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AnaPaulaDoNascimentoBarros_TESE.pdf | 2,07 MB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir |
Título: | A disputa por hegemonia sobre a concepção de deficiência no Brasil a partir da construção do Modelo Único de Avaliação da Deficiência entre os anos de 2015 a 2022 |
Autor(es): | Barros, Ana Paula do Nascimento |
Orientador(es): | Pereira, Lucélia Luiz |
Assunto: | Deficiência - ensino e estudo Pessoas com deficiência - avaliação Hegemonia |
Data de publicação: | 14-Ago-2024 |
Data de defesa: | 23-Out-2023 |
Referência: | BARROS, Ana Paula do Nascimento. A disputa por hegemonia sobre a concepção de deficiência no Brasil a partir da construção do Modelo Único de Avaliação da Deficiência entre os anos de 2015 a 2022. 2023. 195 f., il. Tese (Doutorado em Política Social) — Universidade de Brasília, Brasília, 2023. |
Resumo: | A presente tese analisa a disputa por hegemonia na operacionalização da concepção de deficiência no Brasil. Em particular, desenvolve uma análise do processo de construção do Modelo Único de Avaliação da Deficiência, no período de 2015 e 2022, e as correlações de forças políticas e teóricas em torno do reconhecimento público e estatal sobre a deficiência. O campo de produção do conhecimento sobre o tema é conhecido como estudos da deficiência, que se desenvolve a partir do enfrentamento à hegemonia do chamado modelo biomédico. Diante da localização da deficiência como construção social, relacional e evidência da sociedade desigual, modelos sociais se desenvolvem e disputam a hegemonia sobre a deficiência. A operacionalização desses conceitos é o que determina as respostas para seu enfrentamento. Sob o marco legal da perspectiva consagrada pela Convenção dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CDPD) há um impulsionamento de mudança na correlação de forças entre essas concepções, em que a interação com a sociedade é posta como elemento central. Em compromisso com o paradigma social da deficiência, o Brasil empreende esforços para a conformação de um Modelo Único de Avaliação da Deficiência para fins de acesso a políticas sociais desde 2007. Diante desse cenário, a presente pesquisa qualitativa analisa as Audiências Públicas no âmbito do Senado Federal que trataram do processo de construção do Modelo Único de Avaliação da Deficiência desde o ano 2015 até 2022. A partir do método de análise crítico dialética, se utiliza da análise de conteúdo para a interpretação dos dados levantados. Como resultado, é possível perceber que apesar da consolidação da perspectiva social da deficiência na CDPD, a hegemonia biomédica ainda está mantida. A hegemonia biomédica é funcional à estrutura da sociedade capitalista que se baseia na hierarquização de posições sociais, uma vez que explica e intervém na hierarquização dos corpos. No âmbito das discussões sobre a avaliação unificada da deficiência, essa hegemonia se expressa nas investidas para desmobilização dos espaços legítimos de organização coletiva das pessoas com deficiência, na valorização das diferenças entre o grupo social e consequente hierarquização de demandas por categorias específicas. Nesse contexto, a unicidade da luta por direitos perde força na medida em que o grupo social está fragmentado e a hierarquização dos corpos se mantém hegemônica. Em face dessas evidências, a implementação do Modelo Único de Avaliação da Deficiência deve ser defendida nos termos da consolidação da avaliação biopsicossocial, multiprofissional e interdisciplinar, alicerçado no acúmulo teórico do campo dos estudos da deficiência. |
Abstract: | This Thesis analyzes the dispute for hegemony in the operationalization of the conception of disability in Brazil. It develops an analysis of the construction process of the Single Disability Assessment Model, between 2015 and 2022, and the correlations of political and theoretical forces surrounding public and state recognition of disability. The field of knowledge production on the topic is known as disability studies, which emerges from challenging the hegemony of the so-called biomedical model. Given the location of disability as a social, relational construction and evidence of an unequal society, various social models emerge and compete for hegemony over disability. The operationalization of these concepts is what determines the responses to confront them. Within the legal framework of the perspective enshrined in the Convention on the Rights of Persons with Disabilities (CRPD), there is a drive for change in the correlation of forces between these conceptions, where interaction with society is central. In commitment to the social paradigm of disability, Brazil has been making efforts to create a Single Disability Assessment Model for the purposes of access to social policies since 2007. Considering this context, this qualitative research analyzes the Public Hearings within the scope of the