Estratégias de aprendizagem e afetividades : uma análise da experiência de alunos de japonês no ensino remoto

Abstract

A pesquisa desta dissertação tem como objetivo geral identificar as estratégias de aprendizagem e verificar sua relação com a afetividade no ensino remoto emergencial durante a pandemia de COVID-19. A pesquisa foi realizada com estudantes do curso de graduação em Língua e literatura japonesa de uma universidade pública. Para este fim, foram elaborados quatro objetivos específicos. São eles: (1) Identificar as estratégias de aprendizagem utilizadas pelos alunos para aprender o idioma no ensino remoto durante a pandemia; (2) Identificar as avaliações quanto ao desempenho que os estudantes fazem da própria aprendizagem por meio do ensino remoto emergencial e a qualidade dos recursos utilizados; (3) Identificar como as afetividades influenciaram na aprendizagem de língua japonesa pelo ensino remoto emergencial durante a pandemia; e por último (4) Averiguar a relação entre as estratégias de aprendizagem utilizadas no ensino remoto e a afetividade dos alunos. Para alcançar os objetivos propostos, o pesquisador realizou uma pesquisa qualitativa interpretativista, utilizando narrativa, questionário e entrevista, aplicados de forma on-line e analisando os dados colhidos com base nos referenciais teóricos. Este estudo se baseou em autores da área de estratégias de aprendizagem, como Rebecca Oxford (1990, 2001), O’Malley e Chamot (1990), Brown (2014), Rubin (1975); em autores sobre emoções e afetividades como Humberto Maturana (2002), Arnold (2009, 2011), Barcelos (2015), Arnold e Barcelos (2015), Ramos (2020), Aragão (2011), ente outros. Após a análise de dados verificou-se que os alunos utilizaram predominantemente estratégias de aprendizagem diretas e que a afetividade teve impacto no desempenho dos alunos com emoções negativas advindas do isolamento social diminuindo o rendimento dos estudantes nas atividades. O ensino remoto emergencial trouxe uma série de dificuldades para os estudantes, como dificuldade para se organizar, ter um local adequado para realizar as tarefas, falta de equipamentos adequados para acompanhar as aulas. O desempenho dos alunos também foi prejudicado por problemas emocionais advindos do isolamento social. Os alunos relataram desânimo com os estudos e descontentamento com o próprio desempenho. Isto posto, esta pesquisa demonstrou a importância de se criar ambientes afetivamente acolhedores aos alunos mesmo em ambientes virtuais a fim de diminuir a evasão, e também demonstrou a importância de medidas que visem diminuir a desigualdade no acesso a tecnologias para o ensino.