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Please use this identifier to cite or link to this item: http://repositorio.unb.br/handle/10482/25218
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Title: A monetarização da vida social e a gramática econômica da agricultura familiar : acumulação e sustentabilidade
Authors: Toledo, Eliziário Noé Boeira
Orientador(es):: Toni, Fabiano
Assunto:: Desenvolvimento agrícola
Sociabilidade
Agricultura familiar - aspectos econômicos
Issue Date: 17-Nov-2017
Citation: TOLEDO, Eliziário Noé Boeira. A monetarização da vida social e a gramática econômica da agricultura familiar: acumulação e sustentabilidade. 2017. 305 f., il. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Sustentável)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017.
Abstract: O objetivo central desse trabalho é analisar as evidências empíricas e ampliar a compreensão e o conhecimento sobre os impactos na vida dos agricultores familiares, em face dos cenários de aumento da monetarização da vida social e do acirramento concorrencial intensificado a partir das necessidades de integração aos mercados a fim de gerar renda extraordinária. A tese discute as formas sociais e as estratégias que os agricultores familiares estão adotando para se adaptarem às influências do novo padrão agrário e agrícola brasileiro, as quais se tornaram mais expressivas a partir da década de 1990. São tendências que vêm ampliando os processos de monetarização da vida social nas regiões rurais, dilatadas e fortalecidas por meio de uma sociabilidade nitidamente capitalista. Apesar de existir produção acadêmica sobre os efeitos da modernização e o desenvolvimento do capitalismo na agricultura brasileira, o que se pretende enfatizar no presente estudo, são as evidências empíricas acerca da extensão e os efeitos do padrão de desenvolvimento agrário e agrícola. Foram testadas três hipóteses. A primeira mencionou que as condições estruturais, produtivas, e as necessidades de ingresso de renda monetária consolida o desenvolvimento agrário e agrícola bifronte expresso por meio da diferenciação social entre os agricultores familiares, e entre as regiões rurais, e consolida possibilidades de manutenção e sobrevivência para uma parcela reduzida de agricultores familiares mais bem estruturados e, que aproveitam melhor os ativos sociais e materiais disponíveis, apesar de também estarem dispostos aos inúmeros riscos impostos pelo processo seletivo dos mercados e das atividades agropecuárias. A segunda hipótese admitiu que o acirramento concorrencial expresso pela necessidade de ampliar a produção e a produtividade por meio do consumo intermediário e na aquisição de máquinas, visando gerar renda extraordinária monetariza a vida social dos agricultores familiares e geram mudanças, que repercutem na adoção das práticas produtivas e sustentável dos ativos, na medida em que, a prioridade é gerar renda que possa ser traduzida em bens de consumo e na acumulação material, considerados necessários ao bem estar da família e à reprodução material do estabelecimento rural. A terceira hipótese defendeu que a fragilização da renda regular em confronto com as mudanças socioeconômicas em curso nas regiões rurais induzem os agricultores familiares a buscar novas formas de trabalho, por meio de atividades não agrícolas, a fim de garantir o ingresso de renda que, por vezes, os levam a migração forçada, mesmo que parte expressiva dos pais ainda acredite nas possibilidades da agricultura, contudo essa visão não é compartilhada integralmente por seus filhos, que buscam em outras atividades melhores condições de renda e trabalho menos penoso. Utilizou-se a modalidade de estudo de caso, no qual foram usados os dados quantitativos gerados pela pesquisa realizada pela Embrapa intitulada: Os estabelecimentos rurais de menor porte sob gestão familiar e a estratégia institucional da Embrapa: diversidade social, dinâmicas produtivas e desenvolvimento tecnológico (iniciada em 2013 e encerrada em dezembro de 2016). A pesquisa entrevistou 219 informantes por meio de questionários padronizados entre julho de 2014 e julho de 2015, nos municípios de Concórdia (SC), Cruz das Almas e Uauá (BA), Francisco Beltrão, Itapejara D’Oeste e Verê (PR), Petrolina (PE), e Tomé Açú, Viseu e Augusto Corrêa (PA). Em termos gerais os resultados de pesquisa confirmam as hipóteses iniciais. Primeiramente sanciona as condições que atestam a ampliação da diferencial social entre os agricultores familiares, e entre as regiões rurais, devido às condições diferenciadas de estrutura produtiva e de geração de renda dos estabelecimentos. Do mesmo modo, foi possível demonstrar que as transformações sociais e produtivas são heterogêneas, e os agricultores buscam gerar renda monetária e, acumular bens de consumo como expressão de acumulação econômica. Por outro lado, em termos gerais, existe escassa relação com a adoção de práticas de cuidado com os bens naturais (água e solo, especialmente), inclusive, entre agricultores familiares com bons níveis de renda. E, por último, a análise das estratégias de reprodução social e material buscadas pelos agricultores, por meio das atividades não-agrícolas é mais intensa nas regiões Norte e Nordeste, em que apesar da redução da população rural, ainda há uma relativa oferta de mão de obra disposta a migrar em busca de outras oportunidades de trabalho meno penoso e mais rentáveis.