Federal Senate that dealt with the construction process of the Single Disability Assessment Model from 2015 to 2022. Utilizing the dialectical critical analysis method, content analysis interprets the collected data. Consequently, one can see that despite the consolidation of the social perspective of disability in the CRPD, biomedical hegemony is still maintained. Biomedical hegemony is functional to the structure of capitalist society, which is based on the hierarchization of social positions, as it explains and intervenes in the hierarchization of bodies. Regarding the discussion on the unified assessment of disability, this hegemony is expressed in the efforts to demobilize legitimate spaces for the collective organization of people with disabilities, in the valorization of differences between the social group and the consequent hierarchization of demands for specific categories. In this context, the uniqueness of the fight for rights loses strength as the social group is fragmented and the hierarchy of bodies remains hegemonic. In view of this evidence, the implementation of the Single Disability Assessment Model must be defended in terms of the consolidation of biopsychosocial, multidisciplinary and interdisciplinary assessment, based on the theoretical accumulation within the field of disability studies. |
Resumen: | La presente Tesis analiza la disputa por hegemonía en la operacionalización de la concepción de deficiencia en el Brasil. Mas específicamente, desarrolla un análisis del proceso de construcción del Modelo Único de Evaluación de Deficiencia en el periodo 2015 al 2022, y las correlaciones de fuerzas políticas y teóricas en torno al reconocimiento público y estatal de deficiencia. El campo de producción de conocimiento sobre el tema es conocido como estudios de la deficiencia que se desarrollan a partir del enfrentamiento de la hegemonía del denominado modelo biomédico. Los modelos sociales que se desarrollan en base a la localización de la deficiencia como una construcción social y relacional evidenciado por la sociedad desigual disputan la hegemonía de la deficiencia. La operacionalización de estos conceptos es lo que determina las respuestas para su enfrentamiento. Bajo el marco legal de la perspectiva consagrada en la Convención de los Derechos de las Personas con Deficiencia (CDPD) hay un impulso de cambio en la correlación de fuerzas entre estas concepciones en donde la interacción con la sociedad se coloca como elemento central. De acuerdo con el paradigma social de deficiencia, Brasil lleva a cabo esfuerzos para conformar un Modelo Único de Evaluación de la Deficiencia para fines de acceder a las políticas sociales desde 2007. Es en este entorno que la presente investigación cualitativa analiza la Audiencias Públicas en el Senado Federal que trataron el proceso de construcción del Modelo Único de Evaluación de Deficiencia del 2015 hasta 2022. Los datos levantados son interpretados utilizando el análisis de contenido en base al método de análisis critico dialectico. Como resultado es posible darse cuenta que a pesar de la consolidación de la perspectiva social de deficiencia en la CDPD la hegemonía biomédica aún se mantiene. La hegemonía biomédica es funcional para la estructura de la sociedad capitalista basada en las jerarquías de posiciones sociales puesto que explica e interviene en la jerarquización de los cuerpos. En el marco de las discusiones sobre la evaluación unificada de deficiencia, esta hegemonía se expresa en las embestidas para desmovilizar los espacios legítimos de organización colectiva de personas con deficiencia y en la valorización de las diferencias en el grupo social y la consecuente jerarquización de demandas para categorías específicas. En este contexto la unicidad de lucha por los derechos pierde fuerza en la medida que el grupo social se fragmenta y la jerarquización de los cuerpos se mantiene hegemónica. Delante estas evidencias la implementación del Modelo Único de Evaluación de Deficiencia debe ser defendida en los términos de la consolidación de la evaluación biopsicosocial, multiprofesional e interdisciplinario basado en el acumulo teórico del campo de los estudios de la deficiencia. |
Unidade Acadêmica: | Instituto de Ciências Humanas (ICH) Departamento de Serviço Social (ICH SER) |
Informações adicionais: | Tese (doutorado) — Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Humanas, Departamento de Serviço Social, Programa de Pós-Graduação em Política Social, 2023. |
Programa de pós-graduação: | Programa de Pós-Graduação em Política Social |
Licença: | A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.unb.br, www.ibict.br, www.ndltd.org sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra supracitada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data. |
Aparece nas coleções: | Teses, dissertações e produtos pós-doutorado |
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