http://repositorio.unb.br/handle/10482/7999
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
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2010_GabrielaLitre.pdf | 6,04 MB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir |
Título: | Os gaúchos e a globalização : vulnerabilidade e adaptação da pecuária familiar no pampa do Uruguai, Argentina e Brasil |
Outros títulos: | Les gauches et la mondialization : vulnerabilité adaptation de l'élevage familial dans la pampa de l'Uruguay, l'Argentine et le Brésil |
Autor(es): | Litre, Gabriela |
Orientador(es): | Tourrand, Jean François Droulers, Martine Bursztyn, Marcel |
Assunto: | Pecuária - economia doméstica Gaúchos - vida e costumes sociais Desenvolvimento sustentável |
Data de publicação: | 24-Mai-2011 |
Data de defesa: | 11-Mai-2010 |
Referência: | LITRE, Gabriela. Os gaúchos e a globalização: vulnerabilidade e adaptação da pecuária familiar no pampa do Uruguai, Argentina e Brasil. 2010. 474 f., il. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Sustentável e Géographie et Aménagement du Territoire)-Universidade de Brasília, Université Paris III - Sorbonne Nouvelle, Brasília, 2010. |
Resumo: | A pecuária familiar gaúcha, uma categoria especial dentro da agricultura familiar, tem sido longamente ignorada pelo meio acadêmico e pelos tomadores de decisões. O cenário onde a pecuária familiar gaúcha se desenvolve - o Pampa - constitui um bioma em profunda transformação e que, apesar de sua riqueza, possui o menor percentual de área legalmente protegida do mundo, além de passivos ambientais de difícil reversibilidade. Essa desvalorização está na origem da falta de políticas de apoio ao setor e do êxodo massivo de pecuaristas familiares que, marginalizados ou obrigados a criar animais em confinamento (feedlot), optam por arrendar ou vender suas terras a grandes companhias multinacionais de soja ou eucalipto. Os serviços fornecidos pelo Pampa (ambientais, culturais, e estéticos) também estão ameaçados. Nesse trabalho analisaremos as percepções e as estratégias de adaptação dos bovinocultores familiares de corte do bioma Pampa da Argentina, do Uruguai e do Brasil face à concorrência entre a pecuária tradicional e a lavoura em grande escala. Utilizamos os conceitos de vulnerabilidade, resiliência, adaptação e do marco da dupla exposição aos riscos climáticos e socioeconômicos como a explicação teórica mais consistente para a realidade encontrada. Como dados primários, foram entrevistadas 75 famílias de pecuaristas (25 por cada país) com questionários semi-estruturados que procuram identificar as suas trajetórias, organização do trabalho, comercialização, redes de diálogo, posição frente ao risco, motivação e visão do futuro por meio de análise temática. Especial atenção foi dada ao papel das mulheres e dos jovens. De maneira paralela, foram realizadas visitas de campo e entrevistas com acadêmicos, extensionistas rurais, órgãos governamentais e representantes dos pecuaristas. Em segundo lugar, foram analisadas políticas públicas de certificação ambiental para a pecuária familiar em cada país, as marcas geográficas e a rastreabilidade do gado. Estas informações foram obtidas por meio da imprensa local, de censos e de documentos oficiais. Concluímos que a pecuária familiar gaúcha constitui um elo importante entre emprego, produção, sustentabilidade e contenção social. Também, que a bovinocultura de corte é muito mais do que uma fonte de renda econômica: os pecuaristas e as suas famílias resistem aos obstáculos, cada vez maiores, pois enxergam a atividade como um modo de vida e atrelam sua identidade à natureza. Mesmo se resultam frequentemente desvalorizados, os serviços ecológicos do Pampa já têm começado a adquirir valor econômico e comercial, como acontece com o agroturismo e o ecoturismo pampiano, o sequestro de carbono atmosférico e a certificação ecológica de produtos e processos de produção, como o "boi verde" ou a carne do bioma Pampa. |
Abstract: | Gaucho family livestock producers take part of a special social category in the family agriculure world. Traditionally ignored by researchers and decision-makers, the environment in which gaucho family farming takes place – the Pampas – is a biome going through deep transformations. In spite of its rich biodiversity, the grasslands of the Pampas have one of the smallest areas of legally protected land in the world and is subject to environmental passives of difficult reversibility. This lack of interest in the Pampas and its family livestock producers has led to the absence of public policies tailored to that sector and the massive exodus of family farmers to the cities. Thus marginalized, and forced to intensify their production through systems such as feedlots, many of them choose to rent or directly sell their land to multinational soybean or eucalypt companies. In this study, we analyse the perceptions and the adaptation strategies of the family livestock producers from the Pampa biome of Argentina, Brazil and Uruguay vis-à -vis the increasing land competiton between traditional, extensive cattle-ranching and big-scale, intensive agriculture. We use the concepts of adaptation, resilience, vulnerability and the double exposure framework as theoretical tools to explain this complex reality. We have conducted a thematic analysis of the interviews performed with 75 family livestock producers from the Pampas (25 per country). The semistructured questionnaires included questions about their life trajectories, the organization of work inside the farm, their networks and their attitude towards risk, as well as their motivations and their visions of the future. Special attention was paid to the role of women and youngsters. In parallel, several field visits and in-depth interviews were performed among agriculture researchers, rural advisors, rural development officers and representatives of livestock producers’ associations. As secondary data, we analised public policies and regulations concerning animal traceability, geographical indications and environmental certification in Uruguay, Brazil and Argentina. We conclude that Gaucho family livestock production is a positive link between employement, production, sustainability and social contention. We also conclude that Gaucho livestock production is farmore than a source of financial income: small-to-medium acreage cattle-ranchers and their families see their activity as a livelihood and their identity is strongly linked to nature. Frequently underrated, the ecological services provided by the Pampa biome have started to acquire economic and commercial value. Some examples are agro-tourism, Pampean eco-tourism, CO2 sequestration, and the ecological certification of products from the region. |
