Punção em lajes cogumelo protendias com cabos não-aderentes e pilares com pequeno desalinhamento

Abstract

São apresentados resultados experimentais de ensaios à punção realizados em seis modelos de lajes cogumelo, de dimensões 2000 x 2000 x 120 mm, sendo cinco protendidas com cabos não-aderentes com pequenas curvaturas em planta, utilizando concreto com resistência entre 35 a 45MPa. Os modelos utilizados são representativos de lajes de interior de edifícios. É estudada a influência do traçado curvo em planta dos cabos de protensão na resistência ultima à punção em lajes cogumelo protendidas, situação decorrente do não-alinhamento dos pilares nos edifícios. Esse assunto ainda não foi abordado em nenhuma norma, e esse estudo foi motivado pela crescente utilização desse tipo de solução estrutural no Brasil, empregando-se cordoalhas engraxadas (protensão não-aderente). A principal variável utilizada é o traçado horizontal dos cabos, variando-se a curvatura dos cabos em planta. O traçado na vertical foi do tipo poligonal para todas as lajes. São apresentados e analisados os resultados de cargas últimas, tipo de ruptura, fissuração, flechas, e deformações do concreto e da armadura passiva. Os resultados são também comparados com os obtidos anteriormente por Corrêa (2001) e por Alves (2002). Os resultados obtidos nos ensaios indicam que a resistência última à punção em lajes cogumelo pouco varia quando se inclinam os cabos em até 30', maior ângulo estudado. A maior diferença registrada nos ensaios para cargas últimas de punção foi de 3,5%, entre a laje L6 (404 kN), com cabos curvos nas duas direções (ângulo de inflexão de 30° em planta), e a laje L5 (390,4 kN), com cabos curvos nas duas direções e ângulo de inflexão de 14°, depois da correção das cargas últimas. Os resultados foram também analisados em comparação com as normas e códigos vigentes, sendo o ACI-318/95 e o EC2/98 os que apresentaram as melhores estimativas de cargas últimas para as lajes protendidas, enquanto que para a laje em concreto armado as melhores estimativas foram obtidas pelo FIP/98 e a NBR 6118/2002.