Ciranda infantil : vestígios de uma prática na Universidade de Brasília (UnB, 2012-2022)

Abstract

Neste estudo, buscamos pelos vestígios das práticas pedagógicas realizadas com as crianças filhas de estudantes campesinas nos espaços da Universidade de Brasília, no âmbito do Projeto intitulado Educação Infantil Ciranda, no campus de Planaltina. Tal projeto se caracteriza como de extensão e teve início no ano de 2012, percorrendo já sua primeira década de existência. Quando se pesquisa esse primeiro decênio, poucas são as informações ofertadas para além de estudos realizados por ex-integrantes ou colaboradores do projeto. É pertinente ressaltar que o nome e as ações são projetados em diálogo com o que se desenvolve na Ciranda Infantil, que acontece dentro do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Por ter essa referência, o projeto neste trabalho foi tratado como Ciranda Infantil da LedoC. A pesquisa contou com levantamento bibliográfico e documental, bem como com entrevista semiestruturada, tendo, como objetivo geral identificar as práticas pedagógicas e o funcionamento do Projeto Educação Infantil Ciranda da Universidade de Brasília, que acontece no campus de Planaltina. Perpassando pela documentação do Projeto Educação Infantil Ciranda e os estudos decorrentes do referido projeto, assim como as entrevistas com pessoas que já o integraram, é possível identificar semelhanças e diferenças com o que se classifica como práticas nas Cirandas Infantis. Ele se assemelha à Ciranda Infantil Itinerante, mas não no sentido de espaço físico, e sim na rotatividade de crianças que passam a cada etapa pelo projeto. A cada semestre, uma turma diferente de criança chega ao projeto, pois o curso de Licenciatura em Educação do Campo (LEdoC) funciona em sistema de alternância (Tempo Universidade e Tempo Comunidade). Uma semelhança é a prática da mística, que é feita por meio das danças, das cantigas de rodas e de certas brincadeiras. É possível observar a pertinência da Ciranda Infantil da LedoC para a permanência das mães, principalmente, no curso. A preocupação com a evasão dessas estudantes é uma forte justificativa para as práticas realizadas nesse espaço com as crianças.