Abstract: The main objective of this research was to analyze the existing empirical evidences and deepen our knowledge about the impacts on daily lives of rural families, faced with scenarios of increased monetization affecting their social life. These are due to intensified competition after integration into markets in order to generate extra income. The thesis discusses the social forms and strategies that family farmers are adopting to adapt themselves into the new Brazilian agrarian and agricultural pattern, which emerged from the mid-1990s onwards. These trends have enlarged monetization processes of social life in rural areas which are being expanded and strengthened by a clear capitalist sociability. Although there is a literature that discusses the effects of modernization and the development of capitalism in Brazilian agriculture, it is here emphasized evidences about the scope and effects of that pattern of agrarian and agricultural development. Three hypotheses were tested. The first argued that productive conditions and the income needs to cover costs consolidate the dual agricultural and agricultural development expressed through differentiation among farmers and regions. This pattern also determines chances of survival for a smaller number of better organized family farmers, who make improved use of their available social and material assets. They are also willing to confront various risks posed by the selective tendencies observed in markets and agricultural activities. The second hypothesis poses that the intensification expressed by the need to increase production and productivity through intermediary consumption and the acquisition of machines, aimed at generating greater surplus income eventually monetizes the lives of family farmers. It also develops changes that have repercussions on the adoption of productive and sustainable practices insofar as the priority is to produce income that can be materialized in additional consumer goods and accumulation considered necessary for the well-being of the family and for the material reproduction of the rural establishment. The third hypothesis proposes that the weakening of regular income in the face of these transformations induces family farmers to seek new ways of non-agricultural occupations in order to guarantee new levels of income. Sometimes, these new jobs stimulate rural-urban migration even if a significant part of rural parents still believe in the social and economic possibilities of agriculture. This view, however, is not entirely shared by their children, who seek in other activities better income conditions and less stressful work. This research relied on case studies, in which the quantitative data were organized by Embrapa's research project entitled “Smaller rural establishments under family management and Embrapa's institutional strategy: social diversity, productive dynamics and technological development” (2013 to December 2016). This project interviewed 219 farmers through standardized questionnaires between July 2014 and July 2015, in the municipalities of Concórdia (SC), Cruz das Almas and Uauá (BA), Francisco Beltrão, Itapejara D'Oeste and Verê (PR), Petrolina (PE), and Tomé Açú, Viseu and Augusto Corrêa (PA). In general terms the research results confirmed the initial hypotheses. First, it demonstrated the enlarged social differentiation processes now on course among family farmers and rural regions, due to the different conditions of productive structure and trends in income generation. Likewise, it was possible to demonstrate that the social and productive transformations are starkly heterogeneous and farmers seek to generate monetary income and accumulate consumer goods as an expression of economic accumulation. On the other hand, there is little relation with the adoption of environmental practices with natural assets (especially water and soil), including between family farmers with good income levels. Finally, the analysis of the strategies of social and material reproduction sought by farmers through non-agricultural activities is more intense in the North and Northeast, where despite the reduction of the rural population, there is still a relative supply of laborers willing to migrate in search of less difficult and/or more profitable working opportunities.
