Campo DC | Valor | Idioma |
dc.contributor.advisor | Duarte, Evandro Charles Piza | - |
dc.contributor.author | Queiroz, Marcos Vinícius Lustosa | - |
dc.date.accessioned | 2023-04-28T21:42:24Z | - |
dc.date.available | 2023-04-28T21:42:24Z | - |
dc.date.issued | 2023-04-28 | - |
dc.date.submitted | 2022-10-21 | - |
dc.identifier.citation | QUEIROZ, Marcos. O Haiti é aqui: ensaio sobre formação social e cultura jurídica latino-americana (Brasil, Colômbia e Haiti, século XIX). 2022. 700 f., il. Tese (Doutorado em Direito) — Universidade de Brasília, Brasília, 2022. | pt_BR |
dc.identifier.uri | http://repositorio2.unb.br/jspui/handle/10482/45844 | - |
dc.description | Dissertação (mestrado) — Universidade de Brasília, Faculdade de Direito, Programa de Pós-Graduação em Direito, 2022. | pt_BR |
dc.description.abstract | Esta tese investiga o impacto da Revolução Haitiana na formação social e na cultura jurídica da América
Latina, em especial a relação entre ideologia da democracia racial e constitucionalismo. Para tanto, o texto
se divide em dois momentos. Na primeira parte, as relações entre constituição e escravidão na modernidade
são analisadas a partir das experiências haitiana, colombiana e brasileira. Argumenta-se que a Revolução
Haitiana inaugurou um novo tempo histórico, o qual seria refreado na construção dos demais estados-nação
no continente. Como pano de fundo, são desenvolvidos os conceitos de sacrifício de sangue e hermenêutica
senhorial. O sacrifício opera na crítica ao contratualismo e introduz a “raça” como elemento constitutivo do
direito moderno. A força constituinte do ritual sacrificial é trabalhada à luz da trajetória política de José
Prudencio Padilla, revolucionário colombiano das guerras de independência. Ademais, a centralidade da vida
e morte de Padilla para compreensão da lógica jurídica da modernidade é visualizada por meio da literatura
de Juan Zapata Olivella. Já o conceito de hermenêutica senhorial permite entender a vida póstuma da
escravidão como um padrão do senso comum teórico dos juristas. Este segundo conceito é desenvolvido a
partir da leitura da experiência constitucional do Brasil Império, especialmente a elaboração e aplicação da
Constituição de 1824. Essa leitura é realizada por meio da análise das vidas e pensamento político de João
Severiano Maciel da Costa e Bernardo Pereira de Vasconcelos. Por fim, a partir da obra de Machado de
Assis, são destrinchados três elementos persistentes da hermenêutica senhorial: a concepção de propriedade
absoluta; o princípio da ilegalidade; e o sacrifício de sangue como rito jurídico. Também a partir de Machado,
aponta-se o paradigma da volubilidade como princípio formal do romance em cadeia do constitucionalismo
moderno. Na segunda parte, este aparato analítico é utilizado para entender o nascimento da ideologia da
democracia racial-mestiçagem como uma estratégia jurídica da branquidade em reação ao problema legado
pela Revolução Haitiana, isto é, a universalidade da cidadania e os direitos dos negros. Portanto, realiza-se
uma leitura haitiana da genealogia deste mito fundador nas experiências do Brasil e da Colômbia. Para o
primeiro caso, trabalha-se como o Haiti é o elemento que, funcionado como oposição, fundamenta a
concepção da “singularidade” brasileira para Gilberto Freyre e José de Alencar. O objetivo é apontar como
a negação da Revolução Haitiana e a visão de mundo da Casa-Grande são as bases que vinculam direito e
nação numa concepção de Brasil de longa duração, que vai da estética e da política senhorial do Império ao
desenvolvimento das ciências sociais brasileiras no século XX. Por fim, a leitura haitiana é utilizada para
compreender o pensamento político e constitucional de Simón Bolívar. A negação e o medo do Haiti
(traduzido por Bolívar como “temor à pardocracia”) aparecem como elementos genéticos do pensamento
social latino-americano, especialmente na relação entre organização constitucional do Estado e ideologia da
harmonia racial. Em última instância, essa relação é garantida pela possibilidade permanente do linchamento,
que opera como ritual restaurador dos componentes ideológicos e materiais herdados da matriz civilizacional
da escravidão. | pt_BR |
dc.description.sponsorship | Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). | pt_BR |
dc.language.iso | por | pt_BR |
dc.rights | Acesso Aberto | pt_BR |
dc.title | O Haiti é aqui : ensaio sobre formação social e cultura jurídica latino-americana (Brasil, Colômbia e Haiti, século XIX) | pt_BR |
dc.type | Tese | pt_BR |
dc.subject.keyword | Revolução Haitiana | pt_BR |
dc.subject.keyword | Constitucionalismo | pt_BR |
dc.subject.keyword | Democracia racial | pt_BR |
dc.subject.keyword | Sacrifício de sangue | pt_BR |
dc.subject.keyword | Hermenêutica | pt_BR |
dc.subject.keyword | Racismo | pt_BR |
dc.rights.license | A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data. | pt_BR |
dc.description.abstract1 | This thesis investigates the impact of the Haitian Revolution on the social formation and legal culture of
Latin America, in particular the relationship between the ideology of racial democracy and constitutionalism.
Therefore, the text is divided into two moments. In the first part, the relations between constitution and
slavery in modernity are analyzed from the Haitian, Colombian and Brazilian experiences. It is argued that
the Haitian Revolution inaugurated a new historical time, which would be restrained in the construction of
other nation-states on the continent. As a background, the concepts of blood sacrifice and seigneurial
hermeneutics are developed. Sacrifice operates in the critique of contractualism and introduces “race” as a
constitutive element of modern law. The constitutive force of the sacrificial ritual is worked in the light of
the political trajectory of José Prudencio Padilla, a Colombian revolutionary in the wars of independence.
