http://repositorio.unb.br/handle/10482/35538
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
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2019_AlineCamillaRomãoMesquita.pdf | 6,33 MB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir |
Título: | Estruturas dativas do Português (L2) na interlíngua de surdos |
Autor(es): | Mesquita, Aline Camilla Romão |
Orientador(es): | Salles, Heloísa Maria Moreira Lima de Almeida |
Assunto: | Língua brasileira de sinais Português do Brasil como Segunda Língua (PBSL) Língua portuguesa - verbos Segunda língua |
Data de publicação: | 10-Out-2019 |
Data de defesa: | 22-Mar-2019 |
Referência: | MESQUITA, Aline Camilla Romão. Estruturas dativas do Português (L2) na interlíngua de surdos. 2019. 273 f., il. Tese (Doutorado em Linguística)—Universidade de Brasília, Brasília, 2019. |
Resumo: | O presente estudo investiga a aquisição de português (escrito) como segunda língua (L2) por surdos que têm a libras como primeira língua (L1), focando, especificamente, na aquisição das preposições presentes nas construções dativas do Português Brasileiro (PB). A análise toma por base a “Hipótese do Acesso Parcial”, segundo a qual a L1 é o estado mental inicial no processo de aquisição de L2, sendo o acesso à Gramática Universal limitado, já que somente os traços interpretáveis estão acessíveis. Assume-se, portanto, a hipótese da interferência da L1. Em particular, investiga-se a hipótese de que a estrutura dos verbos de concordância em Libras é fator de interferência (positiva) na aquisição da preposição ‘para’ em sentenças com complemento dativo no PB. Inversamente, a interferência do verbo de concordância em libras é negativa se o verbo correspondente no PB não apresenta complemento dativo, o que implica o uso de ‘para’ quando outra ou nenhuma preposição é usada. Em relação aos verbos simples em libras, a relação com o complemento é direta, o que constitui uma opção default, disponibilizada pela GU. A análise se inicia com a investigação do complemento dativo nas línguas orais (LOs), o qual pode ocorrer em predicados bitransitivos ou monotransitivos. Com relação à estrutura sintática dessas construções, assume-se que os complementos dativos são licenciados por um núcleo relacional Q/P(⸦), que denota posse/ inclusão. Essa análise é estendida às sentenças com verbos de concordância (bitransitivos e monotransitivos) nas línguas de sinais, considerando-se que o argumento alvo é marcado pelo movimento direcional (DIR) presente na estrutura desses verbos. Diante disso, analisa-se a interlíngua dos surdos, com o intuito de verificar a relação entre tipos de verbos em libras (simples ou de concordância) e tipos de complemento em PB, considerando-se ainda a relação entre os níveis de proficiência na aquisição da língua alvo. A análise dos dados permite concluir que existe interferência (positiva) da estrutura dos verbos de concordância da libras na aquisição dos complementos dativos marcados por ‘para’ em estruturas monotransitivas e bitransitivas do português. Além disso, demonstra-se que a verbos simples bitransitivos em libras, em que se postula a presença do núcleo relacional Q/P(⸦), também favorecem o uso da preposição ‘para’ nos predicados bitransitivos correspondentes do português. Inversamente, verbos simples (monotransitivos) em libras realizam a opção default (sem preposição). Nesse caso, o complemento do verbo correspondente no português é realizado preferencialmente sem preposição. No entanto, ocorreram também complementos preposicionados, os quais podem ser convergentes ou não. Com relação aos níveis de proficiência, verifica-se que a interferência (positiva e negativa) de verbos de concordância da L1 é maior nos níveis iniciais de aquisição, dando origem a sentenças tanto gramaticais quanto agramaticais, respectivamente, enquanto, nos níveis finais, o desenvolvimento linguístico é alcançado mediante exposição crescente e consistente ao input da L2, com a consequente redução do efeito negativo da interferência da L1. |
Abstract: | The present study examines the acquisition of (written) Brazilian Portuguese as a second language by deafs using Brazilian Sign Language (libras) as their first language. Specifically, we focus on the acquisition of the prepositions that are found in dative constructions in BP. The analysis takes into consideration the ‘Partial Access Hypothesis’, according to which L1 is the initial mental state in L2 acquisition, while the access to the Universal Grammar remains very limited as only interpretable features are accessible. Assuming L1 interference, we investigate the hypothesis that the structure of agreeing verbs in libras (such as GIVE) determines positive (interference) in the acquisition of the preposition ‘para’ in sentences with a dative complement in Brazilian Portuguese. Conversely, interference of agreeing verbs in libras is negative if the corresponding verb in BP does not have a dative complement, thus implying the use of ‘para’ where another preposition or no preposition is found. Regarding simple verbs in libras, the relation with their complement is direct, that is, no grammatical device is at stake, which points to a default process, which is rendered available by UG. The analysis starts with an investigation of the properties of dative complements in spoken languages (SLs), which are found in either ditransitive or montransitive predicates. It is assumed that the dative complement in these constructions are licensed within the projection of a relational head, Q/P(⸦), which denotes possession/ inclusion. This analysis is extended to agreeing verbs in sign languages, whether ditransitive or monotransitive, the goal argument being marked by the directional movement (DIR), which is taken to lexicalize the relational head, Q/P(⸦), within these predicates. Accordingly, the interlanguage of deafs acquiring PB is analysed, in order to investigate whether there is relation between the types of verbs in libras (namely, agreeing or simple verbs) and verbs selecting dative complements in BP, further considering the levels of proficiency of the participants. The analysis leads to the conclusion that there is positive interference of the structure of agreeing verbs in libras in the acquisition of the dative preposition ‘para’ in both monotransitive and ditransitive constructions in BP. Moreover, it is shown that simple verbs expressing ditransitive predicates in libras, in which, by hypothesis, the relation head Q/P(⸦) is presente, also favours the acquisition of the dative preposition ‘para’ in the corresponding predicates in BP. Conversely, monotransitive simple verbs in libras realize the default option. In this case, the complement of the corresponding verbs in BP is best realized by the default option (without the preposition) as well. However, prepositional complements were found with these verbs, which may either be adequate or not. Regarding the levels of proficiency, it is noticed that positive and negative interference of the agreeing predicate is higher in the initial levels, giving rise to either gramatical or ungrammatical sentences, respectively, while language development is achieved as exposure to the L2 input increases, the (negative) effect of L1 interference becoming less evident. |
Unidade Acadêmica: | Instituto de Letras (IL) Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas (IL LIP) |
Informações adicionais: | Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas, Programa de Pós-Graduação em Linguística, 2019. |
Programa de pós-graduação: | Programa de Pós-Graduação em Linguística |
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