http://repositorio.unb.br/handle/10482/38969
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
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2020_MartaMariaRöheSalomon.pdf | 6,22 MB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir |
Título: | Quem disputa o Matopiba? Interesses e sustentabilidade na fronteira agrícola |
Autor(es): | Salomon, Marta Maria Röhe |
Orientador(es): | Toni, Fabiano |
Assunto: | Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) Fronteira agrícola Cerrados Governança Sustentabilidade Análise de discurso |
Data de publicação: | 3-Jul-2020 |
Data de defesa: | 4-Fev-2020 |
Referência: | SALOMON, Marta Maria Röhe. Quem disputa o Matopiba? Interesses e sustentabilidade na fronteira agrícola. 2020. 154 f., il. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Sustentável)—Universidade de Brasília, Brasília, 2020. |
Resumo: | Em 2015, o governo federal delimitou, oficialmente, a região do Matopiba, composta por 337 municípios de quatro Estados (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), território onde avança extensa fronteira agrícola, comandada pela soja, principal produto de exportação do Brasil. O Matopiba constitui mais de 10% da produção nacional do grão. Projeções do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento indicam que tanto a produção de grãos como a área plantada dobrarão nessa região em período de dez anos, até a safra de 2028/2029. O Matopiba representa, também, parcela do bioma Cerrado e reúne os maiores remanescentes de vegetação nativa deste, ao mesmo tempo rico em biodiversidade e ameaçado. Esta tese retoma questão da literatura sobre fronteiras agrícolas sobre se fronteiras orientadas pela demanda global por commodities avançam com sacrifício ambiental ou constituem oportunidade de conservação. Para responder a essa pergunta, em contexto ampliado de sustentabilidade, foram identificados, com base na análise dos discursos, quatro conjuntos de atores, na forma de coalizões de produtores rurais, de organizações populares, de ambientalistas e de compradores de soja. Essas coalizões compartilham crenças e atuam de forma coordenada para expansão da fronteira, para barrá-la ou, ainda, para conter o desmatamento, que acompanha seu avanço. As articulações entre coalizões esbarram na difícil conciliação de interesses. Se a Moratória da Soja na Amazônia conseguiu frear o desmatamento na floresta desde 2006, as negociações para conter o desmatamento no Cerrado esbarram no "direito de conversão" defendido por produtores rurais e relativizam os compromissos com a sustentabilidade assumidos pelas grandes tradings. O tema de garantia de territórios a comunidades tradicionais no Matopiba encontra negociações ainda incipientes. A sustentabilidade, como entendida em acordos internacionais, tem sido relegada a um segundo plano. |
Abstract: | In 2015, the Brazilian Federal Government officially established the region known as Matopiba, which includes 337 municipalities spread over four Brazilian states (Maranhão, Tocantins, Piauí and Bahia). Matopiba is strongly impacted by an advancing agricultural frontier driven by soybeans, Brazil’s top export commodity. The region accounts for over 10% of Brazil’s soybean production, and the Brazilian Ministry for Agriculture, Livestock and Food. Supply projects that both soy production and cultivated area will more than double over the next ten years, i.e. by the 2028/2029 harvest. Matopiba also covers a portion of the Cerrado biome, and includes the largest remaining areas of native Cerrado vegetation, which is both rich in biodiversity and highly threatened. This study picks up on an issue already discussed in the literature regarding agricultural frontiers: whether frontiers driven by global demand for commodities advance to the detriment of the environment, or whether they may offer opportunities for conservation. In order to answer this question taking into account a wider sustainability context, we have applied discourse analysis techniques to identify four sets or groups of stakeholders, i.e., farmers, people’s organization, environmentalists and buyers. These coalitions share beliefs and act concertedly either to push these frontiers even further, or to prevent their expansion, or yet to prevent any resulting deforestation. However, conciliating their different interests is often difficult, so is their successful interaction. While Brazil’s Soy Moratorium in the Amazon has managed to curb deforestation since 2006, negotiations to contain deforestation in the Cerrado have found resistance in the “right to conversion” advocated by farmers, in an attempt to relativize the commitments to sustainability undertaken by large trading organizations. Negotiations relating to traditional communities’ right to land in Matopiba are still in their early stages, and sustainability, as understood under international agreements, has been relegated to the background. |
