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Título: Efeito modulador do consumo alcoólico no comportamento de ratos privados do sono
Autor(es): Dumaszak, Raquel Elisabeth
Orientador(es): Ferreira, Vania Maria Moraes
Assunto: Sono
Sono - privação
Alteração cognitiva
Alterações comportamentais
Álcool - efeito fisiológico
Data de publicação: 27-Fev-2019
Referência: DUMASZAK, Raquel Elisabeth. Efeito modulador do consumo alcoólico no comportamento de ratos privados do sono. 2018. 54 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências do Comportamento)—Universidade de Brasília, Brasília, 2018.
Resumo: O sono é essencial para saúde mental e física, sendo que suas alterações ou privações podem alterar vários aspectos comportamentais e cognitivos, interferindo na qualidade de vida. Nos últimos anos muito tem se observado em relação a diversidade de alternativas usadas para interferir no tempo de sono. O álcool, por exemplo, está relacionado a este cenário, uma vez que é consumido como alternativa para induzir o sono e, nos momentos de lazer, é usado para reduzir os níveis de ansiedade e estresse. No entanto, muitas são as evidências contraditórias a respeito dessa interação álcool x sono, sendo este o objeto de estudo deste trabalho. O objetivo desta pesquisa, portanto, foi investigar as alterações comportamentais e cognitivas decorrentes do consumo de etanol (EtOH) em ratos privados de sono. Para tal, foram utilizados 49 ratos Wistar, fêmeas, com cerca de 3 meses de idade, pesando em torno de 300 g, privados de sono por 24 h ou 48h, em um modelo de plataforma múltipla. Os ratos foram divididos aleatoriamente em 7 grupos (n=7 cada): Controle (C), Privação de sono (PS), EtOH administrado 24h (EtOH24h) ou 48h (EtOH48h) antes dos testes experimentais, Privação de Sono durante 24h (PS24h) ou 48h (PS48h), e EtOH + Privação de Sono durante 24h (EtOH+PS24h) ou 48h (EtOH+PS48h). O EtOH (1 g/kg) foi administrado por gavagem, tendo como controle a água de torneira. Os modelos experimentais utilizados foram campo aberto (locomoção), labirinto em cruz elevado (LCE - ansiedade) e esquiva inibitória do tipo “step down” (aprendizagem/memória de curta duração - MCD). Após essas avaliações, os animais foram anestesiados para a coleta de amostras sanguíneas por punção cardíaca para a dosagem bioquímica de cortisol. Em um contexto geral, observou-se que os animais privados de sono se apresentaram em uma condição de relaxamento, decorrente do cansaço físico que mascarou os resultados obtidos mostrando, desta maneira, resultados sugestivos de redução de níveis de ansiedade/estresse e aumento da aprendizagem. O EtOH, independente da dose e do tempo de administração, aumentou o percentual de entradas e o tempo de permanência nos braços abertos, sem alterar a atividade locomotora, mostrando especificidade da resposta ansiolítica, que contribuiu, até certo ponto, para a maior latência na plataforma da esquiva inibitória. Esta resposta, entretanto, não foi observada nos animais privados de sono, visto que EtOH prejudicou ainda mais a performance dos animais no teste da esquiva inibitória. Dessa maneira, conclui-se que, dependendo dos testes experimentais investigados, o modelo de plataforma múltipla constitui uma boa alternativa para se avaliar a PS comparada ao que acontece em humanos. O EtOH, por sua vez, afeta a performance dos sujeitos privados de sono, de uma maneira dependente do tempo da privação.
Abstract: Sleep is essential for mental and physical health, and their issues or deprivations are protected by behavioral and cognitive behavior, interfering with quality of life. In recent years much has been seen in relation to a diversity of alternatives used to interfere in sleep time. Alcohol, for example, is related to this scenario as it is consumed as an alternative to induce sleep and, in leisure times, it is used to reduce levels of anxiety and stress. However, many contradictory variables refer to the exchange of alcohol x sleep, being this the object of study of this work. The objective of this research, therefore, was to investigate the behavioral and cognitive alterations on the consumption of ethanol (EtOH) in deprived rats of sleep. For this, 49 female Wistar rats, about 3 months old, weighing around 250 g, deprived of sleep for 24 hours or 48 hours, were used in a multiple platform model. The rats were randomly divided into 7 groups (n = 7 each): Control (C), Sleep Deprivation (SD), EtOH administered 24h (EtOH24h) or 48h (EtOH48h) before the experimental tests, Sleep Deprivation for 24h (SD24h) or 48h (SD48h), and EtOH + Sleep Deprivation for 24h (EtOH + SD24h) or 48h (EtOH + SD48h). EtOH (1 g/kg) was administered by gavage, having tap water as the control. The experimental models used in this research were open field (locomotion), elevated plus maze (EPM - anxiety) and “step down” inhibitory avoidance (learning/short term memory). After these evaluations, the animals were anesthetized to collect blood samples by cardiac puncture for the biochemical measurement of cortisol. In a general context, it was observed that sleep-deprived animals presented a relaxation condition due to physical fatigue, which masked the results obtained, thus showing suggestive results of reduction of anxiety/stress levels and increase of learning. EtOH, regardless of dose and time of administration, increased the percentage of open arms entries and time spent in those arms, without altering the locomotor activity, showing specificity of the anxiolytic response, which contributed, to some extent, to the higher latency in the platform of inhibitory avoidance. This response, however, was not observed in sleep deprived animals, since EtOH further impaired the performance of the animals in the inhibitory avoidance test. In this way, it is concluded that, depending on the experimental tests investigated, the multiple platform model is a good alternative to evaluate SD compared to what happens in humans. EtOH, in turn, affects the performance of sleep-deprived subjects, in a manner dependent on the time of deprivation.
Informações adicionais: Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Departamento de Processos Psicológicos Básicos, Programa de Pós-Graduação em Ciências do Comportamento, 2018.
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