Análise dos indicadores de crédito brasileiro

Abstract

O conjunto de informações de crédito de um país funciona como um indicador de crescimento econômico — já que influencia o consumo, o investimento e a inovação dentre pessoas, empresas, organizações e nações. A proposta deste projeto é avaliar a trajetória do crédito brasileiro, historicamente e também com foco no período da pandemia global da Covid-19. As séries de dados advém do SGS do Banco Central do Brasil e variam de janeiro de 2013 a junho de 2021. Dado a recente divulgação desses dados, abril de 2017, este trabalho têm caráter singular na literatura econométrica.

O primeiro estudo consiste em legitimar os choques advindos de crises econômi- cas/políticas/sociais no custo do crédito através da análise de quebras estruturais.

Os picos de pontos de mudança encontrados sugerem efeitos negativos da crise econômica brasileira de 2015 a 2017 e efeitos positivos da pandemia da Covid-19 no mercado de crédito. O segundo estudo consiste em analisar as elasticidades prazo e juros da demanda de crédito total e também segmentado por crédito livre e direcionado. Os resultados sugerem que o alongamento dos prazos influencia positivamente a demanda por empréstimos e a taxa de juros, negativamente. Mas essa afirmativa não é válida para o crédito direcionado, onde os juros tem elasticidade positiva. O terceiro estudo consiste em avaliar se os impactos das ações governamentais e

bancárias durante a pandemia da Covid-19 teriam mudado a tendência dos indica- dores de crédito. Através de modelos de séries temporais, são avaliados fatores dos

empréstimos como: saldo, prazo, ICC, spread, inadimplência e taxa de juros. De fato, não eram esperadas quedas tão acentuadas para o ICC, spread, taxa de juros e principalmente para a inadimplência, onde o cenário previsto era de estabilidade. Os prazos foram prolongados e o saldo total cresceu ainda mais. Estas variações positivas podem ser explicadas pelo impulso do Auxílio Emergencial e programas de incentivo ao crédito lançados no primeiro semestre de 2020.