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Título: Psicodiagnóstico e avaliação penal : marginalização ou cuidado? : contribuições à luz da filosofia da linguagem
Autor(es): Marques, Felipe Diniz
Orientador(es): Costa, Ileno Izídio da
Assunto: Psicodiagnóstico
Psicologia forense
Psicologia comportamental
Filosofia da linguagem
Data de publicação: 31-Out-2017
Referência: MARQUES, Felipe Diniz. Psicodiagnóstico e avaliação penal: marginalização ou cuidado?: contribuições à luz da filosofia da linguagem. 2017. x, 179 f., il. Dissertação (Mestrado em Psicologia Clínica e Cultura)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017.
Resumo: O psicodiagnóstico é uma das práticas mais conhecidas da psicologia, sendo usado não só na área clínica, mas também no campo da avaliação forense e de risco. Com seus pressupostos, técnicas e instrumentos, este é um método de análise do psiquismo, comportamento e estrutura de personalidade que pressupõe uma aproximação entre o avaliador e o avaliado. No entanto, no contexto criminal, essa aproximação encontra entraves importantes que devem ser levados em consideração: transferências, contratransferências, penalização, criminalização, defesa social, reação social e mimetismo, para citar alguns. Em decorrência de tais entraves, muitas vezes o trabalho do psicólogo forense encontra desafios maiores, porquanto esta é a uma área de atuação na qual somos deparados com autores dos mais diversos crimes, o que, naturalmente, desencadeia uma série de afetos, crenças e comportamentos por parte do profissional. Nesta pesquisa, conduziu-se uma avaliação que buscasse se afastar dos mecanismos de exclusão, levando em consideração não só os resultados de testes e os estudos de psicopatologia, para agregar valor à voz deste tipo de pessoa. Além disso, se propõe uma avaliação do tipo interventiva, que possa servir não só para auxiliar o processo de responsabilização como também a promoção de bem-estar para aqueles que cometem crimes, visto que se acredita que o cuidado com estes leva a uma melhora na qualidade de vida, como também serve a fins de segurança pública ao reduzir as chances de reincidência criminal. Ou seja, trata-se de uma forma de avaliação que procura, direta ou indiretamente, beneficiar a todos, sejam vítimas ou autores de crimes. Como aporte teórico e metodológico, esta pesquisa fez uso da filosofia da linguagem e da análise do discurso, além de uma avaliação na qual foram utilizadas abordagens quantitativas, qualitativas, psicanalíticas, fenomenológicas, estruturais e sistêmicas. Os testes e técnicas utilizados foram: entrevista clínica, Rorschach pelo Método Compreensivo, Escala Hare (PCL-R), HCR-20 (Historical Clinical Risk Management-20), Genograma, Mapa de Rede, Exame Psíquico, além da análise discursiva. Este é um estudo de caso único holístico, cuja participante, de 32 anos de idades e nascida no Nordeste, está há 12 anos presa por homicídio. Como resultados, foi possível concluir que os laudos realizados antes desta pesquisa demonstram tanto aspectos de cuidado para com a pessoa avaliada, como também limitações, indicando que a prática forense necessita de maiores estudos, pesquisas e avanços. Além disso, a partir dos dados colhidos, identificamos sinais de sofrimento psíquico da pessoa avaliada e foi possível perceber que existe a possibilidade de intervenção psicológica que perpasse por uma avaliação cujos objetivos estejam pautados tanto na responsabilização como na promoção da saúde mental.
Abstract: O psicodiagnóstico é uma das práticas mais conhecidas da psicologia, sendo usado não só na área clínica, mas também no campo da avaliação forense e de risco. Com seus pressupostos, técnicas e instrumentos, este é um método de análise do psiquismo, comportamento e estrutura de personalidade que pressupõe uma aproximação entre o avaliador e o avaliado. No entanto, no contexto criminal, essa aproximação encontra entraves importantes que devem ser levados em consideração: transferências, contratransferências, penalização, criminalização, defesa social, reação social e mimetismo, para citar alguns. Em decorrência de tais entraves, muitas vezes o trabalho do psicólogo forense encontra desafios maiores, porquanto esta é a uma área de atuação na qual somos deparados com autores dos mais diversos crimes, o que, naturalmente, desencadeia uma série de afetos, crenças e comportamentos por parte do profissional. Nesta pesquisa, conduziu-se uma avaliação que buscasse se afastar dos mecanismos de exclusão, levando em consideração não só os resultados de testes e os estudos de psicopatologia, para agregar valor à voz deste tipo de pessoa. Além disso, se propõe uma avaliação do tipo interventiva, que possa servir não só para auxiliar o processo de responsabilização como também a promoção de bem-estar para aqueles que cometem crimes, visto que se acredita que o cuidado com estes leva a uma melhora na qualidade de vida, como também serve a fins de segurança pública ao reduzir as chances de reincidência criminal. Ou seja, trata-se de uma forma de avaliação que procura, direta ou indiretamente, beneficiar a todos, sejam vítimas ou autores de crimes. Como aporte teórico e metodológico, esta pesquisa fez uso da filosofia da linguagem e da análise do discurso, além de uma avaliação na qual foram utilizadas abordagens quantitativas, qualitativas, psicanalíticas, fenomenológicas, estruturais e sistêmicas. Os testes e técnicas utilizados foram: entrevista clínica, Rorschach pelo Método Compreensivo, Escala Hare (PCL-R), HCR-20 (Historical Clinical Risk Management-20), Genograma, Mapa de Rede, Exame Psíquico, além da análise discursiva. Este é um estudo de caso único holístico, cuja participante, de 32 anos de idades e nascida no Nordeste, está há 12 anos presa por homicídio. Como resultados, foi possível concluir que os laudos realizados antes desta pesquisa demonstram tanto aspectos de cuidado para com a pessoa avaliada, como também limitações, indicando que a prática forense necessita de maiores estudos, pesquisas e avanços. Além disso, a partir dos dados colhidos, identificamos sinais de sofrimento psíquico da pessoa avaliada e foi possível perceber que existe a possibilidade de intervenção psicológica que perpasse por uma avaliação cujos objetivos estejam pautados tanto na responsabilização como na promoção da saúde mental.
Unidade Acadêmica: Instituto de Psicologia (IP)
Departamento de Psicologia Clínica (IP PCL)
Informações adicionais: Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-graduação em Psicologia Clínica e Cultura, 2017.
Programa de pós-graduação: Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura
Licença: A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data.
Aparece nas coleções:Teses, dissertações e produtos pós-doutorado

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