http://repositorio.unb.br/handle/10482/33226
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
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2018_PedroAugustoDominguesMirandaBrandão.pdf | 2,36 MB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir |
Título: | Colonialidade do Poder e Direito : uma análise da construção do novo marco legal de acesso à biodiversidade (Lei nº 13.123/2015) |
Autor(es): | Brandão, Pedro Augusto Domingues Miranda |
Orientador(es): | Costa, Alexandre Bernardino |
Assunto: | Colonialidade do poder Biodiversidade Povos tradicionais Democracia Direito |
Data de publicação: | 17-Dez-2018 |
Data de defesa: | 26-Abr-2018 |
Referência: | BRANDÃO, Pedro Augusto Domingues Miranda. Colonialidade do Poder e Direito: uma análise da construção do novo marco legal de acesso à biodiversidade (Lei nº 13.123/2015). 2018. 304 f., il. Tese (Doutorado em Direito)—Universidade de Brasília, Brasília, 2018. |
Resumo: | O objetivo da tese é analisar as relações entre colonialidade do poder e o Direito. Nos primeiros capítulos, transitamos pelos principais conceitos da rede modernidade/colonialidade, sobretudo com base no trabalho de Aníbal Quijano, que apresenta a colonialidade do poder como um padrão de dominação ancorado na classificação étnico-racial da população mundial, organizada a partir de eixos que operam da seguinte forma: i) o capitalismo, como o controle do trabalho estruturante das formas históricas de exploração sob o predomínio da relação capital-trabalho, sendo a sua instituição hegemônica a empresa, que serve para controlar os recursos – inclusive os “naturais”; ii) o controle do sexo, sob a égide da família burguesa e patriarcal; iii) a autoridade coletiva, como instituição hegemônica para centralizar a dominação, sendo a violência organizada o seu recurso permanente e principal; e, iv) o controle da subjetividade, por meio da hegemonia do eurocentrismo. Na linha quijaniana, sem a ideia de “raça” nenhum dos âmbitos do poder teria suas características atuais, de forma que a questão racial e a exploração capitalista estão entrelaçadas nesta concepção teórica. No capítulo terceiro, investigamos as concepções teóricas de Boaventura de Sousa Santos (ecologia dos saberes) e Walter Mignolo (pensamento de fronteira/opção decolonial). Estas propostas contra-hegemônicas constituem importantes contribuições para pensar alternativas ao capitalismo racializado. No quarto capítulo, conectamos o debate decolonial ao campo jurídico, traçando a relação entre o colonialismo e a colonialidade na análise sobre a biodiversidade e as normas jurídicas regulamentadoras do tema, que revela tanto as novas formas de assalto colonialista quanto as resistências dos povos e comunidades tradicionais. No último capítulo da nossa tese, demonstramos como a operacionalização da colonialidade se deu sobre o Projeto de Lei que tramitou no Congresso Nacional brasileiro e originou o novo marco legal de acesso à biodiversidade (lei nº 13.123/2015). Para isso, a análise de cada um dos âmbitos da existência social (Quijano) é retomada com o objetivo de investigar a atualidade da colonialidade do poder na construção da referida legislação, a partir da investigação sócio-jurídica das notas taquigráficas do então projeto de lei. Enquanto num polo da disputa se verifica a ampla articulação entre o governo e os representantes empresariais, no outro lado da linha, os povos e comunidades tradicionais denunciam o déficit de sua participação e a retirada de seus direitos. Na nossa percepção conclusiva, por trás das regras e procedimentos que supostamente estabilizam o jogo democrático, há presente a marca da colonialidade do poder. As estratégias da colonialidade passam tanto por desconsiderar o que está positivado quanto pela criação de uma nova legalidade condicionada à colonialidade. |
Abstract: | The purpose of the thesis is to analyze the relationship between coloniality of power and Law. In the first chapters, we go through the main concepts of the modernity/coloniality network, especially from the work of Aníbal Quijano, who presents the coloniality of power as a pattern of domination anchored in the ethnic-racial classification of the world population. According to that work, coloniality is organized from power axes that operate as follows. First, capitalism through control of labor that shapes historical forms of exploitation under the dominance of capital-labor relationship, the enterprise, used to control resources – including the “natural” ones – being its hegemonic institution. Secondly, control of sex under the aegis of the bourgeois and patriarchal family. Third, collective authority as the hegemonic institution to centralize domination, organized violence being its main and permanent resource. Fourth and finally, the control of subjectivity, through the hegemony of Eurocentrism. In the Quijanian perspective, without the idea of “race” none of the scopes of power would have their current characteristics, so that the race issue and