Dinâmica e ecologia de árvores em florestas manejadas na Amazônia Oriental brasileira

Abstract

A dinâmica e a ecologia de árvores em florestas manejadas na Amazônia oriental brasileira são temas de extrema importância para a conservação e manejo sustentável dessas florestas. No capítulo 1, avaliou-se a produtividade de volume de madeira em pé de quatro grupos de espécies de valor (baixo, médio, alto valor e misto) em florestas exploradas e não exploradas na região do planalto do rio Tapajós, na Amazônia brasileira. Observou-se que a exploração madeireira seletiva após 33 anos afeta diretamente a dinâmica das espécies arbóreas, resultando em perda significativa de produtividade de volume devido à alta mortalidade de árvores após a exploração. Espécies não pioneiras demandantes de luz têm maior impacto na produtividade florestal, enquanto espécies tolerantes à sombra contribuem pouco no primeiro ciclo de corte. O monitoramento contínuo das árvores remanescentes é fundamental para o manejo sustentável, e a aplicação de tratamentos silviculturais pode favorecer o crescimento e reduzir a perda de árvores. As regras de manejo florestal na Amazônia brasileira precisam ser aprimoradas para alcançar a sustentabilidade a longo prazo. No capítulo 2, abordou-se a taxa de mortalidade de árvores remanescentes em diferentes grupos ecológicos e fases das florestas manejadas na Amazônia brasileira. As taxas de mortalidade variaram entre as florestas exploradas e não exploradas, sendo mais altas para espécies pioneiras e demandantes de luz na fase intermediária após a exploração. As características do solo influenciaram na mortalidade de espécies tolerantes à sombra na fase inicial das florestas exploradas, enquanto nas florestas não exploradas, a estrutura da floresta e fatores climáticos também tiveram papel importante nas taxas de mortalidade para espécies pioneiras e demandantes de luz. Nas fases intermediária e final de monitoramento das florestas exploradas, características do solo e eventos climáticos extremos, como secas intensas e ocorrências de El Niño, foram relevantes para a mortalidade das árvores. O tempo decorrido após a exploração também influenciou nas taxas de mortalidade. Se evidenciam a complexa interação entre solo, clima e estrutura da floresta com a mortalidade e ecologia das árvores, destacando a importância da gestão e conservação desses ecossistemas diante de eventos climáticos extremos e práticas de manejo florestal. No capítulo 3, o desafio foi compreender o crescimento das árvores em florestas exploradas devido à grande diversidade de espécies e suas interações com o clima e o solo. O estudo focou na influência das variáveis de solo, clima e exploração nos incrementos diamétricos de árvores em diferentes grupos de espécies. Foram obtidos 10 grupos de espécies com crescimentos e tamanhos de árvores estatisticamente diferentes. A análise mostrou a relevância do agrupamento de espécies para o manejo sustentável das florestas, considerando fatores como luz, nutrientes e competição. As propriedades do solo, como porcentagem de areia, carbono total e capacidade de troca catiônica, podem afetar o crescimento das árvores. O estudo destaca a importância do monitoramento contínuo e da análise de dados de longo prazo para tomar decisões informadas sobre a conservação e o manejo adequado das florestas diante de mudanças climáticas e práticas de manejo.