Resumen: El objetivo principal de este estudio es analizar las evidencias empíricas e ampliar la comprensión e el conocimiento sobre los impactos en la vida de los agricultores de cara a los escenarios de aumento de la monetización de la vida social e de la intensificación de la competencia a partir de las necesidades de integración de los mercados con el fin de generar ingresos extraordinarios. La tesis analiza las formas sociales e estrategias que los agricultores familiares están adoptando para adaptarse a las influencias del nuevo patrón agrario e agrícola brasileño, que se hicieron más significativos a partir de la década de 1990. Son tendencias que han extendido los procesos de monetización de la vida social en zonas rurales, ampliadas e fortalecidas a través de una sociabilidad netamente capitalista. Aunque existan investigaciones académicas sobre los efectos de la modernización e lo dessarollo del capitalismo en la agricultura brasileña, lo que se pretende en este estudio es analizar las evidencias empíricas sobre la magnitud e los efectos del patrón de desarrollo agrario e agrícola. Tres hipótesis fueron probadas. En la primera se menciona que las condiciones estructurales, de producción e las necesidades de los ingresos monetarios consolida el desarrollo agrícola e agrario de doble cara, que se expresa a través de la diferenciación social entre los agricultores familiares e entre las zonas rurales, e consolida las posibilidades de mantenimiento e supervivencia de pequeña proporción de agricultores familiares mejor estructurados, aunque también estén al margen de riesgos incontables. La segunda hipótesis admitió que la intensificación competitiva expresó la necesidad de aumentar la producción e la productividad a través del consumo intermedio e la adquisición de máquinas, destinado a generar ingresos extraordinarios monetiza la vida social de los agricultores familiares e genera cambios que afectan a la adopción de prácticas e el uso productivo e sostenible de los activos, en la medida en que la prioridad es generar ingresos que se pueda traducir en bienes de consumo e la acumulación material, considerado necesario para el bienestar de la familia e la reproducción material de la finca. La tercera hipótesis sostiene que el debilitamiento de la afluencia de ingresos e los cambios socioeconómicos que tienen lugar en las zonas rurales influyen sobre los agricultores llevándoles a buscar nuevas formas de trabajo para asegurar la entrada de ingresos regulares a través alternativas que a veces conllevan a la migración forzada, a pesar de una parte significativa todavía creer en las posibilidades de la agricultura. Sin embargo esta visión no es compartida por sus hijos, que ven en otras actividades mejores condiciones de trabajo e renta. Se utilizó el método estudio de caso, en el que se utilizó datos cuantitativos generados por una encuesta de Embrapa titulada: Las fincas más pequeñas bajo la gestión familiar e la estrategia institucional de la Embrapa: diversidad social, dinámicas productivas e desarrollo tecnológico, iniciada en el 2013 e finalizada en diciembre de 2016. La investigación entrevistó a 219 familias a través de cuestionarios estandarizados, entre julio de 2014 e julio de 2015, en las ciudades de Concórdia (SC), Cruz das Almas e Uauá (BA), Francisco Beltrão, Itapejara D'Oeste e Vere (PR) , Petrolina (PE), e Tomé Açú, Viseu e Augusto Corrêa (PA). En términos generales, los resultados de la investigación confirman las hipótesis iniciales. En primer lugar confirma las condiciones que dan fe de la expansión de la brecha social entre los agricultores familiares, e entre las zonas rurales, debido a las diferentes condiciones de la estructura de producción e de la generación de ingresos de los establecimientos. Del mismo modo, fue posible demostrar que los cambios sociales e productivos son heterogéneos, e los agricultores buscan acumular bienes de consumo como una expresión de la acumulación económica. Por otro lado, hay poca relación con la adopción de prácticas de cuidado con los recursos naturales (agua e suelo, en especial), asimismo entre los agricultores con buenos niveles de renta. Por último, el análisis de estrategias de reproducción social e material solicitadas por los agricultores, a través de las actividades no agrícolas, más intensas en las regiones Norte e Nordeste, e a pesar de la reducción de la población rural, todavía hay oferta de trabajo en el campo. Hay una proporción significativa de los agricultores que creen que la agricultura sigue siendo un espacio en el que se puede generar el bienestar de las familias. Sin embargo, esta visión contrasta con las percepciones de sus hijos, que prefieren emigrar en busca de otras oportunidades de trabajo más rentable e menos dificultoso.
