O incessante voo das mariposas: vozes do trabalho plataformizado

Abstract

Este estudo investigou a partir da Psicanálise Lacaniana e das interseções com os Estudos de Plataforma e da Sociologia do Trabalho, quaissujeitos o trabalho plataformizado tem produzido frente ao conjunto de vozes do discurso capitalista colonial digital. A pesquisa de natureza exploratória e abordagem qualitativa, foi conduzida por meio de entrevistas abertas com 13 motoristas por aplicativo, cadastrados e atuantes, na plataforma de transporte de passageiros Uber. Os dados coletados foram tratados com base na análise de conteúdo temática de Bardin (1977), estando o material disposto em formato de memorial. A análise de dados compreendeu quatro categorias: sujeito encantado, sujeito evocado, sujeito algoritmizado e sujeito colonizado; caracterizados através da lógica da hiperconectividade, lógica antropofágica, lógica da autoexpropriação e lógica colonizadora, respectivamente. A discussão das categorias fundamentou-se nos escritos de Mendes (2018, 2023) e contribuiu para a elucidação de aspectos deformativos que são impostos aos trabalhadores plataformizados, compreensão das promessas e das formas de encantamento enunciadas pelas plataformas digitais de trabalho, além de especificar os ajustamentos subjetivos deste(s) sujeito(s).Este estudo investigou a partir da Psicanálise Lacaniana e das interseções com os Estudos de Plataforma e da Sociologia do Trabalho, quais sujeitos o trabalho plataformizado tem produzido frente ao conjunto de vozes do discurso capitalista colonial digital. A pesquisa de natureza exploratória e abordagem qualitativa, foi conduzida por meio de entrevistas abertas com 13 motoristas por aplicativo, cadastrados e atuantes, na plataforma de transporte de passageiros Uber. Os dados coletados foram tratados com base na análise de conteúdo temática de Bardin (1977), estando o material disposto em formato de memorial. A análise de dados compreendeu quatro categorias: sujeito encantado, sujeito evocado, sujeito algoritmizado e sujeito colonizado; caracterizados através da lógica da hiperconectividade, lógica antropofágica, lógica da autoexpropriação e lógica colonizadora, respectivamente. A discussão das categorias fundamentou-se nos escritos de Mendes (2018, 2023) e contribuiu para a elucidação de aspectos deformativos que são impostos aos trabalhadores plataformizados, compreensão das promessas e das formas de encantamento enunciadas pelas plataformas digitais de trabalho, além de especificar os ajustamentos subjetivos deste(s) sujeito(s).