Mitos sobre a relevância do ensino do sistema ABO e uma sequência didática visando minimizar equívocos acerca desse tema

Abstract

Atualmente, muito se tem discutido sobre estratégias para o sucesso no aprendizado dos estudantes dos vários segmentos da educação, para evitar a abundância de conteúdo e estimular o questionamento, para que o estudante se torne o personagem principal do seu conhecimento. Neste sentido, torna-se imprescindível, por parte dos profissionais que trabalham nesta área, a busca constante de atualização do conhecimento. Diante disso, o estudo visa responder à seguinte questão: “Há mitos quanto à importância e a finalidade do ensino do sistema sanguíneo ABO para o Ensino Médio considerando o conhecimento atual sobre o tema?”. OBJETIVO: Geral: Verificar se há mitos quanto à importância e a finalidade do ensino do sistema sanguíneo ABO para o Ensino Médio considerando o conhecimento atual sobre o tema e propor estratégia para minimizar os potenciais problemas. Específicos: identificar as razões pelas quais o professor do ensino médio considera importante saber o seu próprio grupo sanguíneo ABO; identificar a importância e finalidade do professor do ensino médio em ensinar o assunto; avaliar se os livros didáticos trabalham o conteúdo ABO à luz dos conhecimentos atuais sobre o tema e elaborar uma sequência didática sobre o tema. MÉTODO: Trata-se de uma pesquisa quantitativa de caráter descritivo. O estudo foi realizado na Universidade de Brasília - DF, tendo como participantes professores do ensino médio, da Rede Pública de ensino, matriculados no mestrado profissional. Foi utilizado para coleta de dados um questionário. Também foram apreciados livros didáticos de Biologia para o Ensino Médio. RESULTADO: Participaram do estudo 41 professores, 58,5%, entre 30 a 40 anos e 95,1% conheciam o seu tipo sanguíneo ABO, seguindo a ordem O>A>B>AB. As principais finalidades de se abordar o assunto foram trabalhar conteúdos de Genética e alelos múltiplos e citaram, como fatores importantes de conhecer o tipo sanguíneo, em casos de doação e emergências. Ademais, foram analisadas 9 coleções de livros. DISCUSSÃO: Uma das motivações dos participantes em ensinar o sistema ABO foram relacionada às emergências, porém, o conhecimento do seu próprio VIII grupo sanguíneo, como o constante em documentos e capacetes de motociclistas não é suficiente para procedimentos médicos que têm protocolos e resolução próprios. Com relação à apreciação dos livros de Biologia do Ensino Médio, observou-se a necessidade de desmistificar temas como doador e receptor universal, e também de que alguns grupos sanguíneos são mais suscetíveis a determinadas doenças que outros. CONCLUSÃO: O estudo possibilitou conhecer a importância e a finalidade dada pelos professores sobre o assunto sistema sanguíneo ABO. Espera-se que a presente pesquisa traga contribuições para um amadurecimento das discussões sobre assunto e uma forma particular de abordar o sistema sanguíneo ABO, a fim de minimizar os equívocos e mitos relacionados a este assunto.