Avaliação para as aprendizagens na formação continuada de professores da SEEDF

Abstract

O estudo parte de inquietações de um campo da educação que me intriga e desperta constante interesse – a avaliação para as aprendizagens. Seu objetivo geral visa desvelar como se configura a formação continuada em avaliação dos professores da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF). Para responder tal objetivo, lançamos mão de três objetivos específicos: delinear o conceito de avaliação; analisar a inserção da temática avaliação para as aprendizagens na formação continuada de docentes para a SEEDF; e compreender as concepções da avaliação para as aprendizagens de acordo com os docentes das escolas públicas do Distrito Federal. A metodologia é de natureza qualitativa, fundada na pesquisa de campo, e de caráter exploratório e toma como método o crítico-dialético. Os instrumentos utilizados para geração de dados empíricos foram: entrevistas semiestruturadas com um dos membros responsável pela elaboração das Diretrizes de Avaliação Educacional: aprendizagens, institucional e em larga escala (2014a) da SEEDF e com uma componente da Subsecretaria de Formação Continuada dos Profissionais da Educação (EAPE). Além disso, utilizamos questionários aplicados a professores e professoras da SEEDF e a análise bibliográfica e documental de diretrizes, normas e documentos que abarcam a avaliação e a formação continuada dos docentes. Os dados foram analisados por meio da Análise Crítica do Discurso (ADC). A fundamentação teórica pautou-se em: Villas Boas (2019, 2011), Hoffmann (2018), Méndez (2001), Hadji (2001), Freitas et al. (2009) para tratar da avaliação e Ramalho e Nuñez (2014), Curado Silva e Limota (2014), Silva (2018) para tratar da formação continuada. Os resultados assinalam que as orientações sobre avaliação ofertadas para a rede de ensino pública do Distrito Federal por meio das Diretrizes de Avaliação Educacional: aprendizagens, institucional e em larga escala (2014a) contribuem de maneira próspera para uma inicial compreensão do que vem a ser as avaliações voltadas para as aprendizagens. Entretanto, algumas contradições foram encontradas entre o escrito e o dito por quem participou da elaboração das diretrizes, principalmente a ênfase dada aos instrumentos/procedimentos aparecendo em um discurso constante, o que pode gerar nos leitores a concepção distorcida de que a avaliação para as aprendizagens se resume à utilização de diversos instrumentos avaliativos. Quanto à formação continuada em avaliação, ela apresenta-se de forma tranversalizada nos cursos de formação, o que fortalece as concepções apresentadas pelos professores e professoras sobre avaliação tratando-a, predominantemente, como recurso didático para acompanhamento da aprendizagem e não como um processo, tanto na formação oferecida pela escola quanto na EAPE. As conclusões apontam para a necessidade de uma formação contínua em avaliação capaz de difundir, na rede pública do Distrito Federal, seja na EAPE ou na escola, uma concepção de avaliação formativa e para as aprendizagens que extrapole o modelo tradicional e métrico, imprimindo uma mentalidade democrática e inclusiva da avaliação.