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Título: O equilíbrio de antagonismos e o niger sum: relações raciais em Gilberto Freyre e Guerreiro Ramos
Autor(es): Carvalho, Layla Daniele Pedreira de
Orientador(es): Santos, Mariza Veloso Motta
Assunto: Freyre, Gilberto, 1900-1987
Ramos, Alberto Guerreiro
Relações raciais
Sociologia
Data de publicação: Jul-2008
Referência: CARVALHO, Layla Daniele Pedreira de. O equilíbrio de antagonismos e o niger sum: relações raciais em Gilberto Freyre e Guerreiro Ramos. 2008. 200 f. Dissertação (Mestrado em Sociologia)-Universidade de Brasília, Brasília, 2008.
Resumo: As relações raciais constituem categoria essencial para a construção da idéia de brasilidade. Desde as primeiras discussões sobre o assunto, ainda no século XIX, os intelectuais brasileiros, informados pelas teorias racialistas européias, procuraram conciliar a construção da idéia de nação com a imensa massa de negros escravos e indígenas. Por todo o século XX esta categoria pautou os trabalhos produzidos pelas ciências sociais e durante os primeiros anos do século XXI tem ocupado importante espaço nas discussões realizadas sobre a identidade da população brasileira. Neste trabalho tomamos dois momentos distintos do debate sobre as relações raciais no Brasil: primeiro, a leitura de Gilberto Freyre, produzida nos anos 1930, que enfatiza a mestiçagem como característica particular da sociedade formada pela colonização portuguesa, miscigenação que condiciona o equilíbrio de antagonismos entre os vários pólos das relações sociais estabelecidas na sociedade patriarcal brasileira: senhor e escravo, branco e negro, homem e mulher, casa-grande e senzala, sobrado e mucambo. Depois, no final dos anos 1940, tomamos a leitura de Guerreiro Ramos e a sua abordagem do negro a partir da militância desse sociólogo no Teatro Experimental do Negro (TEN). O posicionamento de Ramos passa por uma leitura das relações raciais a partir da democracia racial e se dirige para a afirmação da negritude, por meio do niger sum, como forma de liberação da população negra da patologia social do branco brasileiro – a tentativa de negação da formação majoritariamente negra da população brasileira. As teorias defendidas por esses autores estão presentes no atual debate sobre as relações raciais em que, mais uma vez, discutem-se as formas de inclusão dos grupos não-brancos na sociedade brasileira enquanto, de um lado, busca-se reafirmar o caráter miscigenado e cordial da população brasileira e, de outro, nega-se essa cordialidade e apontam-se os limites da miscigenação brasileira no que se refere à igualdade de direitos. __________________________________________________________________________________________ ABSTRACT
The Racial relations are essential category to the construction of the idea of Brazilian national identity. Since the first debates on the subject, in the 19th century, Brazilian intellectuals, informed by the European racialist theories, tried to reconcile the nation construction with the huge mass of black slaves and Indians. All over the 20th century this approach has guided the works produced by social sciences in Brazil. During the first years of 21th century it has occupied an important place on the debates about national identity. In this work we took two different moments of the debate about racial relations in Brazil: first, Gilberto Freyre’s view, produced in the 1930’s, that emphasizes the miscegenation as a particular feature of the society formed by the Portuguese colonization, this miscegenation is determined by the balance of antagonisms between the various poles of the social relations established in the Brazilian patriarchal society: master and slave, white and black, man and woman, “casa-grande e senzala”, “sobrado e mucambo”. Then, in the late 1940’s, taking Guerreiro Ramos’ view and his approach about the black man beginning from the militancy of this sociologist in the “Teatro Experimental do Negro” (TEN). This militancy has a phase of regarding of racial relations using racial democracy and goes toward the negritude affirmation, through niger sum, as a way of black population getting free from Brazilian white man social pathology, the refuse of a population mainly formed by black people. The theories defended by those two authors are being used in the present debate about racial relations in which, once more, are discussed ways of inclusion of non-white groups in Brazilian society while, by one view, they point up the Brazilian mix-raced and cordial character and, by the other one, this cordiality is denied and the limits of miscegenation in reference to equality of rights are shown.
Unidade Acadêmica: Instituto de Ciências Sociais (ICS)
Departamento de Sociologia (ICS SOL)
Informações adicionais: Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Sociologia, 2008.
Programa de pós-graduação: Programa de Pós-Graduação em Sociologia
Aparece nas coleções:Teses, dissertações e produtos pós-doutorado

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