Avaliação de modelos de estradas florestais em áreas de concessão na Amazônia brasileira

Abstract

A região Amazônica detém alto estoque de recursos florestais madeireiros e não-madeireiros e abrange um terço das florestas tropicais do mundo. Entretanto, esta região está sob constante pressão antrópica, especialmente por desmatamento, distúrbios causados pela extração seletiva de madeira e fogo. O manejo florestal sustentável, que possibilita o aproveitamento dos recursos florestais com baixo impacto na floresta e na biodiversidade é uma alternativa ao desmatamento e para conservação das florestas tropicais. Em anos recentes, o Governo Brasileiro iniciou o processo de concessão de florestas públicas para a implementação do manejo florestal, visando o aproveitamento, a conservação e o uso sustentado dessas florestas na Amazônia. O planejamento e construção da infraestrutura necessária para a exploração da madeira tropical, envolvendo trilhas de arraste, estradas florestais e pátios de estocagem, consistem em desafios para a redução dos impactos florestais na implementação do manejo florestal. No presente estudo, utilizou-se dados de campo e secundários para avaliar o planejamento e a execução da infraestrutura numa área de manejo florestal implementada pela empresa concessionário CEMAL Ltda, na Floresta Nacional de Caxiuanã, no estado do Pará. A área deste estudo foi composta por três Unidades de Produção Anual, totalizando uma área amostral de 5.729,5 ha. Foram desenvolvidas alternativas de planejamento de estradas florestais e trilhas de arraste a partir dos modelos Tomlin Tobler e Spanning Tree. Foram conduzidas análises comparativas entre as diferentes opções de construção da infraestrutura florestal, comparando com a infraestrutura planejada e executada pela concessionária madeireira. Os resultados desta pesquisa indicaram que a densidade e alocação de estradas florestais e trilhas de arraste obtidas pelo modelo Tomlin Tobler apresentaram as melhores respostas para o manejo florestal, considerando os custos envolvidos na operação e os impactos na floresta. A aplicação destes modelos de planejamento de infraestrutura florestal pode contribuir para a mitigação de impactos e a redução dos distúrbios florestais causados pela atividade de extração seletiva de madeira em florestas tropicais, ampliando a sustentabilidade econômica-ecológica do manejo florestal.