Resumen: | En 2015, el gobierno federal de Brasil delimitó oficialmente la región de Matopiba, integrada por 337 municipios de cuatro Estados (Maranhão, Tocantins, Piauí y Bahía), territorio en el que se expande la frontera agrícola, especialmente de soja, principal producto de exportación. Matopiba responde por más de 10% de la producción nacional de granos. Proyecciones del Ministerio de Agricultura, Ganadería y Abastecimiento indican que tanto la producción de granos como el área de plantío crecerán más del doble en esa región en un periodo de diez años, hasta la cosecha de 2028/2029. Matopiba es también parte del bioma Cerrado y conserva los mayores remanecientes de la vegetación nativa del Cerrado, que al mismo tiempo de tener gran diversidad se encuentra amenazado. Esta investigación recupera el tema de los trabajos sobre fronteras agrícolas, sobre si las fronteras orientadas por la demanda global por commodities avanzan con sacrificio ambiental o constituyen una oportunidad de conservación. Para responder a la pregunta en un contexto ampliado de sustentabilidad, fueron identificados, a partir del análisis de los discursos, cuatro conjuntos de actores, en la forma de coaliciones de productores rurales, de organizaciones populares, de ambientalistas y de compradores de soja. Esas coaliciones comparten criterios y actúan de forma coordinada en la expansión de la frontera, para detenerla o también para frenar el desmate que supone su avance. Las articulaciones entre coaliciones enfrentan la difícil conciliación de intereses. Si la Moratoria de la Soja en la Amazonía pudo frenar el desmate en el bosque desde 2006, las negociaciones para contener el desmate en el Cerrado se detuvieron en el “derecho de conversión” defendido por productores rurales y relativizan los compromisos con la sustentabilidad asumidos por las grandes tradings. El tema de la garantía de respeto a los territorios de comunidades tradicionales en el Matopiba se encuentra en negociaciones todavía incipientes. La sustentabilidad, como es entendida en acuerdos internacionales, ha sido relegada a un segundo plano. |
Résumé: | En 2015, le gouvernement fédéral a officiellement délimité la région du Matopiba, composée de 337 municipalités dans quatre États (Maranhão, Tocantins, Piauí et Bahia), un territoire où avance une vaste frontière agricole, dominée par le soja, principal produit d'exportation du Brésil. Le Matopiba représente en effet plus de 10 % de la production nationale de céréales. Les projections du Ministère de l'Agriculture, de l'Élevage et de l'Approvisionnement indiquent qu’aussi bien la production de céréales que la superficie plantée vont plus que doubler dans cette région dans les dix prochaines années. La région représente également une partie du biome Cerrado, dont elle contient les plus grands vestiges de végétation d’origine, à la fois riche en biodiversité et menacée. Cette recherche reprend un angle de la littérature sur les frontières agricoles, et interroge si celles-ci, tournées vers la demande mondiale de matières premières, avancent au prix de sacrifices environnementaux, ou si elles constituent une opportunité de conservation. Pour répondre à cette question dans un contexte plus large de durabilité, quatre ensembles, sous forme de coalitions d'acteurs, ont été identifiés à partir de l'analyse du discours : les producteurs ruraux, les organisations populaires, les écologistes et les importateurs de soja. Ces coalitions partagent des croyances et agissent de manière coordonnée pour étendre la frontière ou pour l'arrêter, ou encore pour contenir la déforestation qui accompagne sa progression. Les articulations politiques se heurtent cependant à la difficile conciliation des intérêts. Si le Moratoire du Soja en Amazonie a contribué à freiner la déforestation des forêts en Amazonie depuis 2006, les négociations pour enrayer la déforestation dans le Cerrado entrent en conflit avec le « droit à la conversion » revendiqué par les producteurs ruraux, et relativisent les engagements en faveur de la durabilité pris par les grandes entreprises commerciales. [Par ailleurs], la négociation concernant la garantie de territoires pour les communautés traditionnelles dans la région du Matopiba, se trouve encore à un stade initial. La durabilité, telle qu'elle est prévue dans les accords internationaux, a été reléguée au second plan. |
Unidade Acadêmica: | Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS) |
Programa de pós-graduação: | Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável |
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Aparece nas coleções: | Teses, dissertações e produtos pós-doutorado |
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