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Título: Corresponsabilização de profissionais de saúde frente à adesão ao tratamento de pessoas vivendo com HIV: efeitos de uma intervenção
Autor(es): Costa, Whigney Edmilson da
Orientador(es): Seidl, Eliane Maria Fleury
Assunto: AIDS (Doença)
HIV (Vírus)
Pessoal de saúde
AIDS (Doença) - tratamento
Data de publicação: 1-Ago-2024
Referência: COSTA, Whigney Edmilson da. Corresponsabilização de profissionais de saúde frente à adesão ao tratamento de pessoas vivendo com HIV: efeitos de uma intervenção. 2024. 105 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia Clínica e Cultura) — Universidade de Brasília, Brasília, 2024.
Resumo: Desde sua descoberta, na década de 1980, avanços foram conquistados, atribuindo à infecção pelo vírus HIV um caráter crônico e potencialmente controlável. Ainda não há cura para esta condição e a eficácia do tratamento depende necessariamente da adesão regular, consistente e contínua. Adesão é um processo complexo, multideterminado, multidimensional e colaborativo entre a pessoa, a equipe de saúde e a rede social de apoio, que facilita a aceitação e a integração de determinado esquema terapêutico no cotidiano das pessoas em tratamento, pressupondo sua participação nas decisões sobre a terapia. Todavia, ainda se observa um grande foco em aspectos direcionados ao paciente como único responsável pela adesão ao tratamento, em detrimento da influência do profissional de saúde neste processo, por exemplo. O objetivo foi analisar os efeitos de uma intervenção, implementada por meio de uma oficina sobre adesão ao tratamento, quanto à percepção e aos conhecimentos de trabalhadores de uma instituição especializada em infectologia, acerca da influência e corresponsabilização sobre o processo de adesão em pessoas vivendo com HIV (PVHIV). Trata-se de delineamento quase experimental, com avaliação de grupo único pré e pós intervenção, sem grupo controle, bem como com análise qualitativa de dados, realizado em um hospital especializado em HIV/aids do município de Goiânia (GO). O grupo foi composto por oito trabalhadoras da instituição, com idades entre 28 a 49 anos (M=36,13; DP=7,90), com formações distintas. Foram utilizados um questionário sociodemográfico e um outro versando sobre conhecimento e percepção acerca da influência e corresponsabilização do profissional no processo de adesão ao tratamento da PVHIV, com questões abertas e fechadas. O instrumento foi aplicado nas fases pré e pós-intervenção, para que seu efeito fosse avaliado ao término de uma oficina, com nove encontros, sobre o tema adesão ao tratamento em PVHIV. Metodologias pedagógicas ativas nortearam o trabalho na oficina. Os dados quantitativos foram analisados pelo programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS); a análise qualitativa das questões abertas foi realizada com base no referencial de Bardin. A estatística descritiva mostrou valores mais altos na fase pós intervenção, tanto nos escores médios, quanto na análise individual (para cinco dos participantes). O resultado do teste não paramétrico de Wilcoxon Signed Rank apontou que não houve diferença estatisticamente significativa (z=-1,187; p=0,235) entre os valores nas fases pré (M=49; DP=6,84; Mdn=51,0) e pós-intervenção (M=51,38; DP=10,36; Mdn=57,5). As análises qualitativas revelaram mudanças nas categorias identificadas a partir das respostas nas fases pré e pós-intervenção. Verificou-se o aprimoramento das respostas referentes ao conceito de adesão, sendo que após a oficina houve predomínio de respostas na categoria adesão como fenômeno complexo e multideterminado. Ademais, foram identificadas mudanças das categorias oriundas da questão aberta que indagava sobre aspectos que influenciavam a adesão: observou-se a presença daquelas que assinalavam a influência do profissional de saúde, da equipe multiprofissional e da instituição de saúde como corresponsáveis na adesão ao tratamento das PVHIV na fase pós-intervenção. A avaliação de processo, individual e anônima, realizada ao longo das oito semanas, mostrou relatos de aspectos positivos e de satisfação com a atividade, em detrimento de aspectos negativos. As limitações do estudo deveram-se à ausência de grupo controle e de follow up. Apesar da abrangência de estudos e intervenções direcionados à adesão ao tratamento em PVHIV, poucos adotam como foco a corresponsabilização do profissional de saúde neste processo. Além disso, destaca-se a necessidade de que ações de educação permanente para a capacitação de profissionais de saúde sejam adotadas em serviços especializados em HIV/aids.
