http://repositorio.unb.br/handle/10482/15297
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2013_Jean-ClaudeLucienMiroir.pdf | 4,77 MB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir |
Título: | Fúria e Melodia : Clarice Lispector : crítica (d)e tradução |
Autor(es): | Miroir, Jean-Claude Lucien |
Orientador(es): | Gomes, André Luís |
Assunto: | Lispector, Clarice, 1925-1977 - crítica e interpretação Tradução e interpretação Literatura brasileira - história e crítica |
Data de publicação: | 10-Mar-2014 |
Data de defesa: | 25-Nov-2013 |
Referência: | MIROIR, Jean-Claude Lucien. Fúria e Melodia: Clarice Lispector: crítica (d)e tradução. 2013. xxviii, 447 f., il. Tese (Doutorado em Literatura)—Universidade de Brasília, Brasília, 2013. |
Resumo: | Este trabalho objetiva estudar o papel de Clarice Lispector como “crítica” da tradução de seu primeiro romance Perto do coração selvagem (1943), traduzido para o francês por Denise- Teresa Moutonnier, em 1954. O conceito de “Projeto de crítica produtiva” desenvolvido por Berman (1995) constitui um sólido arcabouço teórico desta tese para analisar o corpus de erros destacados pela escritora nessa primeira versão francesa. Nessa perspectiva, no primeiro capítulo, a leitura abrangente da crônica “Traduzir procurando não trair” (1968), uma das principais reflexões de Lispector sobre o ofício do tradutor, permitiu definir o perfil da escritora como “teórica” de tradução de textos dramatúrgicos à luz dos Think Aloud Protocols. Sua tradução da novela policial “Os três ratinhos cegos” de Agatha Christie, à qual ela se refere na crônica, ofereceu ao analista um corpus complementar pertinente, examinado por meio de uma “leitura distante” (distant reading), realizada com o apoio de ferramentas informáticas, a fim de definir os efeitos da “condensação” do texto traduzido para a literatura de massa (Reader’s Digest). A crônica revela ainda a interpretação do olhar de Lispector sobre suas próprias obras traduzidas em alemão e em inglês, completando a posição tradutória e, por conseguinte, crítica da escritora brasileira. Esta tese focaliza-se principalmente na CRÍTICA DAS TRADUÇÕES, assim, no segundo capítulo, uma ampla revisão dos ensaios teóricos disponíveis na área dos Estudos de tradução, como os de Reiss (1971), de Berman (1995) e de Hewson (2011), conduz à elaboração de um modelo reflexivo ad hoc para estabelecer uma crítica produtiva da tradução. Esse modelo é aplicado, num primeiro momento, para avaliar a tradução de “O missionário” de Claude Farrère (1921), publicada e realizada por Lispector, em 1941, contribuindo na definição de seu perfil de tradutora e, portanto, de crítica de tradução. A recepção da obra traduzida representa, no capítulo 3, uma etapa fundamental na concepção da crítica bermaniana. Por isso, dois textos críticos da recepção da tradução na Suíça (1954) e na França (1955) são analisados, bem como os dos principais críticos literários brasileiros da obra de estreia de Lispector em 1943 e 1944, para, numa abordagem sincrônica, comentar as reflexões que resultam das primeiras leituras dessa obra em português e, uma década depois, em francês. No capítulo 4, as cartas de Lispector trocadas com suas irmãs e a editora francesa Plon, que a convidou para fazer uma revisão a fim de assegurar a “fidelidade da estrutura estilística” da tradução, permitiram circunscrever o “escândalo” da tradução, destacado pela própria autora, no intuito de refletir a respeito do conceito de erro de/na tradução. A aplicação do modelo crítico ad hoc aos primeiros capítulos de Perto do coração selvagem, cotejados com suas respectivas traduções, contribuiu para avaliar a crítica de Lispector e para ponderar as anátemas dirigidas à primeira tradutora de sua obra, Denise-Teresa Moutonnier. Para completar este estudo, uma reflexão sobre o erro e o acerto (“a fúria e a melodia”) na tradução foi engajada numa perspectiva filosófica (Spinoza) e do ponto de vista de tradutores profissionais brasileiros no século XXI a fim de destacar a pertinência desses dois conceitos para a crítica das traduções produtiva. ____________________________________________________________________________________________ RÉSUMÉ L’objectif de ce travail est d’étudier le rôle de la romancière brésilienne Clarice Lispector en tant que « critique » de la traduction de son premier roman Près du coeur sauvage (1943), traduit en langue française par Denise-Teresa Moutonnier, en 1954. Le concept de « Projet de critique productive » développé par Berman (1995) constitue un solide cadre théorique pour cette recherche afin d’analyser le corpus d’erreurs relevées par l’auteure dans cette première version en français. Dans cette perspective, au premier chapitre, la lecture approfondie de la chronique « Traduzir procurando não trair » [Traduire en essayant de ne pas trahir] (1968), une des principales réflexions de Lispector sur la tâche du traducteur, a permis de définir le profil de l’auteure comme « théoricienne » de traduction de textes dramaturgiques selon les principes du Think Aloud Protocols. Sa traduction du roman policier « Three Blind Mice » d’Agatha Christie, à laquelle elle se rapporte dans la chronique, a offert à l’analyste un corpus complémentaire pertinent, examiné au moyen d’une « lecture distante » (distant reading), réalisée avec l’aide d’outils informatiques, dans le but de définir les effets de la « condensation » du texte traduit pour la littérature de masse (Reader’s Digest). La chronique révèle en plus l’interprétation du regard de Lispector sur ses propres oeuvres traduites en allemand et en anglais, complétant ainsi la posture traductologique et, par conséquent, critique de la romancière brésilienne. Cette thèse se focalise principalement sur la CRITIQUE DES TRADUCTIONS, ainsi, au second chapitre, une vaste révision des essais théoriques disponibles dans le domaine de la Traductologie, comme ceux de Reiss (1971), de Berman (1995) et de Hewson (2011), conduit à