O filho mais desprezado da casa lhe encara de frente : o sujeito negro na obra e na vida de James Baldwin

Abstract

Esta tese é um estudo interdisciplinar que se dedica à análise da construção da noção de sujeito negro na sociedade estadunidense. Para isso, analisamos a obra literária do escritor negro James Baldwin. Toma-se como corpus literário as obras “Go tell it on the mountain” (1953), seu romance inaugural que foi adaptado para o cinema em 1984, por Stan Lathan, e os ensaios “The devil finds work” (1976) e a coletânea “The cross of redemption” (2010), que deram corpo ao documentário “Eu não sou seu negro”, lançado em 2016, dirigido por Raoul Peck. Procura-se refletir sobre a constituição do sujeito, em específico do sujeito negro, e sua representação na arte de Baldwin. Para isso, dialogamos com as perspectivas teóricas de Michel Foucault, Hannah Arendt, Achille Mbembe, Frantz Fanon, Stuart Hall, Grada Kilomba e Angela Davis. A partir das elocubrações desenvolvidas por esses autores, fez-se uma análise das obras literárias e cinematográficas buscando compreender os lugares ocupados pelo sujeito negro na obra de James Baldwin e na sociedade estadunidense, observando também que Baldwin se ocupa em realizar uma construção estética e literária do sujeito negro provocando o leitor a repensar categorias preestabelecidas, expondo o racismo e as mazelas enfrentadas por esses sujeitos na sociedade estadunidense contemporânea.