Interação de biochar e pó de rocha sobre a propriedade químicas do solo e atributos morfológicos do girassol ornamental

Abstract

O aumento do uso de tecnologias sustentáveis na agricultura é um desafio a ser vencido nas próximas décadas, e, mesmo que os avanços tecnológicos nos sistemas de produção agrícola tenham melhorado, por outro lado demandaram mais insumos como água e fertilizantes. Assim, insumos alternativos como pó de rocha (PR) (remineralizador) e biochar de lodo de esgoto (BLE) têm sido pesquisados individualmente em várias regiões e para diversas espécies vegetais, entretanto, não existem estudos que abordem a interação ou sinergia entre os mesmos quanto aos efeitos nas respostas morfológica da cultura de girassol e nas propriedades químicas do solo. Sendo assim este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da combinação de diferentes doses de PR de origem micaxisto e BLE sobre aspectos morfológicos da cultura do girassol ornamental (Sunflower Sunbright) e na composição química do solo em dois ciclos de cultivo consecutivos, visando analisar o efeito residual dos nutrientes. O cultivo foi conduzido na Fazenda Água Limpa da Universidade de Brasília. No início do primeiro ciclo (C1) foi aplicado doses 0% (0,0 t ha-1 ), 2% (32,30 t ha-1 ), 4% (64,60 t ha-1 ), 6% (96,90 t ha-1 ) e 8% (129,20 t ha-1 ) de BLE e as seguintes doses de PR: 0, 1, 3, 5 e 7 t ha-1 . Já no segundo ciclo (C2) não foi reaplicado BLE e nem PR, com o objetivo de avaliar o efeito residual nas propriedades químicas do solo e o efeito nas respostas dos atributos morfológicos e de qualidade das flores do girassol. Além disso foram avaliadas as propriedades químicas do solo no início e final dos ciclos de cultivos dos C1 e C2. De forma geral os resultados deste estudo indicam que as doses 6 e 8% de BLE promoveram os maiores valores dos dados morfológicos do girassol ornamental. Já em relação ao efeito das doses de PR, os incrementos mais relevantes entre as doses 0 e 7 t ha-1 foram observados no C2 sob efeito residual. Considerando a análise de componentes principais (ACP), o parâmetro mais influenciado pelo uso de BLE foi o número de folhas (NF) no C1 e diâmetro do coleto (DC) e massa seca radicular (MSR) no C2; Já para o PR foram LF e altura de plantas (AP), tanto no C1 e C2. As propriedades químicas do solo estiveram dentro das faixas recomendada pelas literaturas para a cultura do girassol. A interação/sinergia entre as doses de BLE e PR favoreceu a dissolução dos minerais presentes no PR, mais notadamente nas doses de 5 e 7 t ha-1 . Conclui-se que o BLE e PR são bons condicionadores de solo, porém, esses insumos devem ser avaliados por um período maior de tempo após misturado ao solo para melhor compreensão dos seus efeitos em diferentes ciclos culturais.