Resumen: | La ganadería familiar gaucha, una categoría especial dentro de la agricultura familiar, ha sido tradicionalmente ignorada por el medio acadêmico y por los tomadores de decisiones. El escenario en el cual la ganadería se desarrolla – la Pampa – es un bioma en profunda transformación y que, a pesar de su riqueza, posee el menor porcentaje de área legalmente protegida, además de pasivos ambientales de difícil reversibilidad. Esa desvalorización lleva a la falta de políticas de apoyo al sector y al éxodo masivo de ganaderos familiares que, marginalizados o forzados a criar animales en confinamiento (feedlot) prefieren arrendar o vender sus tierras a las grandes compañías multinacionales de soja y de eucalipto. Los servicios ecológicos provistos por la Pampa (ambientales, culturales y estéticos) también resultan amenazados. En este trabajo, analizaremos las percepciones y las estrategias de adaptación de los ganaderos bovinos de carne del bioma Pampa de la Argentina, de Brasil y de Uruguay frente a la competencia entre ganadería tradicional y agricultura en gran escala. Partimos de los conceptos teóricos de adaptacion, resiliencia, vulnerabilidad y el marco de doble exposición a riesgos climáticos y socio-económicos como punto de partida para descifrar esta compleja realidad. Como datos primarios, utilizamos la metodología del análisis temático para estudiar las transcripciones de las entrevistas a 75 ganaderos y sus familias (25 por cada país). Fueron usados cuestionarios semi-estructurados que procuraron identificar sus trayectorias, su organización del trabajo, sus redes de dialogo, su posición frente al riesgo, sus motivaciones y su visión del futuro. De manera paralela, fueron realizadas visitas de campo y entrevistas a investigadores académicos, extensionistas rurales, órganos gubernamentales e representantes de asociaciones de ganaderos. También analisamos las políticas publicas de certificación ambiental para la ganadería, las indicaciones geográficas y la trazabilidad del ganado en cada país. Concluimos que la ganadería familiar gaucha constituye un eslabón importante entre empleo, producción, sustentabilidad y contención social. También, que la ganadería bovina para la producción de carne es más que una simple fuente de ingresos para los ganaderos gauchos: ellos y sus familias ven la actividad como un modo de vida e atan su identidad a la naturaleza que los rodea. Incluso si resultan frecuentemente desvalorizados, los servicios ecológicos de la Pampa ya han comenzado a adquirir valor económico y comercial, como sucede con el agroturismo y el ecoturismo pampeano, la captura de CO2 y la certificación ecológica de productos y procesos de producción, como el “novillo verde” o la carne del bioma Pampa. |
Résumé: | L’élevage familial gaucho, une catégorie spéciale dans le monde de l’agriculture familiale, a été longuement ignoré par le milieu académique et par les décideurs. Le scénario où se déroule l’élevage familial gaucho–, la Pampa – est un biome en profonde transformation qui, même riche, a le plus petit pourcentage de surface légalement protégée. Cette dévalorisation naît du manque de politiques d’appui au secteur et à l’exode massif des éleveurs familiaux qui, marginalisés ou forcés à choisir un système d’élevage en confinement des animaux (feedlot), finissent par louer ou vendre leurs terres à des entreprises multinationales dédiées aux monocultures de soja ou eucalyptus. Les services écologiques fournis para la Pampa (environnementaux, culturels et esthétiques) sont aussi menacés. Dans ce travail, nous analyserons les perceptions et les stratégies d’adaptation des éleveurs familiaux de viande bovine du biome Pampa de l’Argentine, de l’Uruguay et du Brésil face à la concurrence entre l’élevage traditionnel et l’agriculture à grande échelle. On utilise les concepts de vulnérabilité, résilience, adaptation et de double exposition aux risques climatiques et sócio-économiques comme l’explication théorique plus consistante pour la réalité trouvée. Comme données primaires, nous avons interviewé 75 familles d’éleveurs (25 par pays) avec des formulaires semi-structurés qui cherchaient à identifier, à travers la méthode de l’analyse thématique, leurs trajectoires, leur organisation du travail, leur insertion dans le marché, leurs réseaux de dialogue et leur position face aux risques, ainsi que leurs motivations et leurs visions du futur. Parmi ces familles d’éleveurs, une attention spéciale a été portée aux femmes et aux jeunes. En même temps, nous avons mené des visites sur le terrain et des interviews avec des informants-clés. En deuxième lieu, nous avons analysé les politiques publiques de certification environnementale, les indications géographiques et la traçabilité dans chacun des pays étudiés. C’est à partir de ces données que nous avons conclu que l’élevage familial gaucho constitue un lien important entre emploi, production, durabilité et contention sociale. Nous sommes aussi arrivés à la conclusion que l’élevage bovin signifie beaucoup plus qu’une source de revenu économique. En effet, les éleveurs et leurs familles résistent aux aléas parce qu’ils perçoivent leur activité comme un mode de vie et parce qu’ils lient leur propre identité à la nature. Même fréquemment ignorés, les services écologiques de la Pampa ont commencé à constituer de la valeur économique, tels les cas de l’agrotourisme et l’écotourisme pampéen, la séquestration de CO2 et la certification écologique des produits et processus. |
Unidade Acadêmica: | Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS) |
Informações adicionais: | Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Centro de Desenvolvimento Sustentável, 2010. |
Programa de pós-graduação: | Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável |
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