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Título: | A virada linguística e os dados imediatos da consciência |
Outros títulos: | The linguistic turn and the immediate data of consciousness |
Autor(es): | Sampaio, Evaldo |
Assunto: | Metafísica Consciência Linguística Intuição Bergson, Henri, 1859-1941 |
Data de publicação: | Abr-2017 |
Editora: | Universidade Estadual Paulista, Departamento de Filosofia |
Referência: | SAMPAIO, Evaldo. A virada linguística e os dados imediatos da consciência. Trans/Form/Ação, Marília, v. 40, n. 2, p. 47-70, abr./jun. 2017. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-31732017000200047&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 20 fev. 2018. doi: http://dx.doi.org/10.1590/s0101-31732017000200003. |
Resumo: | Trata-se de pensar o estatuto dos dados imediatos da consciência após a virada linguística na Filosofia contemporânea. O problema aqui é se pode haver algum conhecimento direto do vivente quanto aos seus estados psicológicos ou se estes seriam desde sempre condicionados pela estrutura da linguagem. Minha hipótese é que, mesmo que se admita uma relação estreita entre o pensamento e a linguagem, disto não se segue necessariamente que haja ali uma correspondência nem que os estados psicológicos se reduzem à sua expressão linguística. Para desenvolver essa hipótese, tomo a filosofia (ou antifilosofia) da linguagem de Henri Bergson como um caso exemplar. Já em sua primeira obra-prima, o Ensaio sobre os Dados Imediatos da Consciência, Bergson buscou mostrar por que o caráter pragmático dos signos, não obstante útil para a vida cotidiana e necessário para a maior parte das ciências, obstruía a apreensão qualitativa da vida mental e como disso surgiam dificuldades insuperáveis tanto para a ciência psicológica quanto para a Metafísica. Todavia, diferente de muitas doutrinas contemporâneas, a crítica da linguagem mais incitou do que impediu Bergson de distinguir uma "intuição" pela qual podemos ter um acesso não linguístico aos nossos estados psicológicos. Por esse contraponto entre intuição e linguagem, espero, enfim, lançar algumas dúvidas ao paradigma linguístico contemporâneo. |
Abstract: | This essay investigates the status of the immediate data of consciousness after the linguistic turn in contemporary philosophy. The central problem is if exist the possibility of a direct contact of lived beings with their psychological states, or if these are necessarily reduced to the external structure of language. My hypothesis is that even if one admits a strict relation between thought and language, this does not imply necessarily that this relation is a kind of correspondence or that thought is reducible to the structure of language. To develop this suggestion, I will assume Henri Bergson's conception of language as an exemplary case of what I entitle the "paradigm of intuition". By means of a commentary guided mostly by Bergson's first masterpiece, Time and Freewill: An Essay on the Immediate Data of Consciousness, I will show that Bergson understood that language has more than an instrumental role in the expression of our thoughts; I also show why, according to Bergson, this explains many of the difficulties of metaphysical problems. Through a reading between the lines of the debate between Bergson and psychophysics, I intend to point out how the critique of language does not prevent Bergson from privileging a manner of thought by which the lived being can recognize the immediate data of consciousness. For this counterpoint between intuition and language, I will attempt to cast some doubts on the contemporary linguistic paradigm. |
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DOI: | http://dx.doi.org/10.1590/s0101-31732017000200003 |
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