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Título: O efeito da reorganização de classes de equivalência sobre o comportamento de culpabilizar vítimas de estupro
Autor(es): Silva, Amanda Cordeiro
Orientador(es): Aggio, Natalia Maria
Assunto: Violência sexual
Vítimas de violência sexual - culpabilização
Equivalência de estímulos
Data de publicação: 2-Dez-2024
Referência: SILVA, Amanda Cordeiro. O efeito da reorganização de classes de equivalência sobre o comportamento de culpabilizar vítimas de estupro. 2024. 66 f. Dissertação (Mestrado em Ciências do Comportamento) — Universidade de Brasília, Brasília, 2024.
Resumo: Mitos sobre estupro colaboram para a culpabilização de vítimas, para a não responsabilização de agressores e para um baixo número de denúncias. O paradigma de equivalência de estímulos tem se mostrado uma possibilidade para estudos envolvendo transferência de função com estímulos socialmente relevantes. O objetivo do presente trabalho foi replicar o estudo de Freitas (2019) sobre reorganização de classes de equivalência relacionadas ao comportamento de culpabilizar vítimas de estupro, diminuindo o procedimento a partir da retirada de uma medida de pré e pós teste utilizada para aferir atitudes implícitas (IRAP). Participaram do estudo 50 homens universitários. Metade da coleta foi realizada por experimentador homem e metade por experimentadora mulher, ambos brancos. Na primeira sessão os participantes responderam a dois formulários de pré-teste contendo uma escala de mitos sobre violência sexual (AMMSA) e vinhetas com descrições de histórias de estupro e sexo consensual. Treze participantes culpabilizaram pelo menos uma vítima nas vinhetas de estupro e por isso foram selecionados para realizar o procedimento de formação de duas classes de equivalência com três estímulos em cada. A Classe 1 era formada pelas palavras responsável e duas pseudopalavras. A Classe 2 pela palavra vítima, uma pseudo palavra e o nome da mulher culpabilizada em uma das vinhetas. Na primeira sessão foram realizados os treinos de linha de base e teste de simetria. Na segunda sessão foram realizados testes de equivalência. No teste AC3 o nome do homem presente em uma das vinhetas, substituía uma das pseudopalavras da Classe 1 como estímulos de comparação. Por fim, os participantes respondiam aos mesmos formulários do primeiro dia. Dos 13 participantes que participaram desta etapa do procedimento, dez atingiram os critérios necessários para seguir na fase de testes. Vinte por cento e 32% dos participantes que passaram pelas sessões respectivamente com uma experimentadora mulher e um experimentador homem culpabilizaram a vítima em alguma vinheta. Isso indica que o balanceamento de gênero dos experimentadores foi importante para controlar o viés de desejabilidade social. Não foram observadas diferenças significativas entre os resultados do questionário AMMSA a depender do gênero do experimentador. No procedimento de formação de classes, sete dos dez participantes formaram classes de equivalência. No teste AC3, a relação entre a palavra responsável e o nome do homem emergiu para seis de dez participantes, indicando que houve transferência de função. De nove participantes que responderam ao pós-teste, sete deixaram de culpabilizar a vítima cujo nome estava presente no teste de relações de simetria e equivalência, porém quatro deles passaram a culpabilizar a vítima em vinhetas nas quais não haviam culpabilizado antes. Isso indica que o comportamento não se generalizou para além dos nomes que foram treinados e aponta uma limitação do procedimento. Os resultados replicam os dados de Freitas (2019), com exceção dos resultados de pré e pós teste do AMMSA, em que não foi encontrada diferença estatisticamente significativa. Hipotetiza-se que essa diferença entre os estudos pode ter relação com a retirada do IRAP.
Abstract: Myths about rape contribute to blaming victims, not holding aggressors accountable and to a low number of reports. The stimulus equivalence paradigm has been shown to be a possibility for studies involving transfer of functions with socially relevant stimuli. The aim of this study was to replicate the study by Freitas (2019) on the reorganization of equivalence classes related to the behavior of blaming rape victims, and reducing the procedure by removing a pre- and post-test measure used to gauge implicit attitudes (IRAP). Fifty university men took part in the study. Half of the tests were carried out by a male experimenter and half by a female experimenter. In the first session, participants answered two pre-test forms containing a scale of myths about sexual violence (AMMSA) and vignettes describing stories of rape and consensual sex. Thirteen participants blamed at least one victim in the rape vignettes and were selected to undergo the procedure of forming two equivalence classes with three stimuli each. Class 1 consisted of the words responsible and two pseudo-words. Class 2 consisted of the word victim, a pseudo-word and the name of the woman blamed in one of the vignettes. In the first session, baseline training and the symmetry tests were carried out. In the second session, equivalence tests were carried out. In the AC3 test, the name of the man in one of the vignettes replaced one of the pseudo-words from Class 1 as comparison stimuli. Finally, the participants answered the same forms as on the first day. 10 out of 13 people who participated of the procedure was able to continue by meeting the necessary criteria to the next phase. Twenty and 32% of the participants who went through the sessions with a female experimenter and a male experimenter, respectively, blamed the victim in some vignette. This indicate that the gender balance of the experimenters was important in controlling the social desirability bias. No significant differences were observed between the results of the AMMSA questionnaire and the gender of the experimenter. In the class formation procedure, seven of ten participants formed equivalence classes. In the AC3 test, the relationship between the word responsible and the man's name emerged for six out of ten participants, indicating that there had been transfer of functions. Of the nine participants who answered the post-test, seven stopped blaming the victim whose name was present in the symmetry and equivalence relations test, but four of them started blaming the victim in vignettes in which they had not blamed before. This indicates that the behavior did not generalize beyond the names that were trained and points to a limitation of this study. The results replicate the data from Freitas (2019), with the exception of the AMMSA pre- and post-test results, where no statistically significant difference was found. It was hypothesized that this difference between the studies may be related to the withdrawal of the IRAP.
Unidade Acadêmica: Instituto de Psicologia (IP)
Departamento de Processos Psicológicos Básicos (IP PPB)
Informações adicionais: Dissertação (mestrado) — Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Departamento de Processos Psicológicos Básicos, Programa de Pós-Graduação em Ciências do Comportamento, 2024.
Programa de pós-graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências do Comportamento
Licença: A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.unb.br, www.ibict.br, www.ndltd.org sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra supracitada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data.
Agência financiadora: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
Aparece nas coleções:Teses, dissertações e produtos pós-doutorado

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