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Título: Um olhar transatlântico sobre o Espanhol e suas políticas linguísticas : do(s) discurso(s) às práticas
Autor(es): Pereira Filho, Cesário Alvim
E-mail do autor: cesape@gmail.com
Orientador(es): Silva, Kleber Aparecido da
Assunto: Política linguística
Planejamento linguístico
Língua espanhola - estudo e ensino
Data de publicação: 22-Mar-2021
Referência: PEREIRA FILHO, Cesário Alvim. Um olhar transatlântico sobre o Espanhol e suas políticas linguísticas: do(s) discurso(s) às práticas. 2020. 284 f., il. Tese (Doutorado em Linguística)—Universidade de Brasília, Brasília, 2020.
Resumo: Esta pesquisa nasce de um questionamento como docente sobre o status quo da língua espanhola. Entendê-lo pressupõe a apreensão do valor da língua, aferido por agências de fomento do idioma, por meio de sua(s) política(s) linguística(s). Políticas linguísticas (PL) e planejamento linguístico constituem uma moeda com duas faces em que a sua execução (política linguística), a posteriori, reverbera um planejamento linguístico a priori. Este se desdobra em três planejamentos (corpus, status e aquisição). Outros conceitos permeiam o campo interdisciplinar da PL, tais como: poder e ideologia, estado, nação, língua, ideário, etc. A esses somam-se fatores de ordem política, histórica, social e econômica implicados na escolha de (um)a língua oficial e em sua promoção como língua internacional. Esta última apresentada como sendo algo único, indivisível, ênfase dos discursos(s) da política linguística do espanhol, promovido pela península, que concebe o espanhol como língua comum. Compreender este conceito peninsular de uma suposta língua una e a atual promoção do espanhol como língua internacional requer a análise do subjacente à esta proposta, fato que remonta ao Hispano-americanismo, século XIX, resultado de ideias e sentimentos, fruto do diálogo construído com a aproximação da Espanha às nações hispano- americanas independentes da coroa espanhola. Esta ação tinha como base os seguintes critérios: a origem (raça), a religião e a língua. Destes três, a língua se destacou por ser elo de união linguístico entre os países e, igualmente, porque os Estados-nações buscavam uma face identitária para a construção dos Estados recém-criados, e viram na língua o elemento que os constituía e sob a qual seriam governadas, na acepção de Calvet (2007). Esse conceito de língua, no século XXI, transposto para a Hispanofonia, como concepção ideológica, Del Valle, (2007) que o Estado espanhol denomina como Política Linguística Pan-hispânica, remonta aos anos 90, pela Real Academia Espanhola. Nos dias atuais, a promoção do espanhol como língua estrangeira envolve, além da Espanha, outros países hispano-americanos como, por exemplo, a Argentina. Objetivando entender este atual processo, no século XXI, tomam-se textos produzidos na Espanha e na Argentina e, por meio de uma análise de seus fios discursivos, busca-se compreender como estes países se posicionam sobre suas(s) política(s) linguísticas, no intuito de identificar as ideologias relacionadas às políticas linguísticas desse idioma. Entendida a PL como ação e intervenção do Estado sobre a língua e o planejamento linguístico, especialmente o da aquisição, no ensino de uma língua materna e estrangeira que para a sua efetivação conta com escolas e sujeitos/professores, isso suscita, entre outras, a indagação de qual a posição desse sujeito, neste processo, o de repetir a norma proposta pelo Estado, corroborando com o modelo normativo estatal ou repensar a língua, por meio da visão ampla da língua(gem). Neste último caso, isso irá exigir reflexão apoiada na Linguística Aplicada Crítica (LAC) em que os sujeitos implicados, professores e linguistas, por meio de políticas educativas que coadunam o político e o pedagógico (Tello, 2013) agiriam no planejamento da aquisição de uma língua internacional, não repetindo um modelo, a norma, mas (re)pensando a aquisição de uma língua e o seu amplo mosaico como língua(gem) que compreende esta, sobretudo, como um meio de interação, dialogismo e uma base para repensar o mundo por meio de uma constante formação e reflexão crítica.
Abstract: This research looks at the status quo of the Spanish language worldwide. In order to do so, one needs to investigate the status of the language at the funding agencies, their cultural arms , and their overall language policies. Language planning and language policies are the two sides of the same coin, whereby the latter (the executive side of the first) reflects the ideas and conception of the first. Understanding language planning requires acknowledging its three layers – corpus, status and acquisition – while language policies need to be assessed from an interdisciplinary perspective, which encompasses concepts such as power, ideology, and nation. This is entwined with sociopolitical and economic forces, and they all play a crucial role in establishing a country’s official language and the promotion and expansion of such a language as an effective international language. The official discourse emerging from Spain (through the Real Academia Espanola) acknowledges other strong non-Spanish language communities within the country as co-official languages ; however, in actuality, the bias towards Spanish is visible in the country’s normative language planning. As an international language, the expansion and promotion of European Spanish as a lingua una is even more pronounced. This process is rooted in both the colonization of Latin American countries by Spain and in the post-colonization period, which gave birth to the Hispano-Americanism in the 19th century. The concept was co-constructed in the two continents , and argued for an approximation between the newly freed Hispanic countries, based on common grounds such as ethnicity , religion and language. Of the three , language stood out as an immediate link between the countries, which were also in search for an identity for consolidating the new estates , and language was a constitutive identity element under which they would be governed Calvet (2007). This concept of language, in the 21st century, transposed to Hispanophony, as an ideological conception, Del Valle, (2007) that what the Spanish State calls Pan-Hispanic Linguistic Policy was incorporated in the 90’s by the Real Academia Espanola , as pointed by Del Valle, (2007), in the new Pan-Hispanic approach. Currently, the promotion of Spanish as Foreign Language also involves Latin American countries , such as Argentina, and to understand this new, expanded scenario, we aimed at the analyzing the discourse produced by in these countries (official documents, regulations, language planning texts) to assess their language policies and their underlying ideology. Since language policies are typically top-down, with the State overseeing language planning, and acting and intervening in it, particularly on L1 and 2 acquisition , involving schools, cultural agencies and agents/teachers. This leads to the questioning of the role of these agents – whether they reinforce the normative proposals of the State or adopt a critical and broader approach to language and language planning. The latter requires an informed, resignified view of language and language teaching , grounded on the contributions of Critical Applied Linguistics and the perception of the inextricable relationship between pedagogy, and language practices (Tello, 2013). Thus, the normative view of international language would be replaced by a new understanding the dynamics of interaction, , dialogism and the role of language and teachers as agents of change.
Unidade Acadêmica: Instituto de Letras (IL)
Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas (IL LIP)
Informações adicionais: Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas, Programa de Pós-Graduação em Linguística, 2020.
Programa de pós-graduação: Programa de Pós-Graduação em Linguística
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Aparece nas coleções:Teses, dissertações e produtos pós-doutorado

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