Abstract: Since its discovery in the 1980s, advances have been made, giving HIV infection a chronic and potentially controllable nature. There is still no cure for this condition and the effectiveness of treatment necessarily depends on regular, consistent and continuous adherence. Adherence is a complex, multidetermined, multidimensional and collaborative process between the person, the healthcare team and the social support network, which facilitates the acceptance and integration of a given therapeutic scheme into the daily lives of people undergoing treatment, presupposing their participation in decisions about the therapy. However, there is still a great focus on aspects directed at the patient as the sole person responsible for adherence to treatment, to the detriment of the health professional's influence in this process, for example. The objective was to analyze the effects of an intervention, implemented through a workshop on adherence to treatment, regarding the perception and knowledge of professionals at an institution specializing in infectious diseases, regarding the influence and co-responsibility on the adherence process in people living with HIV (PLHIV). This is a quasi-experimental design, with pre and post-intervention of a single group, without a control group, as well as qualitative data analysis, carried out in a hospital specializing in HIV/AIDS in the city of Goiânia (GO). The group was made up of eight professionals from the institution, aged between 28 and 49 years old (M=36.13; SD=7.90), with different backgrounds. A sociodemographic questionnaire and another were used on knowledge and perception regarding the influence and co-responsibility of the professional in the process of adherence to PLHIV treatment. The instrument was applied in the pre and post-intervention phases, so that its effect could be evaluated at the end of a workshop, with nine meetings, on the topic of adherence to treatment in PLHIV. Active pedagogical methodologies guided the work in the workshop. Quantitative data were analyzed using the Statistical Package for the Social Sciences (SPSS); the qualitative analysis of open questions was carried out based on Bardin's framework. Descriptive statistics showed higher values in the post-intervention phase, both in average scores and in individual analysis (for five of the participants). The result of the non-parametric Wilcoxon Signed Rank test showed that there was no statistically significant difference (z=-1.187; p=0.235) between the values in the pre phases (M=49; SD=6.84; Mdn=51.0) and post-intervention (M=51.38; SD=10.36; Mdn=57.5). Qualitative analyzes revealed changes in the categories identified from the responses in the pre and post intervention phases. There was an improvement in responses regarding the concept of adherence, and after the group there was a predominance of responses in the category adhesion as a complex and multidetermined phenomenon. Furthermore, changes were identified in the categories arising from the open question that inquired about aspects that influenced adherence: the presence of those that highlighted the influence of the health professional, the multidisciplinary team and the health institution as co-responsible for adherence to treatment for PLHIV in the post-intervention phase. The individual and anonymous process evaluation, carried out over the eight weeks, showed reports of positive aspects and satisfaction with the activity, to the detriment of negative aspects. The limitations of the study were due to the absence of a control group and follow-up. Despite the scope of studies and interventions aimed at treatment adherence in PLHIV, few focus on the co responsibility of health professionals in this process. The need for permanent education actions to train health professionals to beadopted in specialized HIV/AIDS services is highlighted.
Unidade Acadêmica: Instituto de Psicologia (IP)
Departamento de Psicologia Clínica (IP PCL)
Informações adicionais: Dissertação (mestrado) — Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-graduação em Psicologia Clínica e Cultura, 2024.
Programa de pós-graduação: Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura
Aparece nas coleções:Teses, dissertações e produtos pós-doutorado

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