Prática musical e humanização : uma pesquisa-ação em uma oficina de música na formação continuada de professores de educação básica

Abstract

Esta dissertação busca refletir sobre a prática de uma oficina de música baseada em vivências educacionais humanizadoras para vinte professoras e três professores da Educação Básica, não especialistas em música. Este grupo, chamado "Centro de vivências Lúdicas - Oficinas Pedagógicas", trabalha em um contexto de formação continuada para professores de escola pública no Distrito Federal. Como objetivos secundários, essa pesquisa: a) analisou a oficina de música ofertada como meio de atingir uma formação continuada humanizadora; b) refletiu sobre a aprendizagem musical nessa oficina, em uma prática colaborativa; e c) discutiu meu processo pessoal de humanização neste período de pesquisa. Ela baseia-se nos estudos teóricos de Paulo Freire para explicar a humanização como uma busca pelo “ser mais” na atuação e conscientização educativa no conhecimento de si e do mundo. A educação musical, como vivência e aprendizado, pôde desempenhar um papel importante neste contexto. Esse estudo qualitativo foi conduzido por uma pesquisa-ação-existencial, segundo Barbier (2002). Pontos importantes desta metodologia são a participação ativa, a inventividade e autonomia nos processos educativos, arte, discussão e reflexão sobre os temas propostos. A coleta de dados foi realizada no ano de 2022, durante quatro meses, por meio de observação participante, análise de gravações de áudios e vídeos da oficina, questionários, rodas de conversa e entrevista individual semiestruturada com os participantes. Por meio da triangulação de dados e análise temática, ressalto a importância da humanização na formação continuada. Na análise, destaco como temas: o cuidado com o outro, desde as instâncias institucionais às relações comunitárias e pessoais em um ver/acolher o outro como uma porta respeitosa e afetiva para sua cultura, suas potencialidades e fragilidades; o diálogo colaborativo como fator agregador para um aprendizado; a liberdade musical inserida na prática educativa, que traduziu um sentimento de criação e ludicidade nos participantes; o “eu posso " como autoestima para aprender mais; e a estesia como experiência de integração humana.