capitalist exploitation are intertwined in this theoretical conception. In the third chapter, we investigate the theoretical conceptions of Boaventura de Sousa Santos (ecology of knowledge) and Walter Mignolo (border thinking/decolonial option). These counter-hegemonic propositions are important contributions to the debate on possible alternatives to racialized capitalism. In the fourth chapter, we connect the decolonial debate and the legal field, tracing the relationship between colonialism and coloniality in face of the analysis of legislation regulating biodiversity, which reveals both new forms of colonialist assault and the Traditional Peoples and Communities resistance. In the last chapter of the thesis, we show how the operationalization of coloniality happened on the processing in Brazilian National Congress of the bill that originated the “new legal framework for access to biodiversity” (Law 13.123 / 2015). For this we resume the analysis of the scopes of social existence (Quijano), now in relation to the socio-juridical investigation of the shorthand notes of the bill at that time, in order to investigate the coloniality of power current state in the making of the mentioned above legislation. While on one side of the dispute there is a broad articulation between government and business representatives, on the other side Traditional Peoples and Communities report the participation deficit and the withdrawal of their rights. In our concluding perception, the sign of the coloniality of power is there behind the rules and the procedures that are supposed to stabilize the democratic game. The strategies of coloniality go so far as to disregard what is established in law as by the creation of a new legality conditioned to coloniality. |
Resumen: | El objetivo de la tesis es analizar las relaciones entre colonialidad del poder y Derecho. En los primeros capítulos, transitamos por los principales conceptos de la red modernidad/colonialidad, sobre todo con base en el trabajo de Aníbal Quijano, que presenta la colonialidad de poder como un patrón de dominación anclado en la clasificación étnico-racial de la populación mundial, organizada a partir de ejes de poder que actúan de la siguiente forma: i) el capitalismo, como el control del trabajo estructurante de las formas históricas de explotación bajo el predominio de la relación capital-trabajo, siendo su institución hegemónica la empresa, que sirve para controlar los recursos – incluso los “naturales”; ii) el control del sexo, bajo la familia burguesa y patriarcal; iii) la autoridad colectiva, como institución hegemónica para centralizar la dominación, que utiliza la violencia organizada como su recurso permanente y principal; y iv) el control de la subjetividad, mediante la hegemonía del eurocentrismo. En la línea quijaniana, sin la idea de “raza”, ninguno de los ámbitos del poder tendría sus rasgos actuales, de forma que la cuestión racial y la explotación capitalistas se entrelazan en esta concepción teórica. En el tercer capítulo, investigamos las concepciones teóricas de Boaventura de Sousa Santos (ecología de los saberes) y Walter Mignolo (pensamiento de frontera/opción decolonial). Esas propuestas contrahegemónicas constituyen importantes contribuciones para pensar alternativas al capitalismo racializado. En el cuarto capítulo, conectamos el debate decolonial al campo jurídico, estableciendo la relación entre el colonialismo y la colonialidad en el análisis sobre la biodiversidad y las normas jurídicas que rigen el tema. Identificamos, así, tanto las nuevas formas de asalto colonialista como las resistencias de los Pueblos y Comunidades Tradicionales. En el último capítulo de la tesis, demostramos cómo la colonialidad operó en el proyecto de ley que tramitó en el Congreso Nacional de Brasil y originó el “nuevo marco legal de acceso a la biodiversidad” (Ley nº 13.123/2015). Para eso, el análisis de cada uno de los ámbitos de la existencia social (Quijano) es retomada, a partir de la investigación sociojurídica de las notas taquigráficas de aquel proyecto, con el objetivo de investigar la actualidad de la colonialidad del poder en la construcción de dicha legislación. Mientras en un polo de la disputa se verifica la amplia articulación entre el gobierno y los representantes empresariales, vemos, al otro polo, los Pueblos y Comunidades Tradicionales, que denuncian el déficit de su participación y la retirada de sus Derechos. En nuestra percepción conclusiva, detrás de las reglas y procedimientos que supuestamente estabilizan el juego democrático, se hace presente la marca de la colonialidad del poder. Las estrategias de la colonialidad pasa tanto por desconsiderar las normas de derecho positivo como por la creación de una nueva legalidad condicionada por la colonialidad. |
Informações adicionais: | Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Direito, Programa de Pós-Graduação em Direito, Doutorado em Direito, 2018. |
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