Furthermore, the centrality of Padilla's life and death for understanding the legal logic of modernity is
visualized through the literature of Juan Zapata Olivella. The concept of seigneurial hermeneutics, on the
other hand, allows us to understand the posthumous life of slavery as a standard of the theoretical common
sense of jurists. This second concept is developed from the reading of the constitutional experience of the
Empire of Brazil, especially the elaboration and application of the Constitution of 1824. This reading is
carried out through the analysis of the lives and political thought of João Severiano Maciel da Costa and
Bernardo Pereira de Vasconcelos. Finally, from the work of Machado de Assis, three persistent elements of
seigneurial hermeneutics are unraveled: the conception of the absolute property, the principle of illegality,
and blood sacrifice as a legal rite. Also from Machado, the paradigm of volubility is pointed out as a formal
principle of the chain novel of modern constitutionalism. In the second part, this analytical apparatus is used
to understand the birth of the ideology of racial democracy and mestizaje as a legal strategy of whiteness in
reaction to the problem left by the Haitian Revolution, that is, the rights of Blacks. Therefore, a Haitian
reading of the genealogy of this founding myth is carried out in the experiences of Brazil and Colombia. For
the first case, Haiti is the element that, functioning as opposition, underlies the conception of Brazilian
“uniqueness” for Gilberto Freyre and José de Alencar. The objective is to point out how the denial of the
Haitian Revolution and the worldview of plantation are the bases that link law and nation in a long-lasting
conception of Brazil, which encompasses the aesthetics and seigneurial politics of the Empire to the
development of Brazilian social sciences in the 20th century. The denial and fear of Haiti (translated by
Bolívar as “ the fear of pardocracy”) appear as genetic elements of Latin American social thought, especially
in the relationship between the constitutional organization of the State and the ideology of racial harmony.
Ultimately, this relationship is guaranteed by the permanent possibility of lynching, which operates as a
restorative ritual of the ideological and material components inherited from the civilizational matrix of
slavery. | pt_BR |
dc.description.abstract2 | Esta tesis investiga el impacto de la Revolución Haitiana en la formación social y la cultura jurídica de
América Latina, en particular la relación entre la ideología de la democracia racial y el constitucionalismo.
Por tal razón, el texto se divide en dos momentos. En la primera parte, se analizan las relaciones entre
constitución y esclavitud en la modernidad a partir de las experiencias haitiana, colombiana y brasileña. Se
argumenta que la Revolución Haitiana inauguró un nuevo tiempo histórico, que es refrenado, contenido y
aplacado en la construcción de otros Estados-nación en el continente. Como trasfondo se desarrollan los
conceptos de sacrificio de sangre y hermenéutica señorial. El sacrificio opera en la crítica del contractualismo
e introduce la “raza” como elemento constitutivo del derecho moderno. Así, se trabaja la fuerza constitutiva
del ritual sacrificial a la luz de la trayectoria política de José Prudencio Padilla, revolucionario colombiano
en las guerras de independencia. Además, a través de la literatura de Juan Zapata Olivella se visualiza la
centralidad de la vida y la muerte de Padilla para comprender la lógica jurídica de la modernidad. El concepto
de hermenéutica señorial, en cambio, permite entender la vida póstuma de la esclavitud como un estandarte
del sentido común teórico de los juristas. Este segundo concepto se desarrolla a partir de la lectura de la
experiencia constitucional del Imperio del Brasil, en especial la elaboración y aplicación de la Constitución
de 1824. Esta lectura se realiza a través del análisis de la vida y pensamiento político de João Severiano
Maciel da Costa y Bernardo Pereira de Vasconcelos. Finalmente, a partir de la obra de Machado de Assis se
iluminan tres elementos persistentes de la hermenéutica señorial: la concepción de propriedad absoluta, el
principio de ilegalidad, y el sacrificio de sangre como rito jurídico. También desde Machado se señala el
paradigma de la volubilidad como principio formal de la novela en cadena del constitucionalismo moderno.
En la segunda parte, se utiliza este aparato analítico para comprender el nacimiento de la ideología de la
democracia racial y del mestizaje como estrategia jurídica de la blanquitud que reacciona al problema dejado
por la Revolución Haitiana, es decir, los derechos de los negros. Así, se realiza una lectura haitiana de la
genealogía de este mito fundacional en las experiencias de Brasil y Colombia. Para el primer caso, trabajamos
cómo Haití es el elemento que, funcionando como oposición, fundamenta la concepción de la “singularidad”
brasileña para Gilberto Freyre y José de Alencar. El objetivo es señalar cómo la negación de la Revolución
Haitiana y la cosmovisión de la plantación son las bases que vinculan derecho y nación en una concepción
perdurable de Brasil, que va desde la estética y la política señorial del Imperio al desarrollo de las ciencias
sociales brasileñas en el siglo XX. Finalmente, se utiliza la lectura haitiana para comprender el pensamiento
político y constitucional de Simón Bolívar. La negación y el miedo a Haití (traducido por Bolívar como
“miedo a la pardocracia”) aparecen como elementos genéticos del pensamiento social latinoamericano,
especialmente en la relación entre la organización constitucional del Estado y la ideología de la armonía
racial. En última instancia, esta relación está garantizada por la posibilidad permanente del linchamiento, que
opera como un ritual restaurador de los componentes ideológicos y materiales heredados de la matriz
civilizatoria de la esclavitud. | pt_BR |
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