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Título: Construção de comunidades vegetais em restauração ativa de savana
Autor(es): Coutinho, André Ganem
Orientador(es): Vieira, Daniel Luis Mascia
Assunto: Savana - Brasil
Restauração ecológica
Recuperação de áreas degradadas
Sucessão florestal
Gramíneas exóticas
Ecologia de restauração
Gramíneas invasoras
Data de publicação: 17-Set-2018
Referência: COUTINHO, André Ganem. Construção de comunidades vegetais em restauração ativa de savana. 2018. 29 f., il. Dissertação (Mestrado em Ecologia)—Universidade de Brasília, Brasília, 2018.
Resumo: Ainda existem vários desafios para a restauraçao de savanas, e entender as trajetórias temporais da comunidade em restauração é uma informação crucial para aprimorar técnicas de restauração. Modelos de construção de comunidades em savanas geralmente consideram apenas a regeneração natural após distúrbios naturais, quando espécies conseguem se regenerar por rebrota, e geralmente focam na sucessão entre estrato herbáceo e, arbustivo e arbóreo. Porém, em áreas severamente degradadas, a capacidade de rebrota é perdida, árvores podem demorar bastante tempo para ter influência nas dinâmicas da vegetação, e espécies invasoras podem dificultar a regeneração. Este estudo teve como objetivo investigar trajetórias iniciais de sucessão, identificando grupos funcionais de espécies nativas (arbustos e gramíneas de crescimento rápido e ciclo curto, gramíneas perenes, e árvores nativas) importantes para regeneração, em restauração ativa de savana no Brasil, numa área de pasto abandonado. Nós buscamos responder às perguntas: a proporção relativa final de nativas depende da proporção inicial? A trajetória sucessional depende do grupo funcional dominante inicialmente? Existe uma substituição de espécies?Nós estabelecemos 111 parcelas na área em restauração, abrangendo diferentes composições iniciais de espécies e grupos funcionais, e medimos a cobertura vegetal durante dois anos. No primeiro ano de monitoramento, os arbustos de ciclo curto e crescimento rápido Lepidaploa aurea, Stylosanthes spp. e o capim anual Andropogon fastigiatus estavam entre as seis espécies com maior cobertura vegetal, mas diminuiram 69%, 78% e 100%, respectivamente, nos dois anos seguintes. Parcelas dominadas por essas espécies foram substituídas principalmente por gramíneas perenes nativas (58% das parcelas), mas também por gramíneas invasoras (22% das parcelas). Parcelas dominadas por gramíneas nativas perenes seguiram diferentes trajetórias: 28% continuaram estáveis, 28% foram substituídas pela árvore de crescimento rápido Tachigali vulgaris, enquanto 36% foram substituídas por composições sem dominância de um único grupo funcional. 74% das parcelas dominadas por gramíneas invasoras (cobertura ≥ 80%)não teve mudança significativa na cobertura vegetal. Gramíneas invasoras aumentaram consideravelmente, atingindo mesma cobertura de nativas após dois anos.. Ainda, aumentaram cobertura relativa em mais parcelas que nativas (72 x 38 parcelas), chegando à substituir 91% da cobertura de nativas, enquanto a maior substituição de exóticas por nativas foi de 44% da cobertura relativa da parcela. Nosso estudo evidencia a ocorrência de trajetórias sucessionais com substituição de espécies de ciclo de vida curto por espécies perenes. Também ressalta a importância do controle de gramíneas invasoras antes da semeadura, que podem invadir novamente caso o banco de sementes não seja adequadamente eliminado.
Abstract: There are still many gaps to the restoration of savannas, and understanding community trajectories in areas under restoration is a key information to improve restoration methods. Most assembly models for savannas consider only regeneration after natural disturbances, when species are able to resprout, usually focusing on succession from herbaceous to tree layer. However, in severely disturbed areas, resprouting ability is lost, trees may take a long time to influence on vegetation dynamics, and invasive species may reduce regenerationThis study aimed to track initial successional trajectories, and identify functional groups of native species (fast growing and short-lived shrubs and grasses; perennial grasses; and native trees) relevant to regeneration, in restoration of savanna in Central Brazil on abandoned pasture. We aimed to answer the questions: is final relative proportion determined by initial relative proportion? Is successional trajectory dependent on the initial dominant functional group? Are there species turnover in the successional trajectories? We established 111 plots encompassing a range of different initial compositions of species and functional groups, and measured vegetation cover during two years. In the first year of monitoring, the short-lived and fast-growing shrubs Lepidaploa aurea, Stylosanthes spp. and the annual grass Andropogon fastigiatus were among the six species with higher vegetation cover, but decreased 69%, 78% and 100%, respectively, in the following two years. Plots dominated by these species were replaced mostly by perennial grasses (in 58% of the plots), but also by invasive grasses (in 22% of the plots). Plots dominated by native perennial grasses followed different trajectories: 28% remained stable; 28% were replaced by Tachigali vulgaris, a fast-growing tree; 36% were replaced by a composition of mixed functional groups. 74% of the plots dominated by invasive grasses (cover ≥ 80%) didn’t have significant variation on vegetation cover. Invasive grasses strongly increased cover in the restored area, reaching same cover of native species after two years. They also increased relative cover in more plots than the natives (72 x 38 plots), and were able to replace up to 91% of native cover, whereas native species were not able to replace more than 44% of exotic relative cover in any plot. Our study evidence successional trajectories in restoration of savanna in abandoned pasture, with fast species turnover from short-lived to perennial species. We also highlight the importance of pre-sowing control of invasive grasses, which can reinvade the restored area if seed bank is not adequately eliminated.
Unidade Acadêmica: Instituto de Ciências Biológicas (IB)
Informações adicionais: Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Biológicas, Departamento de Ecologia, 2018.
Programa de pós-graduação: Programa de Pós-Graduação em Ecologia
Licença: A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data.
DOI: http://dx.doi.org/10.26512/2018.02.D.32697
Agência financiadora: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ).
Aparece nas coleções:Teses, dissertações e produtos pós-doutorado

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