O ensino remoto durante a pandemia da COVID-19 : percepção dos alunos de graduação da Universidade de Brasília - UnB em relação aos fatores de aprendizagem

Abstract

Com a pandemia de Covid-19, os universitários, assim como todo o mundo, sofreram com as mudanças emergenciais em suas rotinas de vida, acadêmica e profissionais. O ensino remoto surgiu como meio de amenizar o impacto na educação e a Universidade de Brasília – UnB, assim como diversas instituições de ensino, adotaram medidas para conter os prejuízos causados pela doença na intenção de minimizar o contágio e as mortes. O objetivo desse estudo é verificar, em meio a situação pandêmica, o grau de satisfação dos alunos de graduação da Universidade de Brasília, de acordo com seus aspectos individuais, em relação aos fatores de aprendizagem. Como fatores individuais, esta pesquisa levou em consideração o gênero, ocupação profissional, faixa etária, renda, critérios de deficiência e se recebeu algum auxílio financeiro da UnB. Em relação aos fatores de aprendizagem, este estudo considerou o autoaprendizado, a auto participação, a suficiência do prazo dado pelos professores aos alunos para a realização das atividades avaliativas, o grau de interação com a turma e com os professores e a dificuldade ou não de adaptação ao ensino remoto. Trata-se de um estudo empírico, em que se utilizou, como base, a segunda rodada de pesquisas da pesquisa social da UnB, divulgada em abril de 2021, pesquisa essa, criada com intuito de enfrentar a pandemia de Covid-19, dirigida pelo Comitê de Coordenação das Ações de Recuperação – Ccar que possui experiência em levantamentos relacionados a opinião pública. Após a análise dos resultados, traçou-se o perfil dos alunos que tiveram uma maior satisfação em relação aos fatores de aprendizagem e dos que tiveram uma menor satisfação. Ademais, analisou-se o perfil dos alunos que tiveram ou não dificuldades de adaptação ao ensino remoto. Como resultados, o perfil dos alunos que obtiveram um maior nível de satisfação em relação aos fatores de aprendizagem foram os que possuíam renda familiar de mais de 30 saláriosmínimos, que declararam deficiência e que não receberam apoio financeiro da UnB, tiveram os melhores níveis de satisfação em relação à maioria dos fatores de aprendizagem. Em contrapartida, os estudantes que não possuem renda, que não declararam deficiência e que receberam algum apoio da UnB tiveram os menores níveis de satisfação, em relação aos demais grupos de fatores individuais, na maioria dos fatores de aprendizagem. Em relação à dificuldade de adaptação ao ensino remoto, percebe-se que os alunos do gênero masculino, que possuem ocupação, da faixa etária de 30 a 39 anos, que não receberam apoio, que declararam deficiência e, surpreendentemente, os que não auferiram renda não tiveram dificuldades nessa adaptação. Por sua vez, que os alunos do gênero outros, que não possuem ocupação, de faixa etária de até 18 anos, com renda de até 1 salário-mínimo ou de 1 a 5 salários-mínimos, que receberam apoio e que não declararam deficiência tiveram dificuldades de adaptação à modalidade remota. Para estudos futuros, sugere-se a continuidade desse trabalho com as novas pesquisas sociais a serem aplicadas, bem como o aprofundamento desse estudo, preferencialmente, por intermédio de técnicas de inteligência artificial.