Utilização da madeira de desbaste de Khaya ivorensis A. Chev para fabricação de painel colado lateralmente (EGP)

Abstract

A madeira de Khaya ivorensis A. Chev (mogno africano) apresenta densidade baixa (0,41 a 0,47 g/cm3 em seu estágio adulto), elevada durabilidade, fácil manuseio e secagem. O corte raso ocorre a partir dos 15 anos de idade, entretanto, quanto menor a idade, menor seu valor comercial, devido a suas dimensões, propriedades físicas e mecânicas. O Painel colado lateralmente (EGP) é uma excelente alternativa para agregar valor a esse tipo de material, já que permite ser confeccionado a partir de árvores de pequenos diâmetros oriundos de primeiro desbaste de reflorestamentos e de peças com pequenos defeitos, etc. Com base nisto, o presente trabalho objetivou avaliar o efeito de diferentes adesivos (PVAc e PUR), pressões de montagem (0,7 e 1,0 MPa) e preparações da superfície (lixa e plaina) sobre a resistência de colagem da madeira de desbaste de K. ivorensis e avaliar o efeito de diferentes preparações de superfície sobre a aderência de filme de acabamento desta madeira. Para o estudo, foram abatidas nove árvores com uma média de 25 cm de DAP. Utilizou-se tábuas nas dimensões de 1,5 m de comprimento, 50 mm de espessura e larguras variadas. Foram avaliados oito tratamentos para testar a resistência da madeira ao cisalhamento, dois tratamentos para avaliar a resistência da madeira à flexão estática e dois tratamentos para analisar a aderência de filme de acabamento à superfície da madeira de K. ivorensis. Constatou-se, em uma análise geral, que os corpos de prova colados com o adesivo PVAc apresentaram maior resistência ao cisalhamento em relação ao adesivo PUR e resistência foi maior utilizando-se a lixa para preparação da superfície e pressão 0,7 MPa. O PVAc também produziu juntas mais resistentes quando submetidas ao ensaio de flexão estática. A madeira de K. ivorensis comportou-se adequadamente em relação à aderência do filme de acabamento. Diante do exposto, concluiu- se que a madeira de desbaste de K. ivorensis pode ser utilizada para a produção de EGP.