Análise da influência do processo de trabalho na qualidade de vida dos profissionais de Enfermagem que atuam no SAMU-DF

Abstract

Introdução: O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) compreende o atendimento pré-hospitalar, que visa atender, encaminhar e transportar, de forma rápida e qualificada, usuários do sistema de saúde em situação de risco. Os profissionais que nele atuam vivenciam um ambiente tenso, que pode ocasionar o comprometimento da saúde, exigindo-lhes conhecimento técnico-científico, segurança e estabilidade emocional, uma vez que experimentam a expectativa de emergência, estresse e prejuízos à qualidade de vida. Objetivo: Conhecer a qualidade de vida dos profissionais de enfermagem que atuam no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Métodos: Trata-se de um estudo observacional e descritivo, de base epidemiológica do tipo transversal, realizado nas bases do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência do Distrito Federal. Foram aplicados quatro questionários a enfermeiros e técnicos de enfermagem que atuam em bases de três regiões administrativas do Distrito Federal e na Central de Regulação, quais sejam: Instrumento de Caracterização, Inventário de Estresse dos Profissionais (IEE), Inventário de Reações Fisiológicas ao Estresse (RFE) e o World Health Organization Quality of Life – bref (WHOQOL-bref). Resultados: A média de idade dos pesquisados, 111 técnicos de enfermagem e 29 enfermeiros, foi de 36 anos. As reações fisiológicas ao estresse aumentam à medida que os agentes estressores no ambiente laboral foram intensificados. Na comparação das reações fisiológicas com os domínios do Inventário de Estresse e WHOQOL-bref, não houve correlação significativa entre as reações fisiológicas ao estresse e os fatores intrínsecos ao trabalho e estrutura e cultura organizacional. Também não houve correlação entre fatores intrínsecos ao trabalho, relações sociais, e estrutura e cultura organizacional com domínio físico e relações sociais. O nível de qualidade de vida dos profissionais foi influenciado pela presença de doença crônica, unidade de atuação e função exercida. Conclusões: Identificar os agentes estressores e as reações fisiológicas ao estresse dos profissionais de enfermagem do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência reforçaram as evidências sobre o impacto do processo de trabalho na sua qualidade de vida, especialmente entre os que atuam como técnicos de enfermagem com escolaridade em nível médio, que possuem doença crônica e, neste estudo, atuam na Central de Regulação.