiplas razões, principalmente para defenderem território e o próprio vínculo social do casal. |
Abstract: | Sexual selection is one of the main forces driving the evolution of bird song. However, evidence supporting this idea comes mainly from studies conducted on male song, despite the fact that female song occurs in 71% of bird species and mated partners coordinate their songs in more than 18% of bird species. The function of duetting is poorly understood and more than eight hypotheses have been proposed to explain duet function. Duets may arise from cooperation or conflict between breeding partners and the duet participation may be directed at either partners or strangers. Here, I investigated the adaptive function of female and male songs in a duetting species, and associated song expression to different contexts of territoriality, sociality and reproduction. The study species was the Rufous Hornero (Furnarius rufus; Aves: Furnariidae), a Neotropical, socially monogamous, year-round territorial and apparently monochromatic bird species. Duets are composed by sex-specific song types in this species. My objectives were to: 1) verify whether song function in duets varies with sex, singing role (song initiation or song answering), and level of duet organization (individual or pair), examining the relation among song expression, breeding seasonality and occurrence of territorial interactions; 2) investigate the response of mated pairs with and without juveniles to the playback of female solo, male solo and duet, testing for functions of these song types; 3) describe the genetic mating system of the Rufous Horneros and test for fitness consequences (territorial quality and reproductive success) of song expression; 4) test the coalition quality hypothesis to explain the function of the degree of duet coordination in this species, through a playback experiment with duet stimuli varying in the degree of phrase coordination; and 5) test for sexual dimorphism and assortative mating relative to body size and plumage coloration, which could indicate a role of sexual selection in this sensory modality. Our main results were: 1) partners coordinated most of their songs into duets (61%), and males initiated more songs than females; song function depended on an interaction of sex, singing role and level of duet organization, but, in general, song function was related to territory defense and mutual mate guarding; 2) partners were coordinated and equivalent in playback responses; playback of solos were more threatening than playback of duets to pairs without juveniles, while the playback of duets threatened more pairs with juveniles than did playback of solos, indicating that mutual mate guarding is important to pairs without juveniles, and territory defense is important to pairs with juveniles; 3) extra-pair paternity was low (<4% of the nestlings) and breeding success was high (100% of the pairs produced at least one fledgling); female song rate and duet duration were correlated with territory quality, but not to breeding success; 4) the degree of duet coordination did not signal coalition quality or motivation of breeding partners to fight for territorial resources, because partners responded with equal aggressiveness and coordination all conspecific playbacks; 5) I found evidence of sexual monochromatism, slight (~4%) sexual dimorphism in body size and lack of assortative mating. In conclusion, this study showed that Rufous Hornero’s breeding partners coordinate their songs into duets in a cooperative way and for multiple purposes, especially for territory defense and guarding the social pair bond. |
Unidade Acadêmica: | Instituto de Ciências Biológicas (IB) |
Informações adicionais: | Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Ecologia, 2017. |
Programa de pós-graduação: | Programa de Pós-Graduação em Ecologia |
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