Perfil e expectativas quanto ao mercado de trabalho dos alunos do curso de Odontologia da Universidade de Brasília e Universidade Católica de Brasília

Abstract

As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para os cursos de odontologia foram implementadas em 2002, dessa forma todas as Instituições de Ensino Superior a partir desse ano tiveram que adequar os conteúdos programáticos, bem como a formação de cirurgiões dentistas conforme as DCNs e adequados para o SUS. Outra política implementada foi a democratização na forma de ingresso dos acadêmicos, ao Ensino Superior (ES), por meio do Sistema de Cotas e pelo Prouni. Diante dessas políticas, é válida uma avaliação dos acadêmicos dos cursos de Odontologia. O objetivo do estudo foi avaliar o perfil e expectativas quanto ao mercado de trabalho dos acadêmicos do último ano dos cursos de Odontologia de duas Instituições de Ensino Superior (Pública e Privada), em uma cidade do centro-oeste do Brasil. O desenho do estudo foi observacional, transversal e descritivo. A amostra foi composta pelos acadêmicos do último ano, potenciais formandos do ano de 2019, dos cursos de odontologia, de duas Instituições de Ensino Superior (público e privada) analisadas. Foi aplicado um questionário autoaplicável a todos os acadêmicos do último ano das duas instituições, a porcentagem de resposta foi de 90% somando as duas instituições, totalizando (n=100) questionários respondidos, nenhum foi excluído. O questionário apresentava perguntas referentes ao perfil sociodemográfico dos acadêmicos, forma de inclusão no ES, histórico familiar, as disciplinas de maior interesse durante o curso e expectativas quanto ao mercado trabalho. Posteriormente, utilizou-se a estatística descritiva para expressar os resultados como média, desvio padrão (DP), frequências absoluta e relativa e as análises estatísticas foram realizadas por meio dos testes qui-quadrado e exato de Fisher, sendo este último usado para os casos em que as frequências esperadas foram menores que cinco. O nível de significância adotado foi de 5% (α = 0,05). Os dados foram tabulados e analisados no IBM SPSS Statistics for Windows (IBM SPSS. 21.0, 2012, Armonk, NY: IBM Corp.). Os resultados encontrados foram que os acadêmicos são em maioria mulheres, jovens, os quais residiam em Brasília antes de iniciarem a graduação e são financiados pelos pais. A porcentagem de (15,3%) dos acadêmicos ingressaram nas universidades por meio de programas de inclusão (Lei de cotas e Prouni), a maioria 6 dos acadêmicos aprovam os programas de acesso ao ES. A maior parte dos acadêmicos almeja prestar concurso público, trabalhar em zonas rurais e emigrar para países ricos, caso tenham oportunidades de emprego. As DCNs ainda não foram implantadas de forma plena nas instituições estudadas. Os programas de acesso ao ES estão mudando o perfil dos acadêmicos de odontologia, mesmo que de forma discreta, porém o mercado de trabalho e práticas privadas parecem ser os motivadores da formação em Odontologia nessas instituições.