Alterações comportamentais em presença de um estímulo-sinal para um período de extinção

Abstract

O presente trabalho descreve a investigação de uma relação hipotetizada entre certas formas de contraste comportamental (especificamente, contraste em pico e contraste local transitório) e o tipo de efeito comportamental obtido em presença de um sinal que precede sistematicamente o componente de extinção de um esquema múltiplo VI-Extinção. A hipótese que orientou e investigação pressupunha que a ocorrência de contraste em pico ou de contraste local transitório poderia indicar a existência de elementos emocionais no treino discriminativo. Esta hipótese estabeleceu que um efeito de aceleração em presença do sinal estaria relacionado à ocorrência de uma destas formas de contraste (ou de ambas); e que um efeito de supressão estaria relacionado à ausência destas formas de contraste. Os sujeitos experimentais (pombos) foram divididos em dois grupos: para o grupo 1, o estímulo-sinal para extinção foi introduzido concomitantemente com o início do treino no esquema múltiplo; para o grupo 2, este mesmo estímulo foi introduzido depois de, pelo menos, 30 sessões experimentais no esquema múltiplo. Os resultados mostram que não há relação entre contraste geral em pico ou contraste local transitório e o efeito de aceleração em presença do sinal para extinção. No entanto, não foi possível eliminar-se a possibilidade de que a existência de elementos emocionais no treino discriminativo seja responsável pela ocorrência do efeito de aceleração. Antes, pareceu mais apropriado concluir-se que estas formas de contraste não podem ser tomadas como indicadores fidedignos da existência destes elementos emocionais, favorecendo esta interpretação, os resultados mostram que o efeito de aceleração só ocorre consistentemente quando o sinal para extinção e introduzido no início da discriminação. Quando este estímulo ê introduzido tardiamente, o efeito comportamental observado em sua presença e inconsistente e de pequena magnitude. Outros dados sugerem que a introdução do sinal para extinção depois de curto treino no esquema múltiplo resulta na obtenção de um efeito supressivo. Demonstrou-se, ainda, que se o organismo não é completamente adaptado ao estímulo-sinal, o comportamento é suprimido em presença deste estímulo. Considerando-se isoladamente o efeito de contraste, os principais resultados mostram que: a) o contraste local transitório ocorreu de maneira instável; b) o contraste geral em pico não foi observado para todos os sujeitos; e c) foram encontrados diferentes tipos de relação entre a magnitude do contraste geral e algumas medidas do comportamento em extinção (rapidez, grau de supressão e total de respostas).