Síndrome do desfiladeiro torácico : análise de série de 21 casos

Abstract

A síndrome do desfiladeiro torácico é uma síndrome compressiva rara, controversa e desafiadora, que pode acometer o plexo braquial e os vasos subclávios. O objetivo desse estudo foi descrever uma série de casos diagnosticados com essa patologia e classificá-los de acordo com as formas: neurogênica, venosa ou arterial. O método utilizado foi observacional, descritivo e analítico. Foi utilizado um roteiro para avaliação clínica, exame físico e complementares, incluindo a utilização da ressonância do plexo braquial como forma diagnóstica. A amostra foi composta por uma série de 21 casos clínicos diagnosticados, tratados, e acompanhados pela autora. As mulheres representaram 80,9% dos casos, o membro dominante foi acometido em 52% da amostra. A forma de apresentação neurogênica esteve presente em 48% dos pacientes, a venosa em 14% e 38% apresentaram mais de uma forma simultaneamente. Os fatores causais mais frequente foram as variações anatômicas, 86% dos casos, especialmente variações do músculo escaleno e/ou banda fibrótica. A compressão ocorreu no espaço interescalênico em 48% dos casos, local de acometimento que se correlaciona com mais frequência às formas neurogênicas; 33% apresentaram compressão no espaço costoclavicular, sendo mais correlacionado ao casos vasculares. Em relação ao tratamento, 67% receberam tratamento conservador, envolvendo fisioterapia, terapia ocupacional e medicações; 7 casos foram abordados cirurgicamente e 1 desses necessitou de uma abordagem cirúrgica bilateral. Os resultados do tratamento foram considerados bons em 62% dos casos, com melhora significativa dos sintomas e retorno às atividades cotidianas. Os dados apresentados descrevem o perfil de pacientes atendidos em Brasília-DF e se assemelham aos encontrados na revisão de literatura. Além disso, corroboram a importância da incorporação da ressonância do plexo braquial como método para diagnosticar a forma neurogênica e evidenciam dificuldades que ainda persistentes no diagnóstico e classificação dos pacientes portadores da síndrome.