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Título: Resiliência em doenças crônicas : associação com ansiedade, depressão, variáveis sociodemográficas e clínicas
Autor(es): Pinto, Lyris Meruvia
Orientador(es): Seidl, Eliane Maria Fleury
Assunto: Doenças crônicas
Psicologia da saúde
Depressão mental
Ansiedade
Resiliência
Data de publicação: 11-Mar-2020
Referência: PINTO, Lyris Meruvia. Resiliência em doenças crônicas: associação com ansiedade, depressão, variáveis sociodemográficas e clínicas. 2019. xi, 76 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia Clínica e Cultura)—Universidade de Brasília, Brasília, 2019.
Resumo: A alta prevalência de doenças crônicas na população geral se configura como um desafio aos sistemas de saúde do mundo, tendo em vista as mudanças de estilo de vida exigidas, bem como a complexidade dos tratamentos disponíveis. Viver com doenças crônicas pode ser um fator estressor que tende a acarretar comprometimentos não apenas físicos, mas também psicológicos e sociais. A forma como as pessoas enfrentam o adoecimento e/ou situações estressoras ao longo da vida é singular e neste sentido o conceito de resiliência aponta para formas bem sucedidas de lidar com adversidades de modo a minimizar o impacto sofrido, evitando o adoecimento psíquico. O presente estudo teve como objetivo principal avaliar os níveis de resiliência, depressão e ansiedade de pessoas com diagnóstico de doenças crônicas e sua associação com variáveis sociodemográficas e médico-clínicas. Participaram 124 pessoas com diagnóstico de doenças crônicas: HIV/aids (n=30), diabetes mellitus (n=30), hipertensão arterial sistêmica (n=30), lupus eritrematoso sistêmico (n=15) e disfunção renal crônica (n=19). Os dados foram coletados nos ambulatórios de especialidades clínicas de um hospital universitário entre junho de 2018 e março de 2019. Os instrumentos usados foram questionários sociodemográfico e médico-clínico, Escala de Resiliência de Connor-Davidson para brasileiros, o Inventário Beck de Ansiedade Anxiety e o Inventário Beck de Depressão. Em relação à caracterização sociodemográfica, 54% dos participantes eram do gênero feminino, a média de idade foi de 49,56 anos (DP=13,99), a maior parte da amostra (31,5%) havia cursado o ensino fundamental incompleto, 43,5% viviam com companheiro(a), 31,7% dos participantes tinham renda entre dois e três salários mínimos. O tempo médio de diagnóstico foi de 10,9 anos (DP=7,8). Os resultados apontaram que os escores médios de resiliência tiveram pouca variabilidade entre as cinco condições crônicas, sendo que a média para a amostra total foi igual a 77,10 (DP=12,39), escore que é considerado satisfatório. No que tange aos níveis de ansiedade, 47,58% dos participantes apresentaram ansiedade mínima e 27,42% ansiedade moderada a severa. O escore médio de ansiedade foi maior em mulheres (15,12) do que em homens (12,35). Na amostra total, 58,87% dos participantes apresentaram níveis mínimos de depressão, sendo que as mulheres apresentaram média de 14,42 e os homens de 13,21. Foi evidenciada correlação positiva significativa entre resiliência e autoavaliação do estado de saúde na amostra total; e correlação negativa significativa entre níveis de depressão e ansiedade e autoavaliação do estado de saúde. Foram observadas correlações positivas significativas entre níveis de ansiedade e de depressão para todas as condições crônicas estudadas e para a amostra total. No que tange à correlação negativa entre resiliência e depressão, os resultados foram significativos para os participantes com LES, DM e na amostra total. Na amostra total, verificou-se ainda correlação negativa significativa entre resiliência e ansiedade. O estudo evidenciou que há uma parcela da população com diagnóstico de doenças crônicas que vivencia sofrimento psíquico importante, o que pode ter repercussões na qualidade de vida dessas pessoas. As equipes de saúde devem estar atentas a essas possibilidades a fim de intervir e/ou encaminhar as demandas para o profissional psicólogo, tendo em vista as repercussões do adoecimento crônico, seu impacto social, emocional e nas relações humanas. Ressalta-se, porém, que a maior parte da amostra apresentou níveis satisfatórios de resiliência e escores mínimos a leves de ansiedade e depressão, indicando que a maioria dos participantes desenvolveu estratégias para manejar as situações estressoras de modo a minimizar os efeitos nocivos das mesmas.
Abstract: The high prevalence of chronic diseases in the general population is a challenge to the world's health systems, given the required lifestyle changes as well as the complexity of available treatments. Living with chronic diseases can be a stressor that tends to lead to not only physical, but also psychological and social compromises. The way in which people cope with illness and / or stressful situations throughout their lives is unique and in this sense the concept of resilience points to successful ways to deal with adversity in order to minimize the impact suffered, avoiding psychic illness. The present study aimed to evaluate the resilience, depression and anxiety levels of people diagnosed with chronic diseases and their association with sociodemographic and medical-clinical variables. Participants were 124 people diagnosed with chronic diseases: HIV / AIDS (n = 30), diabetes mellitus (n = 30), systemic arterial hypertension (n = 30), systemic lupus erythematosus (n = 15) and chronic renal dysfunction (n = 19). Data were collected at clinical specialty outpatient clinics of a university hospital between June 2018 and March 2019. The instruments used were sociodemographic and physician-clinical questionnaires, Connor-Davidson Resilience Scale for Brazilians, the Beck Anxiety Inventory and Beck Depression Inventory. Regarding socio-demographic characterization, 54% of participants were female, the average age was 49.6 years (SD=13.99), most of the sample (31.5%) had completed elementary school, 43.5% lived with a partner, 31.7% of participants had income between two and three minimum wages. The average time since diagnosis was 10.9 years (SD=7.8). The results showed that the average resilience scores had little variability among the five chronic conditions, and the average for the total sample was 77.10 (SD=12.39). This resilience score is considered satisfactory. Regarding anxiety levels, 47.58% of participants had minimal anxiety and 27.42% had moderate to severe anxiety. The average anxiety was higher in women (15.12) than in men (12.35). In the total sample, 58.87% of participants had minimum levels of depression, with women having an average of 14.42 and men with 13.21. There was a significant positive correlation between resilience and self-rated health in the total sample; and significant negative correlation between depression and anxiety levels and self-rated health. Significant positive correlations were observed between anxiety and depression levels for all chronic conditions studied and for the total sample. Regarding the negative correlation between resilience and depression, the results were significant for participants with SLE, DM and in the total sample. In the total sample, there was also a significant negative correlation between resilience and anxiety. The study showed that there is a portion of the population diagnosed with chronic diseases that experiences significant psychological distress, which may have repercussions on the quality of life of these people. Health teams should be aware of these possibilities in order to intervene and / or forward the demands to the professional psychologist, considering the repercussions of chronic illness, its social, emotional impact and in human relations. However, it is noteworthy that most of the sample presented satisfactory levels of resilience and minimum to mild anxiety and depression scores. This suggests that most participants developed strategies to manage stressful situations in order to minimize their harmful effects.
Unidade Acadêmica: Instituto de Psicologia (IP)
Departamento de Psicologia Clínica (IP PCL)
Informações adicionais: Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-graduação em Psicologia Clínica e Cultura, 2019.
Programa de pós-graduação: Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura
Licença: A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data.
Aparece nas coleções:Teses, dissertações e produtos pós-doutorado

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