Résumé: L'objectif central de cette étude est d'analyser les évidences empiriques et élargir la compréhension et la connaissance des impacts que la croissance de la monétarisation des rapports sociaux et de l'intensification de la concurrence causent sur la vie des agriculteurs familiales puisque la nécessité d'intégrer les marchés produit le besoin de générer du revenu extra. Cette thèse discute les formes sociales et les stratégies adoptées par les agriculteurs familiales dans le but de s'adapter aux influences, devenues plus expressives à partir des années 1990, du nouveau standard agraire et agricole brésilien. Il s'agit des tendances qui intensifient le processus de monétarisation des rapports sociaux dans les régions rurales élargies et fortifiés par une sociabilité clairement capitaliste. Bien qu’il existe déjà des recherches académiques traitant des effets de la modernisation et du développement du capitalisme dans l'agriculture brésilienne, cette étude cherche à souligner les évidences empiriques concernant l'étendue et les effets du standard de développement agraire et agricole. Trois hypothèses ont été testées. La première a affirmé que les conditions structurelles, productives ainsi que le besoin de ressource monétaire consolident le développement agraire et agricole à double face, visible à travers la différenciation sociale entre les agriculteurs familiales et entre les régions rurales. Ils consolident également des possibilités d’entretien et de subsistance pour une part réduite d’agriculteurs familiales, ceux qui disposent d’une meilleure structure et qui profitent mieux des actifs sociaux et des matériels disponibles malgré les innombrables risques encourus par ceux-là au long du processus de sélection des marchés et des activités agricoles et d'élevage de bétail. La deuxième hypothèse a admis que l’intensification de la concurrence, exprimée par la nécessité d’accroître la production et la productivité à travers la consommation intermédiaire et l’acquisition de machines afin de créer un revenu extra, monétise les rapports sociaux des agriculteurs familiales et entraîne des changements qui répercutent sur l’adoption des pratiques productives et durables des actifs en ce qui considère priorité générer des revenus pouvant devenir des biens de consommation et accumulation des biens matériels considérés nécessaires au bien-être de la famille et à la reproduction matérielle de l’établissement rural. La troisième hypothèse a défendu que la fragilisation des revenus réguliers devant les changements socio-économiques qui ont lieu dans les régions rurales, pousse les agriculteurs familiales à chercher des nouvelles formes de travail, à travers des activités qui ne sont pas liées à l’agriculture, dans le but d’assurer que l’argent soit présent. Cela les conduit même, quelquefois, à une migration forcée, surtout pour les enfants d’agriculteurs qui, au contraire de leurs parents, ne croient pas toujours aux possibilités que le travail agraire peut offrir et finissent pour partir chercher d’autres activités qui leur offrent des meilleures conditions financières et un travail moins pénible. Ce travail s’est inséré dans la modalité d’étude de cas étant donné que cette thèse a utilisé les données quantitatives obtenues par la recherche réalisée par l’EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Entreprise brésilienne de recherche dans le domaine de l’agriculture et de l’élevage de bétail) et intitulée “Les établissements ruraux de petite taille sous la gestion familiale et la stratégie institutionnelle de l’Embrapa : diversité sociale, dynamiques productives et développement technologique” (menée entre 2013 et 2016). Au total, 219 personnes ont répondu à des questionnaires standardisés entre juillet 2014 et juillet 2015 aux municipalités de Concórdia (SC), Cruz das Almas e Uauá (BA), Francisco Beltrão, Itapejara D’Oeste et Verê (PR), Petrolina (PE), e Tomé Açú, Viseu e Augusto Corrêa (PA). Globalement, les résultats de cette étude ont confirmé les hypothèses soulevées. Premièrement, elle corrobore les conditions attestant l’amplification de la différence sociale entre les agriculteurs familiales et, entre les régions rurales, en raison des conditions différenciées de structure productive et de production de revenu des établissements. Deuxièmement, la thèse montre que les transformations sociales et productives sont hétérogènes et que les agriculteurs cherchent à générer des revenus et à accumuler des biens de consommations comme une forme d’expression d'accumulation économique. Puis, l’analyse permet de constater que parmi les agriculteurs familiales, très peu adoptent des pratiques bénéfiques pour les biens naturels, surtout l’eau et le sol, e compris parmi ceux qui ont un meilleur niveau financier. Dernièrement, l’analyse des stratégies de reproduction sociale et matérielle visée par les agriculteurs à travers la pratique d’activités non-agricoles est plus intense dans les régions Norte et Nordeste, où, malgré la réduction de la population rurale, il e a encore un offre relativement généreux de main-d’oeuvre disponible pour migrer à la recherche d’autres opportunités de travail moins pénible et offrant plus de rentabilité.
metadata.dc.description.unidade: Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS)
Description: Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Centro de Desenvolvimento Sustentável, 2017.
metadata.dc.description.ppg: Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável
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DOI: http://dx.doi.org/10.26512/2017.06.T.25218
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