Utilização de resíduos de biomassa do Distrito Federal para fins energéticos

Abstract

Dentre todos os usos da biomassa agroflorestal, a geração de energia pode ser considerada uma das mais expressivas. O Brasil é o país que mais possui vantagens para liderar a agricultura de energia, pois, como grande produtor agrícola, gera expressiva quantidade de biomassa residual nos processos resultantes da colheita e processamento de diversos produtos agropecuários. Uma das maneiras de utilização de biomassa como fonte energética é através do seu densificação em forma de pellets e briquetes. Este trabalho objetivou identificar as características físicas, químicas e energéticas de dez tipos de resíduos da agroindústria coletados na região do Distrito Federal e aplica-los à tecnologias de compactação de biomassa (pellets e briquetes), bem como analisar a viabilidade econômica da produção dos mesmos. Os resíduos in natura que apresentaram as características mais desejáveis para geração de energia foram: madeira de madeireira, madeira de construção civil, palha de milho e sabugo de milho. As quirelas de milho e de sorgo não apresentaram aptidão devido o excesso de amido. Os resíduos que melhor se adaptaram em forma de pellets foram palhada de milho, feijão e sabugo. Somente a madeira de madeireira não conseguiu se transformar em pellets. Quanto à formação de briquetes, todos os resíduos foram compactados, com destaque para madeira de madeireira, feijão, madeira de construção civil e milho palhada, que formaram briquetes firmes e sem rachaduras. Na análise econômica que simulou a produção em diferentes cenários, apenas os pellets se mostraram viáveis em escala industrial. O elevado investimento inicial e menor preço no mercado, inviabilizaram o fluxo de caixa na produção de briquetes em todos os cenários.