Da caneta ao cursor : representações sociais de alfabetizadores acerca das formações continuadas baseadas nas TIC

Abstract

“Arrancar as flores? Quem pode garantir que não brotem de novo?” As palavras do pai de Tistu no livro “O Menino do Dedo Verde” representam o objeto de estudo desta pesquisa: as formações continuadas. A pandemia de Covid-19 impactou o sistema educacional do país. As escolas tiveram que se adequar a essa nova realidade. Consequentemente, exigiu-se do educador o manuseio e domínio das novas tecnologias. Nesse cenário, as formações continuadas ganharam destaque nacional, de forma repentina, a fim de preparar o docente para esse novo desafio. Entretanto, as dificuldades vivenciadas, em especial, pelos alfabetizadores, são constantes. Assim, este estudo traz reflexões com expectativa de mudanças nas formações continuadas a partir do conhecimento acerca das representações sociais de alfabetizadores sobre os desafios enfrentados em relação à utilização e articulação das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TIC) no contexto de formação. Para tanto, apoia-se na Teoria das Representações Sociais (TRS) de Serge Moscovici (2015). Trata-se de uma investigação de natureza qualitativa, do tipo pesquisa participante, fundamentada na abordagem fenomenológica. Participaram do estudo Professores e Coordenadores, atuantes em turmas do Bloco Inicial de Alfabetização - BIA, lotados nas Regionais de Ceilândia-DF, Gama – DF, Taguatinga – DF e Guará-DF. Como objetivo principal, procurou-se analisar as representações sociais de educadores alfabetizadores acerca dos desafios e dificuldades enfrentados nas formações continuadas. Para gerar os dados, estabelecemos a triangulação a partir do desenvolvimento de um curso de Extensão aplicado a 11 Professores, com o recorte da análise de 8 alfabetizadores, aliada à pesquisa documental e aplicação de questionário Google Forms direcionado a 21 profissionais que atuam no BIA. Os dados analisados demonstraram que os sujeitos de pesquisa consideram suas representações sociais como elementos relevantes para as possíveis mudanças no cenário da formação continuada. Com este estudo, trazemos contribuições à EAPE e, também, aos alfabetizadores atuantes na SEDF, apresentando, ao final, como produto técnico, o regimento interno e anteprojeto para implementação do NAFAL – Núcleo de Apoio à Formação de Alfabetizadores.