Skip navigation
Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://repositorio.unb.br/handle/10482/50731
Arquivos associados a este item:
Arquivo TamanhoFormato 
SamuelSilvaDaFonsecaBorges_TESE.pdf2,56 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir
Título: Estado, corporações e danos sociais : racismo ambiental e dominações sociais
Autor(es): Borges, Samuel Silva da Fonseca
Orientador(es): Klein, Stefan Fornos
Assunto: Teoria sociológica
Criminologia verde
Teoria do Estado
Racismo ambiental
Data de publicação: 24-Out-2024
Referência: BORGES, Samuel Silva da Fonseca. Estado, corporações e danos sociais: racismo ambiental e dominações sociais. 2024. 221 f. Tese (Doutorado em Sociologia) — Universidade de Brasília, Brasília, 2024.
Resumo: Esta tese de doutorado se dá na linha de pesquisa de teoria sociológica, atuando na interdisciplinaridade entre sociologia e criminologia. O tema da pesquisa é a relação entre dominações sociais e danos socioambientais, tendo como perguntas de pesquisa: I. que processos sociais estruturam os danos socioambientais, que grupos sociais promovem e se beneficiam deles, e que grupos sociais são mais prejudicados e de que forma?; e II. como as relações de poder desiguais e a não-neutralidade do direito, do sistema penal e do Estado capitalista impactam a luta socioambiental nas questões táticas e estratégicas? Para responder tais questões, em um primeiro momento, parte-se de reflexões críticas sobre as epistemologias das teorias sociológicas e criminológicas, apontando a interseccionalidade como contraponto ao reducionismo/determinismo em teorias sociais críticas, e contextualiza-se os limites da criminologia para lidar com os danos e a criminalidade de agentes poderosos, como os Estados e as corporações, demandando, portanto, uma transformação de paradigma teórico e metodológico em torno do dano social. Com isso, constrói-se como objeto de análise as práticas danosas de agentes poderosos, estatais e corporativos, predominantemente acima de processos de criminalização, mesmo quando produtores de danos sociais e ambientais massivos, como em processos de genocídio e ecocídio. Empiricamente, discute-se a violência contra indígenas, camponeses, a população negra e quilombola, entre outros atingidos pela destruição ambiental. Com base na criminologia verde, aponta-se mecanismos de neutralização empregados pelos poderosos para garantir impunidade e imunidade frente aos danos externalizados em suas atividades econômicas e políticas, e aponta-se como dinâmicas estruturais advindas do colonialismo, neocolonialismo, imperialismo e dependência reproduzem uma relação de exploração da força de trabalho e extrativista de riquezas naturais no Sul Global para garantir o desenvolvimento social no Norte Global. A externalização de danos socioambientais não ocorre aleatoriamente, mas sim conforme uma lógica interseccional das dominações sociais, o que demonstra o potencial explicativo e de mobilização do conceito de racismo ambiental para a luta por justiça ambiental. Nesse quesito, diversos incentivos e proteções do direito, sistema penal e do Estado capitalista às corporações e à exploração de commodities revelam a não-neutralidade estatal na relação de poder entre o capital extrativista e os movimentos sociais, gerando dilemas de ordem política, estratégica e tática, acerca das formas de resistências e transformação social incluírem ou não mediações com tais seletivas instituições e campos de disputa de poder. Levando em consideração divergentes concepções críticas do Estado, apresento como movimentos sociais e intelectuais críticos têm argumentos envolvendo tanto potencialidades como armadilhas dos caminhos que envolvem ou recusam tais mediações, tratando, assim, de um dilema persistente das lutas contra dominações sociais que talvez nunca atingirá um consenso, mas que não deve ser por isso menosprezado.
Abstract: Esta tese de doutorado se dá na linha de pesquisa de teoria sociológica, atuando na interdisciplinaridade entre sociologia e criminologia. O tema da pesquisa é a relação entre dominações sociais e danos socioambientais, tendo como perguntas de pesquisa: I. que processos sociais estruturam os danos socioambientais, que grupos sociais promovem e se beneficiam deles, e que grupos sociais são mais prejudicados e de que forma?; e II. como as relações de poder desiguais e a não-neutralidade do direito, do sistema penal e do Estado capitalista impactam a luta socioambiental nas questões táticas e estratégicas? Para responder tais questões, em um primeiro momento, parte-se de reflexões críticas sobre as epistemologias das teorias sociológicas e criminológicas, apontando a interseccionalidade como contraponto ao reducionismo/determinismo em teorias sociais críticas, e contextualiza-se os limites da criminologia para lidar com os danos e a criminalidade de agentes poderosos, como os Estados e as corporações, demandando, portanto, uma transformação de paradigma teórico e metodológico em torno do dano social. Com isso, constrói-se como objeto de análise as práticas danosas de agentes poderosos, estatais e corporativos, predominantemente acima de processos de criminalização, mesmo quando produtores de danos sociais e ambientais massivos, como em processos de genocídio e ecocídio. Empiricamente, discute-se a violência contra indígenas, camponeses, a população negra e quilombola, entre outros atingidos pela destruição ambiental. Com base na criminologia verde, aponta-se mecanismos de neutralização empregados pelos poderosos para garantir impunidade e imunidade frente aos danos externalizados em suas atividades econômicas e políticas, e aponta-se como dinâmicas estruturais advindas do colonialismo, neocolonialismo, imperialismo e dependência reproduzem uma relação de exploração da força de trabalho e extrativista de riquezas naturais no Sul Global para garantir o desenvolvimento social no Norte Global. A externalização de danos socioambientais não ocorre aleatoriamente, mas sim conforme uma lógica interseccional das dominações sociais, o que demonstra o potencial explicativo e de mobilização do conceito de racismo ambiental para a luta por justiça ambiental. Nesse quesito, diversos incentivos e proteções do direito, sistema penal e do Estado capitalista às corporações e à exploração de commodities revelam a não-neutralidade estatal na relação de poder entre o capital extrativista e os movimentos sociais, gerando dilemas de ordem política, estratégica e tática, acerca das formas de resistências e transformação social incluírem ou não mediações com tais seletivas instituições e campos de disputa de poder. Levando em consideração divergentes concepções críticas do Estado, apresento como movimentos sociais e intelectuais críticos têm argumentos envolvendo tanto potencialidades como armadilhas dos caminhos que envolvem ou recusam tais mediações, tratando, assim, de um dilema persistente das lutas contra dominações sociais que talvez nunca atingirá um consenso, mas que não deve ser por isso menosprezado.
Unidade Acadêmica: Instituto de Ciências Sociais (ICS)
Departamento de Sociologia (ICS SOL)
Informações adicionais: Tese (doutorado) — Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Sociologia, Programa de Pós-Graduação em Sociologia, 2024.
Programa de pós-graduação: Programa de Pós-Graduação em Sociologia
Licença: A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.unb.br, www.ibict.br, www.ndltd.org sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra supracitada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data.
Aparece nas coleções:Teses, dissertações e produtos pós-doutorado

Mostrar registro completo do item Visualizar estatísticas



Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.