l’élaboration d’un modèle de réflexion ad hoc pour établir une critique productive de la traduction. Ce modèle est appliqué, dans un premier moment, pour évaluer la traduction « Le missionnaire » de Claude Farrère (1921), publiée et réalisée par Lispector, en 1941, contribuant à la définition de son profil de traductrice et, donc, de critique de traduction. La réception de l’oeuvre traduite représente, au chapitre 3, une étape fondamentale dans la conception de la critique bermanienne. À cet effet, deux textes critiques de la réception de la traduction en Suisse (1954) et en France (1955) sont analysés, ainsi que ceux des principaux critiques littéraires brésiliens de ce premier livre de Lispector en 1943 et 1944, pour, dans une approche synchronique, commenter les réflexions qui résultent des lectures novatrices de cette oeuvre en portugais et, une décennie plus tard, en français. Au chapitre 4, les lettres de Lispector échangées avec ses soeurs et la maison d’édition française Plon, qui l’a invitée pour faire une révision afin d’assurer la « fidélité de la structure stylistique » de la traduction, ont permis de circonscrire le « scandale » de la traduction, relevé par l’auteure elle-même, dans le but de réfléchir sur le concept d’erreur de/en traduction. L’application du modèle critique ad hoc aux premiers chapitres de Près du coeur sauvage, collationnés avec leurs respectives traductions, a permis d’évaluer la critique de Lispector et de pondérer les anathèmes dirigés à la première traductrice de son oeuvre, Denise- Teresa Moutonnier. Pour compléter cette étude, une réflexion sur l’erreur et la réussite (« la furie et la mélodie ») en traduction a été engagée dans une perspective philosophique (Spinoza) et du point de vue de traducteurs professionnels brésiliens au XXIe siècle dans le but de mettre en évidence la pertinence de ces deux concepts pour la critique des traductions productive. ______________________________________________________________________________________ ABSTRACT This work aims to study the role of Clarice Lispector as a “critic” in the translation of her first novel, Near to the Wild Heart (1943), translated into French by Denise-Teresa Moutonnier, in 1954. The concept of “productive criticism” developed by Berman (1995) forms a sound theoretical framework for this thesis to analyze the corpus of errors highlighted by the writer in this first French version. From this perspective, in the first chapter, a comprehensive reading of the article “Translating Attempting not to Betray” (1968), one of Lispector’s main reflections on the craft of the translator, allowed the profile of the writer to be defined as “theorist” of translation of dramaturgical texts in the light of Think Aloud Protocols. Her translation of the detective story “Three Blind Mice” by Agatha Christie, to which she refers in the article, offers a relevant supplementary corpus to the analyst, examined by means of distant reading, performed with the support of computer tools in order to define the effects of “condensation” of the text translated for mass literature (Reader’s Digest). The article further reveals the interpretation, from the point of view of Lispector, of her own works translated into German and English, completing the Brazilian writer’s position on translation and, consequently, criticism. This thesis focuses mainly on the CRITICISM OF TRANSLATIONS, as well as, in the second chapter, a comprehensive review of the theoretical essays available in the field of Translation Studies, such as those of Reiss (1971), Berman (1995) and Hewson (2011), leading to the establishment of an ad hoc reflective model to develop a productive critique of translation. This model is applied, initially, to assess the translation of “The Missionary”, by Claude Farrère (1921), performed and published by Lispector, in 1941, contributing towards defining her profile as a translator and, therefore, translation critic. The reception of the translated work represents, in Chapter 3, a fundamental step in the conception of Bermanian criticism. Accordingly, two texts critical of the reception of translation in Switzerland (1954) and in France (1955) are analyzed, as well as those of the major Brazilian literary critics of Lispector’s debut work in 1943 and 1944, in order to comment, from a synchronic perspective, on the reflections resulting from the first readings of this work in Portuguese and, a decade later, in French. In Chapter 4, the letters Lispector exchanged with her sisters and the French publisher Plon, that invited her to review the translated work in order to ensure the “fidelity of the stylistic structure”, permitted the containment of the “scandal” of the translation, highlighted by the author herself, with the aim of reflecting on the concept of errors of/in translation. The application of the ad hoc critical model to the first chapters of Near to the Wild Heart, collated with the respective translations, contributed towards assessing Lispector’s critique and deliberating the anathemas directed at the first translator of her work, Denise-Teresa Moutonnier. To complete this study, a reflection on errors and accuracy in translation was implemented from a philosophical perspective (Spinoza) and from the point of view of professional Brazilian translators in the twenty-first century, in order to highlight the relevance of these two concepts to the critique of productive translations. |
Unidade Acadêmica: | Instituto de Letras (IL) Departamento de Teoria Literária e Literaturas (IL TEL) |
Informações adicionais: | Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Departamento de Teoria Literária e Literaturas, Programa de Pós-Graduação em Literatura, 2013. |
Programa de pós-graduação: | Programa de Pós-Graduação em Literatura |
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Aparece nas coleções: | Teses, dissertações e produtos pós-doutorado |
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