Estudo da variabilidade da degradação de fachadas com revestimento cerâmico aderido : aplicação aos edifícios de Brasília

Abstract

As fachadas com revestimento cerâmico são amplamente utilizadas em edifícios comerciais e residenciais devido à sua durabilidade, resistência às intempéries e estética atraente. Ao longo do tempo, elas estão sujeitas a diversos fatores e agentes que podem causar anomalias, afetando sua aparência e desempenho. Diferentes graus de proteção e exposição a agentes de degradação, como radiação solar, chuva e vento, bem como a variabilidade da qualidade dos materiais e processos construtivos levam a uma deterioração diferenciada ao longo da fachada. A pesquisa apresenta uma análise sobre a variabilidade da degradação em fachadas com revestimento cerâmico, com objetivo de investigar como ela se apresenta, a sua quantificação e quais os fatores responsáveis. Busca-se o entendimento do comportamento da degradação nas diversas posições do plano das fachadas, expondo como ela se manifesta em função dos andares dos edifícios e das diferentes regiões das amostras. A pesquisa parte de uma base de dados, desenvolvida a partir de inspeções em edifícios em uso, empregando o Método de Mensuração da Degradação (MMD). A metodologia é aplicada ao estudo de 174 amostras de edifícios de seis pavimentos, com idades entre 5 e 48 anos e localizados em Brasília. As análises são baseadas em indicadores de degradação, como o Fator Geral de Degradação (FGD), quantificados e segmentados a partir das variáveis investigadas (idade, andar e região). Posteriormente, são aplicadas ferramentas estatísticas para mensuração da variabilidade. Os resultados indicam que há variabilidade da degradação e ela é ocasionada por inúmeros fatores, como idade e a posição do andar no plano da fachada. A dispersão é maior para edifícios mais novos. Os índices normalizados propostos para análise da variabilidade nas posições da fachada se mostram eficazes e permitem identificação de tendências. A região central não apresenta variação significativa da degradação em relação à região extremidade, independente da faixa de idade em análise. Existe diferença da degradação entre os pavimentos da edificação, principalmente em relação ao topo, andar que apresenta maior número de anomalias.